domingo, 13 de julho de 2025

João Calvino - O 8° indivíduo exposto

 João Calvino – O 8º indivíduo exposto 



A Reforma Protestante, após o impulso inicial de Martinho Lutero, teve em João Calvino (1509–1564) um de seus principais líderes. Calvino assumiu a dianteira do movimento reformado na Suíça e na França, sistematizando doutrinas que moldariam o protestantismo por séculos. No entanto, não foi apenas um movimento religioso isolado, há indícios de que correntes místicas e filosóficas influenciaram o calvinismo nascente. Diversas fontes sugerem que o movimento de Calvino manteve vínculos com sociedades secretas e agendas ocultas, havendo até alegações de que o próprio João Calvino teria sido treinado por ordens esotéricas e influenciado por elas¹. Tais teorias apontam que a ruptura protestante teria sido patrocinada nos bastidores por forças ocultas dentro do Vaticano e círculos cabalísticos, com o objetivo de redesenhar o cenário religioso e político europeu². Seriam apenas teorias? Embora pareçam extravagantes, essas hipóteses se alimentam de conectivos históricos reais: a educação, os símbolos e os efeitos culturais associados a Calvino revelam camadas menos óbvias de influência. 


Formação e Possíveis Conexões Ocultas 


Calvino recebeu formação humanista e jurídica, estudando em Paris durante a juventude. Curiosamente, ele frequentou o Collège de Montaigu na mesma época em que Ignácio de Loyola, o futuro fundador da Ordem dos Jesuítas, concluía seus estudos naquele local³. Ainda que não haja registro de contato direto entre eles, essa coincidência histórica alimenta especulações: dois personagens com visões religiosas opostas, formados sob o mesmo teto acadêmico, sugerem a possibilidade de influências cruzadas ou de uma sincronia não acidental. Seria a simultaneidade da formação de Calvino e Loyola um sinal de orquestração oculta, interpretando que a Contrarreforma Católica (via Jesuítas) e a Reforma Calvinista podem ter sido partes de um jogo estratégico comum? Elites iluministas e maçônicas infiltradas no Vaticano “patrocinaram” João Calvino (cujo nome original seria “Jean Cauvin”) para fomentar uma nova cisão religiosa controlada⁴. Assim, o protestantismo calvinista, em vez de ser um levante genuíno contra Roma, seria apresentado como peça de xadrez de uma engenharia secreta cujo objetivo era alterar não apenas a fé, mas também a política e a economia da Europa.

O rito “Mot de Maçon” (ou “Palavra de Maçom”) tem suas raízes claramente no calvinismo escocês. Segundo José Filardo, a Loja de Kilwinning, provavelmente incentivada pelo pastor erudito Robert Baille, entre 1628 e 1637 criou este rito de iniciação específico para fugir do rito anglicano das Antigas Obrigações, que rejeitavam por considerá-lo ligado aos cânones da Igreja Anglicana (e até mudaram a data da recepção ritual) (Bibliot3ca, 15/08/2018). A Kilwinning obtivera reconhecimento relativo dos Estatutos de William Schaw em 1599, mas manteve distância das influências católicas e anglicanas, recusando-se a assinar cartas maçônicas dos Sinclair em 1601 e 1628. A “Palavra de Maçom” foi inserida nesse contexto de resistência religiosa como marco de autonomia e identidade maçônica calvinista (Bibliot3ca, 15/08/2018).

Henry Adamson, em sua Threnodie des muses (1628–1637), relaciona essa prática com a oposição dos presbiterianos escoceses aos “Cinco Artigos de Perth” impostos por Carlos I, que visavam anglicanizar a Escócia. Em 1638, os presbiterianos se rebelaram contra essa imposição, reafirmando sua autonomia no Convento da Igreja Presbiteriana da Escócia. Foi nesse contexto de resistência religiosa que a palavra de recepção anglicana foi substituída pela “Palavra de Maçom” calvinista (Bibliot3ca, 15/08/2018).

Em suma, o texto argumenta que o rito “Mot de Maçon” nasceu da recusa dos maçons presbiterianos escoceses em usar ritos de origem anglicana, como forma de afirmar sua identidade religiosa e autonomia, tendo como origem a Loja de Kilwinning e o ambiente de conflitos entre presbiterianos e anglicanos da década de 1630 (Bibliot3ca, 15/08/2018). (Referência: Sobre o rito “Mot de Maçon” (Palavra de Maçom): A origem Calvinista do Rito, Bibliot3ca, 15/08/2018)

Naturalmente, historiadores acadêmicos encaram tais teorias com ceticismo, claro. Contudo, mesmo descartando exageros, é inegável que Calvino beneficiou-se de redes de proteção e difusão incomuns para um “herege” perseguido: sua fuga da França e acolhida em Genebra contaram com apoio de magistrados e burgueses influentes, e suas ideias propagaram-se rápida e subterraneamente graças a impressoras clandestinas e correspondências cifradas. Esse contexto alimenta a impressão de que mãos invisíveis facilitaram a obra de Calvino. Ademais, a própria adoção do nome latinizado Calvinus no lugar do original Cauvin deu margem a delírios antissemitas: autores como William Carr insinuaram que “Calvino” derivaria de Cohen, alegando que João Calvino teria origem judaica e agiria como agente secreto de uma cabala oculta¹. Embora sem base factual (Calvino era francês de nascimento, filho de um notário da igreja), tal boato foi usado para pintá-lo como um “infiltrado” com agenda anticristã. A persistência desses rumores mostra como o reformador de Genebra ocupou, desde cedo, um lugar dúbio no imaginário: para uns, um santo teólogo; para outros, um instrumento mascarado de poderes sombrios. É claro que é a segunda opção.


Simbologia no Calvinismo: Iconografia e Misticismo 


Outra dimensão reveladora são os símbolos associados à figura e à doutrina de Calvino. Enquanto Lutero possuía a famosa “Rosa de Lutero”, Calvino adotou como emblema pessoal uma imagem distinta porém igualmente carregada de significado: uma mão erguendo um coração a Deus, acompanhada do lema em latim “Cor meum tibi offero Domine, prompte et sincere” (“Meu coração te ofereço, ó Senhor, pronta e sinceramente”). Esse símbolo Calvino usava em selos de cartas nos anos 1540⁵. Porém, seu desenvolvimento posterior incorporou elementos notavelmente esotéricos. Em 1566, um retrato póstumo inseriu o lema junto à imagem, e no século XVII cunhou-se em Genebra uma medalha comemorativa onde uma mão sai de uma nuvem nos céus e oferece um coração brilhante em direção a um sol radiante⁵. Nessa representação, raios de luz solar recaem sobre o coração oferecido, evocando a iconografia tradicional pré-Reforma (São Agostinho frequentemente é retratado com um coração flamejante elevado aos céus). A medalha de Calvino sintetiza assim uma visão “triunfante e visionária” do reformador: uma mão forte emergindo das nuvens apresenta um coração purificado à luz divina do Sol⁵. O simbolismo é explícito – o coração de Calvino, redimido por Cristo, é elevado confiantemente à majestade de Deus (o que diz o oficial) mas o uso da luz solar e da mão que surge de nuvens também lembram representações alquímicas do “coração iluminado” ou do Sacratíssimo Coração envolto em glória. “Sol” e “coração” são elementos místicos recorrentes (sol como fonte de iluminação espiritual; coração como receptáculo da centelha divina), muito explorados em ordens esotéricas. Essa iconografia calvinista, portanto, aproxima-se de concepções herméticas sobre iluminação do coração, ainda que expressa com a máscara de cristão. 

Outro símbolo marcante relacionado ao calvinismo é a Cruz Huguenote, adotada posteriormente pelos protestantes franceses (huguenotes) como insígnia de sua fé reformada. A cruz huguenote possui forma semelhante a uma cruz de Malta, com quatro braços em ponta e fleur-de-lis (flor de lis) entre eles, e traz pendente uma pomba descendente representando o Espírito Santo⁶. Historicamente, reconhece-se que esse desenho foi modelado a partir da insígnia da Ordem do Espírito Santo, uma ordem de cavalaria católica fundada pelo rei francês Henrique III em 1578⁶. Ou seja, o símbolo por excelência dos calvinistas franceses deriva diretamente de uma ordem cavaleiresca real, católica e revestida de simbolismo hermético: na Cruz do Espírito Santo original, os oito pontos arredondados representavam as Beatitudes, as quatro fleur-de-lis simbolizavam os Evangelhos, as doze pétalas aludiam aos Apóstolos, e a pomba central significava o Espírito Santo. A adoção protestante desse emblema, trocando-se apenas alguns detalhes, é no mínimo intrigante. Seria coincidência que os calvinistas tenham tomado emprestado um símbolo repleto de numerologia sagrada e associações místico-cavalheirescas? Para alguns intérpretes, isso reforça a tese de uma continuidade secreta: como se a própria teologia calvinista, apesar do verniz “puritano” contrário a imagens e relíquias, acabasse por preservar certos códigos simbólicos do esoterismo medieval. Vale lembrar que Calvino pregava veementemente contra o uso de imagens de santos e qualquer traço de idolatria; porém, seus seguidores empunhavam uma cruz cujo design tinha origem numa ordem monárquica católica (a Ordem do Espírito Santo) conhecida por cerimônias pomposas e banquetes lendários, aliás, foi dos jantares dessa Ordem, servidos aos cordons bleus, que surgiu a expressão “cordon bleu”. Com o tempo, o termo passou a ser usado para se referir a alguém altamente qualificado, especialmente em culinária. Assim, a iconografia calvinista carrega uma ironia simbólica: renega os ícones católicos oficialmente, mas absorve discretamente uma simbologia derivada da própria tradição católica e mística que dizia repudiar.

Ao examinar a versão inglesa das Institutas de João Calvino, é possível notar uma expressão curiosa: "substituting nature as the architect of the universe", ou seja, "substituindo a natureza como arquiteta do universo". Esse tipo de construção linguística, especialmente a ideia do "arquiteto do universo", ressoa com os títulos simbólicos usados na maçonaria para se referir a uma divindade, o chamado G.A.D.U., o Grande Arquiteto do Universo. Para não me acusarem de tirar a frase do contexto, digo que a frase expressa uma crítica a quem, mesmo não atribuindo tudo ao acaso, ainda assim nega a ação direta de Deus ao colocar a natureza como causa suprema da criação. É uma observação sobre como a razão humana, ao tentar explicar o universo sem Deus, acaba trocando o Criador pela criação, o que, para Calvino, é um erro teológico e espiritual grave. A tradução completa da frase é: 

"Ele não dirá que o acaso o fez diferente dos brutos que perecem; mas, ao substituir a natureza como a arquiteta do universo, ele suprime o nome de Deus."

(CALVIN, 2025, p. 60)

Já a tradução para o português, por Waldyr Carvalho Luz, suaviza esse trecho, omitindo a referência direta ao arquiteto e substituindo por um discurso menos simbólico: “sobreposto o véu da natureza, a qual lhes é o artífice de todas as coisas, alijam a Deus.” (CALVINO, 2006, p. 64).

A alteração, embora sutil, levanta questões: estaria o tradutor protegendo o público leitor de uma terminologia suspeita ou apenas adaptando para um contexto mais acessível?
          A recorrência de expressões como “Arquiteto do Universo”, “Supremo Arquiteto” ou até mesmo “Artífice do Universo” em outras passagens da obra de Calvino e em seus comentários sobre os Salmos alimenta especulações sobre uma possível afinidade com o vocabulário maçônico. Afinal, por que um teólogo reformado recorreria a nomenclaturas tão características de um ambiente esotérico que, historicamente, busca estabelecer uma religiosidade universalista, frequentemente dissociada do Deus bíblico revelado como “o Deus de Abraão, Isaque e Jacó”? Esse padrão linguístico levanta uma dúvida legítima: Calvino usou essas expressões como fruto de criatividade literária e teológica, ou estava alinhado com um pensamento que busca sincretizar a fé cristã com elementos externos à revelação escriturística? Mesmo que ele não tenha sido diretamente ligado à maçonaria (não pelo o que pesquisei até agora), o uso repetido de terminologias tão carregadas simbolicamente convida à reflexão, especialmente porque essas expressões não encontram respaldo direto nas Escrituras, que, ao falar de Deus, são claras quanto ao Seu nome: "Eu sou o Senhor" (Êx 6:2-3), "Este é o meu nome eternamente" (Êx 3:15).

Dessa forma, ao invés de glorificar a clareza encontrada nas Escrituras, Calvino parece, ao menos estilisticamente, flertar com expressões ambíguas. Isso levanta questionamentos legítimos: por que não utilizar os nomes que Deus mesmo revelou nas Escrituras? Por que recorrer a títulos enigmáticos que se prestam à confusão ou, no mínimo, à apropriação simbólica por grupos secretos? Admitir tais desvios como mera estilização seria simplificar demais. A linguagem molda a teologia, e os termos escolhidos não são neutros. Portanto, diante da insistência em expressões como "Arquiteto do Universo", seria desonesto ignorar que tais termos possam revelar algo mais profundo sobre a visão de mundo ou mesmo sobre a cosmovisão teológica de Calvino, que, paradoxalmente, é considerado por muitos um defensor da ortodoxia reformada.


Influências Culturais e Alianças Secretas 


“Sua mente legalista exigia um sistema fechado e coerente — mesmo que isso implicasse contradições éticas ou sofrimento humano.” 

SMELLEY, Hutson. Desconstruindo o Calvinismo. Cap. 3.


O pensamento de João Calvino deixou um impacto cultural e filosófico imenso, ultrapassando o campo estritamente religioso. Sua doutrina da predestinação absoluta, aliada a uma ética rigorosa de trabalho e austeridade moral, transformou a mentalidade de comunidades inteiras. Calvino ensinava que o sucesso terreno poderia ser um sinal indireto de bênção divina (embora não uma garantia de salvação), e pregava que a vocação profissional, exercida com diligência e honestidade, glorificava a Deus. Essa visão sacralizou o trabalho e dignificou o lucro honesto, em contraste com a condenação medieval à usura e à acumulação de riqueza. Consequentemente, burgueses e comerciantes viram no calvinismo uma legitimação religiosa do espírito capitalista nascente⁷.  De Genebra à Holanda, da Escócia à Nova Inglaterra, as sociedades influenciadas por Calvino prosperaram economicamente, fortalecendo uma classe média industriosa. Sociólogos como Max Weber notaram essa conexão e argumentaram que a ética ascética protestante (especialmente a calvinista) foi um fator decisivo no surgimento do capitalismo moderno (um de nossos inimigos) ao incentivar o reinvestimento dos lucros, a frugalidade e o trabalho árduo como dever espiritual⁸. Assim, ideias teológicas acabaram por moldar estruturas de poder econômico e social. Famílias burguesas calvinistas acumularam capital e influência, financiando governos locais e universidades, e em alguns casos patrocinando redes discretas de sociabilidade que iam além da instituição. Por isso, ao redor do mundo, verá que professores e outros profissionais estarão sempre do lado dos ricos e protegendo o capitalismo. 

É nesse contexto que emergem convergências entre o calvinismo e a Maçonaria e outras fraternidades. No século XVII, por exemplo, a Escócia, fortemente calvinista (presbiteriana), foi palco de um fenômeno notável: lojas de “maçons aceitos”, originalmente corporações de pedreiros operativos, começaram a admitir nobres e intelectuais, muitos deles simpatizantes do presbiterianismo. Documentos escoceses indicam que, por volta de 1637, maçons de fé calvinista na Loja de Kilwinning instituíram um novo rito de admissão, chamado Mason Word (Palavra de Maçom), de caráter especificamente calvinista, em oposição ao rito anglicano tradicional⁹. Esse rito secreto teria surgido durante as lutas dos presbiterianos escoceses contra a imposição forçada do anglicanismo pelo rei Charles I. O poeta Henry Adamson, em sua obra “Threnodie of the Muses” (c.1638), chegou a relacionar o rito da Palavra de Maçom, então defendido pelos chamados “luteranos rosacruzes”, com previsões proféticas sobre os conflitos políticos da época⁹. Ou seja, já nos primórdios da Maçonaria especulativa havia interseções entre calvinistas, rosacruzes e videntes políticos. Esse dado surpreendente sugere que adeptos da Reforma (tidos como “luteranos” ou calvinistas) e adeptos do esoterismo rosacruciano colaboravam nos mesmos círculos iniciáticos, talvez unidos contra um inimigo comum (o absolutismo religioso e monárquico). O resultado foi que a Maçonaria escocesa incorporou elementos bíblicos e pietistas adequados à sensibilidade presbiteriana, ao mesmo tempo em que servia de refúgio secreto para discussões proibidas. 

Na França do século XVIII, encontra-se um fenômeno semelhante: protestantes huguenotes perseguidos aproveitavam as lojas maçônicas, que proliferavam, para se reunir sem despertar suspeitas. Conforme registrado pelo Musée Protestant de Paris, “durante as perseguições religiosas do século XVIII, os protestantes puderam se encontrar dentro do movimento maçônico”, pois as lojas – comprometidas com a tolerância – ocultavam a identidade religiosa de seus membros, dando-lhes proteção¹⁰. Muitos calvinistas franceses (huguenotes) se filiaram à Maçonaria como forma de preservar sua comunidade e princípios em sigilo. Jean Théophile Desaguliers, por exemplo, pastor descendente de huguenotes exilados, tornou-se figura-chave na fundação da moderna Maçonaria inglesa: foi ele um dos responsáveis por compilar as Constituições de Anderson de 1723 e chegou a servir como Grão-Mestre da Primeira Grande Loja. Não é exagero dizer que sem a influência de Desaguliers, um protestante reformado, a Maçonaria não teria se organizado como o fez. Além dele, diversos nobres e pensadores reformados abraçaram a fraternidade. A recíproca também ocorria: na jovem República Holandesa, calvinistas devotos como Johan de Witt integravam sociedades discretas que combinavam estudos bíblicos, ciência e filosofia hermética, dissolvendo as fronteiras entre fé reformada e investigação esotérica. E na América colonial, colonizada em parte por puritanos calvinistas, a Maçonaria e o protestantismo caminhavam lado a lado entre as elites revolucionárias (George Washington, lembrado como maçom, foi educado em valores puritanos). Esses fatos concretos evidenciam que o legado de Calvino entrelaçou-se com estruturas de poder ocultas: ora por necessidade (refúgio contra perseguição), ora por afinidade eletiva (valores comuns de liberdade de consciência e providencialismo). 

O calvinismo não tolerava divergências. O espírito reformador de Calvino se baseava em unidade doutrinária absoluta. A mínima dissidência podia levar à excomunhão ou à perseguição civil. Não se pode ignorar, ademais, que Calvino governou Genebra quase como um teocrata absoluto. Entre 1541 e 1564, a chamada “Roma Protestante” foi modelada segundo sua interpretação rígida das Escrituras. A cidade impunha disciplina religiosa férrea: missas católicas foram banidas; bailes, jogos e diversões mundanas, proibidos; a frequência aos cultos e a conduta moral de cada cidadão, fiscalizadas pelos anciãos. Crimes contra a doutrina – como idolatria, blasfêmia, adultério ou heresia – podiam levar a prisões e até execuções. O caso mais infame é o de Miguel Serveto, médico e teólogo humanista que negara a Trindade: fugido da Inquisição católica, Serveto cometeu imprudência de passar por Genebra, onde foi reconhecido. Calvino fez questão de que fosse julgado e condenado por heresia. Apesar de apelar por uma morte menos cruel (preferia decapitá-lo), Calvino viu Serveto ser queimado vivo em 1553 por decisão do Conselho genebrino – pena que ele próprio havia requisitado¹¹. Esse episódio terrível desencadeou críticas severas de outros protestantes (Sebastião Castellio, outrora aliado de Calvino, acusou-o de assassino e intolerante). Não obstante, Calvino defendeu até o fim a justiça de eliminar “os blasfemos” para preservar a pureza da fé. Genebra tornou-se um Estado policial teológico, e o próprio reformador agia como inquisidor implacável. Esse é o sonho da bancada evangélica de nosso país: transformar tudo em uma teocracia sem precedentes. Calvino não era movido por Cristo, e sim por um espírito de anticristo. De fato, Jesus ensinara a amar os inimigos e a liberdade da graça, ao passo que Calvino erigiu uma sociedade do medo e da coerção “em nome de Deus”.Por esse contraste, vemos que a Reforma é uma árvore envenenada: nenhum movimento verdadeiramente divino se consolidaria por meios tão violentos. Calvino é apenas mais um instrumento das trevas, usando a religião reformada como fachada para semear perseguição, discórdia e morte tal como os poderes anticristos sempre fizeram. 


A mentira da dupla predestinação


“Chamamos predestinação ao eterno decreto de Deus pelo qual Ele determinou consigo mesmo aquilo que Ele quis que ocorresse a cada homem. [...] a vida eterna é preordenada para alguns, e a perdição eterna para outros. [...] Falamos deles como predestinados para a vida ou para a morte.”

(Calvino, Institutas da Religião Cristã, Livro III, Capítulo 21, §5)


“Portanto, aqueles a quem Deus pretere, os reprova; não por outra causa, mas porque os quer excluir da herança para a qual predestina a seus filhos.”

(Calvino, Institutas da Religião Cristã, Livro III, Capítulo 23, §1)


A doutrina da dupla predestinação, segundo a qual Deus decreta positivamente a salvação de alguns e a condenação de outros desde a eternidade, cria grandes contradições teológicas e morais.

Na Escritura encontramos: “O Senhor [...] não quer que ninguém pereça, mas que todos cheguem ao arrependimento” (2Pe 3:9)

A lógica calvinista transforma o Criador em autor da perdição, o que contradiz frontalmente a santidade e misericórdia divina. Se Deus decreta previamente quem será salvo ou condenado, de que serve o arrependimento, a fé e a evangelização? Eles se tornam apenas atos mecânicos. A própria culpa humana perde sentido, pois o homem não pode evitar o que Deus decretou irrevogavelmente. Isso fere a liberdade moral presente em toda a Escritura.

 Jesus declarou:

“Vinde a mim todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei” (Mt 11:28)

Esse convite é incompatível com a ideia de que muitos estão condenados desde o ventre, sem qualquer chance de responder ao chamado divino. A boa nova se tornaria, segundo a dupla predestinação, uma má notícia para a maioria. Anunciar o evangelho, nesse sistema, não é ofertar salvação a todos, mas apenas declarar algo que já foi decidido nos bastidores. A cruz, nesse sentido, não é suficiente, pois não morre por todos, apenas pelos eleitos.


Contra a predestinação incondicional


A doutrina calvinista da predestinação incondicional tem sido, há séculos, motivo de acalorado debate teológico. Em sua formulação clássica, defende que antes da fundação do mundo, Deus teria determinado incondicionalmente quais indivíduos seriam salvos (os eleitos) e quais estariam irrevogavelmente condenados (os réprobos), não com base em qualquer previsão de fé ou obras, mas por um decreto soberano absoluto. A esta doutrina se somam outras: a irresistibilidade da graça, segundo a qual os eleitos não podem resistir ao chamado de Deus; e a negação de um livre-arbítrio efetivo, que entende a vontade humana como totalmente escrava do pecado, incapaz de responder voluntariamente ao Evangelho sem a regeneração prévia unilateral operada por Deus.
          Tais ideias, embora articuladas com rigor lógico dentro da tradição reformada, apresentam sérias divergências com a totalidade das Escrituras. Ela, de Gênesis a Apocalipse, revela um Deus que chama, adverte, convida, persuade, lamenta, e espera uma resposta autêntica e livre da criatura racional. Um Deus que, embora soberano, escolhe dialogar com o ser humano e condicionar certas bênçãos à obediência e à fé (Dt 28; Ez 18; Mt 23). Isso não nega Sua onisciência, mas valoriza a Sua justiça, misericórdia e coerência moral com Sua própria natureza revelada.

A doutrina calvinista da predestinação incondicional ensina que o ser humano não tem liberdade real para escolher seu destino eterno, pois Deus já decidiu, desde a eternidade, quem será salvo e quem será condenado. No entanto, a própria Torá, base da revelação divina, afirma o contrário: Deus coloca a vida e a morte como opções reais diante do homem e o chama a escolher.

 Deuteronômio 30:19:

הַעִידֹתִי בָכֶם הַיּוֹם... הַחַיִּים וְהַמָּוֶת נָתַתִּי לְפָנֶיךָ... וּבָחַרְתָּ בַּחַיִּים לְמַעַן תִּחְיֶה אַתָּה וְזַרְעֶךָ׃

Tradução: “Os céus e a terra tomo hoje por testemunhas contra vós, que te propus a vida e a morte, a bênção e a maldição; escolhe, pois, a vida, para que vivas, tu e a tua descendência.”

O verbo וּבָחַרְתָּ (uvacharta) está no qal perfeito 2ª pessoa masculina singular, indicando ação voluntária atribuída ao ouvinte: “tu escolherás” ou “escolhe tu”.
          A expressão נָתַתִּי לְפָנֶיךָ (natatti lefanekha) — “coloquei diante de ti” — reforça que as opções são apresentadas ao indivíduo de forma objetiva, cabendo a ele decidir.

לְמַעַן תִּחְיֶה (lema'an tichyeh) – “para que vivas” – indica que o resultado da escolha é condicionado à resposta humana.

O texto deixa claro que Deus não impõe unilateralmente a vida ou a morte, mas apresenta ambas como caminhos reais. Isso contradiz a doutrina de uma eleição fixada antes de qualquer resposta humana.

Ezequiel 18:23 e 18:32:

הֶחָפֹץ אֶחְפֹּץ מוֹת רָשָׁע... הֲלֹא בְּשׁוּבוֹ מִדְּרָכָיו וְחָיָה׃

Tradução: “Acaso tenho eu prazer na morte do ímpio? diz o Senhor Deus. Não desejo Eu, antes, que ele se converta dos seus caminhos e viva?”

כִּי לֹא אֶחְפֹּץ בְּמוֹת הַמֵּת... וְהָשִׁיבוּ וִחְיוּ׃

Tradução: “Porque não tenho prazer na morte de ninguém, diz o Senhor Deus. Convertei-vos, pois, e vivei.”

O verbo אֶחְפֹּץ (echpotz) – “tenho prazer” – é forma qal imperfeito 1ª pessoa, e usado duas vezes para negar o prazer divino na morte do ímpio.

 A forma הָשִׁיבוּ (hashivu) é imperativo piel plural: “convertei-vos”. Não é uma ação que Deus faz sozinho, mas uma ordem direta ao povo.

וִחְיוּ (vichyu) – também imperativo plural: “e vivei” – condiciona a vida à conversão humana.

Deus deixa claro que não deseja a morte do ímpio, mas espera uma conversão real da parte dele. A ideia de que réprobos estão eternamente destinados à perdição é frontalmente contrária a essa revelação divina. Se Deus determinasse, incondicionalmente, que certos homens fossem réprobos, seria incoerente Ele dizer que deseja que se convertam e vivam.


Refutação à irresistibilidade da graça com base no Novo Testamento grego


A doutrina calvinista da graça irresistível sustenta que, ao chamar eficazmente um dos eleitos, Deus transforma irresistivelmente sua vontade, de modo que este responderá à salvação infalivelmente. No entanto, os textos do Novo Testamento revelam algo diferente: a graça de Deus se estende a todos, mas pode ser rejeitada. A revelação não retrata a salvação como um ato unilateral imposto por decreto, mas como um convite que requer acolhimento voluntário.

João 1:9:

ἦν τὸ φῶς τὸ ἀληθινόν, ὃ φωτίζει πάντα ἄνθρωπον ἐρχόμενον εἰς τὸν κόσμον.

Tradução: “Ali estava a luz verdadeira, que, vinda ao mundo, ilumina a todo homem.”

O verbo φωτίζει (phōtízei) é presente indicativo ativo, significando “ilumina” de forma contínua e universal.

O objeto πάντα ἄνθρωπον (pánta ánthrōpon) — “todo homem” — é acusatívo singular masculino com artigo indefinido, indicando abrangência total, sem restrição aos eleitos.

A luz de Cristo é oferecida a todos. Isso desfaz a ideia de que a graça é aplicada apenas a um grupo predeterminado. A iluminação é real, mas não necessariamente eficaz, pois dependerá da resposta de cada um à luz recebida.

Atos 7:51:

σκληροτράχηλοι... ὑμεῖς ἀεὶ τῷ Πνεύματι τῷ Ἁγίῳ ἀντιπίπτετε.

Tradução: “Homens de dura cerviz... vós sempre resistis ao Espírito Santo.”

O verbo ἀντιπίπτετε (antipípete) é presente indicativo ativo, da raiz ἀντιπίπτω, que significa "opor-se", "resistir" com hostilidade.
          O advérbio ἀεὶ (“sempre”) reforça a constância da resistência, ou seja, um padrão de rejeição repetida ao Espírito.

A resistência ao Espírito Santo é real e recorrente. Se a graça fosse irresistível, não seria possível resisti-la. Este versículo é uma refutação direta à doutrina da graça irresistível, demonstrando que o Espírito age mesmo sobre aqueles que o rejeitam.

Mateus 23:37:

ποσάκις ἠθέλησα... καὶ οὐκ ἠθελήσατε.

Tradução: “Quantas vezes quis eu reunir teus filhos... e vós não o quisestes.”

O verbo ἠθέλησα (ēthelēsa) – “eu quis” – é aoristo indicativo ativo de θέλω, expressando a vontade real de Jesus.
          O contraste com οὐκ ἠθελήσατε (ouk ēthelēsate) – “vós não quisestes” – também aoristo, mostra que a vontade do povo foi oposta à de Cristo.

A vontade de Jesus (o próprio Deus encarnado) de reunir e proteger Jerusalém foi frustrada pela rejeição humana. A graça foi oferecida, mas recusada. Este versículo mostra de forma incontestável que a vontade divina pode ser rejeitada pela escolha humana, desmentindo a tese da graça irresistível.


Livre-Arbítrio e a Graça


Entre os textos mais diretos contra a doutrina da predestinação incondicional e da graça irresistível está a confissão paulina em 1 Timóteo 2:3-4, onde o apóstolo afirma que Deus deseja que todos sejam salvos. Esse texto é profundamente relevante porque expressa a vontade salvífica universal de Deus, revelando tanto sua intenção quanto o convite aberto à humanidade.

1 Timóteo 2:3–4

τοῦτο γὰρ καλὸν καὶ ἀπόδεκτον ἐνώπιον τοῦ σωτῆρος ἡμῶν Θεοῦ, ὃς πάντας ἀνθρώπους θέλει σωθῆναι καὶ εἰς ἐπίγνωσιν ἀληθείας ἐλθεῖν.

          Tradução: “Pois isto é bom e aceitável diante de Deus, nosso Salvador, o qual deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade.”

πάντας ἀνθρώπους (pántas anthrōpous) – Acusativo plural masculino, traduzido literalmente como “todos os homens”.

—> O termo πᾶς (pas) é usado sem restrição qualificadora; não há limitação contextual que o restrinja aos "eleitos".

—> Em grego, se Paulo quisesse dizer "todos os tipos de homens" ou "todos os eleitos", haveria construções específicas com τοὺς ἐκλεκτούς ou adjetivos limitantes, o que não ocorre aqui.

θέλει σωθῆναι (thélei sōthênai) – “deseja que sejam salvos”

—> O verbo θέλει (thélei) é presente indicativo ativo de θέλω, que significa desejar com intenção real, e não mera permissão passiva.

—> σωθῆναι é um infinitivo aoristo passivo de σῴζω (“salvar”), indicando que a salvação é algo que Deus deseja realizar em favor dos homens.

O texto mostra que a vontade salvífica de Deus é universal, não limitada por eleição arbitrária.
          O uso do grego é inequívoco: todos os homens, não apenas um grupo pré-selecionado. Se a graça fosse irresistível e a salvação dependesse apenas da vontade de Deus, então todos seriam salvos, pois é isso que Deus deseja. O fato de nem todos serem salvos implica que existe uma condição humana envolvida: a resposta livre à oferta da salvação.


Conclusão


A influência de correntes místicas, filosóficas e secretas no pensamento e na atuação de João Calvino torna-se evidente quando se unem os pontos: sua educação cruzando caminhos com a de um mestre jesuíta, sua linguagem teológica abraçando termos que seriam pilares da Maçonaria, seus símbolos adotados partilhando iconografias esotéricas, e os desdobramentos históricos de seu movimento entrelaçando-se com sociedades discretas e projetos políticos revolucionários. Longe de ser uma figura “puramente bíblica” isolada, Calvino emerge, nessa análise, como alguém cujas ideias foram catalisadas e depois utilizadas por forças ocultas maiores que ele. Não é de se admirar que os protestantes reverenciem João Calvino assim como os maçons reverenciam Albert Pike. O calvinismo, e o protestantismo em geral, acabaram infiltrados e orientados pela Maçonaria, guardiã moderna das antigas sabedorias mistéricas herdadas dos Cavaleiros Templários e das escolas herméticas. Na realidade, sempre foi assim. A maçonaria controla o protestantismo. Ambos, por sua vez, estiveram subordinados, em última instância, aos desígnios da maligna Ordem Jesuíta, que desde o século XVI manobra eventos religiosos e políticos nos bastidores. 

Em síntese, João Calvino é exposto aqui como mais um agente do espírito anticristo camuflado na história. Sua imagem de reformador santo dissipa-se diante das evidências de ligações com o ocultismo e a violência sectária. Além disso, suas doutrinas, profundamente diabólicas, formulam a ideia de um deus pior do que Satanás. Calvino figura, ao lado de Lutero, como um ídolo herético venerado pelos evangélicos modernos para ocultar suas verdadeiras origens. Atrás da máscara piedosa de teólogo, identifica-se um Anticristo, um falso guia cuja obra serviu a propósitos contrários ao Evangelho. Seu legado, aparentemente seguidor de Cristo, está imbricado com a Babilônia espiritual com sociedades secretas, ambições de poder temporal e enganos diabólicos. Nada disso poderia permanecer oculto para sempre: a realidade está aqui. João Calvino, o 8º indivíduo exposto, é desvelado como um rosacruciano oculto, tirano predestinado, um homem que atuou como marionete de Satanás no grande teatro esotérico-religioso do mundo.


Fontes


¹ William Guy Carr. Pawns in the Game. Willowdale: Federation of Christian Laymen, 1958. (p.9, cap.2) 


² Homuth, Norbert. Die Verschwörung des Antichristus (A Conspiração do Anticristo). Berlim: 1987.


³ MUSÉE PROTESTANT. Calvin’s Paris. Disponível em: https://museeprotestant.org/en/notice/paris-de-calvin. Acesso em: 11 jun. 2025.


⁴ DISCERNING THE WORLD. Huguenots, John Calvin and Freemasonry. 27 nov. 2014. Disponível em: https://www.discerningtheworld.com/2014/11/27/huguenots-john-calvin-freemasonry. Acesso em: 11 jun. 2025.


⁵ CALVIN UNIVERSITY. The Calvin Seal. Disponível em: https://calvin.edu/about/history/calvin-seal.html. Acesso em: 11 jun. 2025.


⁶ IDENTIFY MEDALS. The Order of the Holy Spirit. Disponível em: https://www.identifymedals.com/database/medals-by-period/pre-ww1-medals/the-order-of-the-holy-spirit/. Acesso em: 11 jun. 2025.


⁷ WIKIPEDIA. Great Architect of the Universe. Disponível em: https://en.wikipedia.org/wiki/Great_Architect_of_the_Universe. Acesso em: 11 jun. 2025.


⁸ WIKIPEDIA. La ética protestante y el espíritu del capitalismo. Disponível em: https://es.wikipedia.org/wiki/La_%C3%A9tica_protestante_y_el_esp%C3%ADritu_del_capitalismo. Acesso em: 11 jun. 2025.


⁹ BIBLIOT3CA. Sobre o rito ‘Mot de Maçon’ – Palavra de Maçom: a origem calvinista do rito. Publicado em: 15 ago. 2018. Disponível em: https://bibliot3ca.com/2018/08/15/sobre-o-rito-mot-de-macon-palavra-de-macom-a-origem-calvinista-do-rito/. Acesso em: 11 jun. 2025.


¹⁰ MUSÉE PROTESTANT. French Protestants and the Freemasons. Disponível em: https://museeprotestant.org/en/notice/french-protestants-and-the-freemasons/. Acesso em: 11 jun. 2025.


¹¹ ENCYCLOPÆDIA BRITANNICA. Michael Servetus. Disponível em: https://www.britannica.com/biography/Michael-Servetus. Acesso em: 11 jun. 2025.


Leituras complementares e ou usadas no texto


CALVIN, John. The Institutes of the Christian Religion. Translated by Henry Beveridge. Grand Rapids, MI: Christian Classics Ethereal Library. Available at: https://www.ccel.org/ccel/c/calvin/institutes/cache/institutes.pdf. Accessed on: 13 June 2025. p. 60.

CALVINO, João. As Institutas ou Tratado da Religião Cristã. Vol. 1. Tradução de Waldyr Carvalho Luz. Edição clássica (latim). São Paulo: Editora Cultura Cristã, 2006. Disponível em: https://www.poramoraosalvador.com.br/livros/joao_calvino_institutas1.pdf. Acesso em: 13 jun. 2025.

MARTINEZ, João Flávio. Calvinismo Recalcitrante.

VANCE, Laurence M. O outro lado do calvinismo. 


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