𝗠𝗮𝗿𝘁𝗶𝗻𝗵𝗼 𝗟𝘂𝘁𝗲𝗿𝗼 - 𝗢 𝟳° 𝗶𝗻𝗱𝗶𝘃𝗶́𝗱𝘂𝗼 𝗲𝘅𝗽𝗼𝘀𝘁𝗼
A Reforma Protestante, iniciada por Martinho Lutero em 1517, não foi apenas um movimento religioso, mas também um evento influenciado por correntes místicas e filosóficas. Diversas fontes sugerem que Lutero estava em contato com ordens filosóficas místicas como a Rosa-Cruz, que tiveram um papel significativo na moldagem de seus pensamentos e ações¹.
𝘼 𝙍𝙤𝙨𝙖-𝘾𝙧𝙪𝙯 𝙚 𝙎𝙚𝙪𝙨 𝙎𝙞𝙢𝙗𝙤𝙡𝙞𝙨𝙢𝙤𝙨
Martinho Lutero, em uma carta datada de 1516, descreve o significado de seu símbolo, explicando que a cruz negra representa Jesus e que, colocada no centro do coração vermelho, simboliza a comunidade cristã. Este coração, no centro da rosa branca, representa o êxtase místico, a consolação e a paz. Para Lutero, "O branco é a cor do espírito e de todos os anjos; o campo azul representa o céu espiritual, onde Jesus Cristo reina, e o círculo dourado representa o ouro místico, que Deus outorga à Humanidade através da fé"². Este simbolismo aproxima-se da concepção Rosacruz, que representa a personalidade florescendo para a espiritualidade sobre a cruz da existência.
𝙍𝙚𝙡𝙖𝙘̧𝙤̃𝙚𝙨 𝙃𝙞𝙨𝙩𝙤́𝙧𝙞𝙘𝙖𝙨 𝙚 𝙄𝙣𝙛𝙡𝙪𝙚̂𝙣𝙘𝙞𝙖𝙨
Lutero pertencia à congregação dos eremitas agostinianos e foi influenciado por Johann von Staupitz, que liderava a Loja Rosacruz de Nuremberg. Historiadores como Dietrich Emme e Norbert Homuth sugerem que Staupitz e seus irmãos de loja incitaram Lutero contra o Papa³.
O Professor Dr. Rodolfo Domenico Pizzinga⁴, membro dos Iluminados de Kemet, escreveu um artigo de trinta e cinco páginas que aqui vou resumir.
Ele diz que alguns estudiosos afirmam que Lutero e seus seguidores fundaram o Movimento Rosacruz na Renascença, com o teólogo Johann Valentin Andreae supostamente sendo o autor dos famosos manifestos rosacruzes. A ideia era resgatar a essência esotérica dos ensinamentos de Jesus. O autor sugere que a semelhança entre o símbolo de Lutero e os símbolos rosacruzes não é mera coincidência. Ele menciona que Harvey Spencer Lewis, primeiro Imperator da Ordem Rosacruz AMORC, recomendava aos membros da Ordem que apoiassem uma igreja de sua comunidade e que o logotipo do Rose+Croix Journal se assemelha à Rosa de Lutero⁵.
Martinho Lutero (1483 – 1546) foi o catalisador do movimento que conhecemos como Protestantismo. Quando ele deu início ao maior e mais significativo cisma na história do Cristianismo, os maçons já eram um importante fenômeno cultural espalhado por toda a Europa, especialmente na Alemanha, onde Lutero começou sua pregação.
Devido à liberdade de consciência e à condição de pedreiros livres (isso no pensamento maçonico), que lhes permitia se mover livremente pelo território europeu sem as burocracias que restringiam os demais cidadãos, esses profissionais e intelectuais admitidos em suas corporações se tornaram um importante canal para as ideias do frade alemão. Dada a ligação de Lutero com círculos místicos na Alemanha, não seria imprudente considerá-lo simpatizante das ideias do grupo precursor do movimento Rosa-Cruz, fundado pelo alquimista Johannes Valentin Andreas no início do século XVII, cuja influência na Maçonaria foi fundamental para seu direcionamento como fenômeno cultural.
No início do século XVII, surgiram os Manifestos Rosas-cruzes. Basta dizer que, graças às pesquisas de Serge Huttin e Frances Yates, sabemos hoje que a Rosa-Cruz como instituição não existia naquela época. Tratava-se, na verdade, de um grupo de pensadores místicos predominantemente alemães, que alegavam possuir segredos capazes de mudar a história da humanidade⁶.
Essas afirmações naturalmente aguçaram a imaginação popular, atraindo muitos intelectuais para a “Fraternidade da Rosa-Cruz”. Esses pensadores, na realidade, apenas divulgavam teses e tradições herméticas desenvolvidas por alquimistas e filósofos gnósticos. Seus segredos eram aqueles que os alquimistas diziam ter descoberto em seus "magistérios". Grupos desses "rosacrucianos" eram ativos nas Lojas especulativas alemãs, francesas e inglesas, introduzindo nos rituais dessas Lojas símbolos, alegorias, evocações e ensinamentos da tradição hermética e gnóstica. O termo “rosa-cruz” tornou-se sinônimo de livre-pensador. Intelectuais que não se conformavam com as restrições impostas pelas autoridades religiosas se autodenominavam "rosacrucianos". Voltaire, Isaac Newton, Leonardo da Vinci, Miguel Ângelo, entre outros, eram considerados "rosacrucianos."
Durante todo o século XVII, as Lojas especulativas da Europa conviveram com essa verdadeira babel intelectual que se tornara a prática maçônica. Maçons alquimistas, gnósticos e cavaleiros, cada qual, como escreveu H. P. Marcy, "interpretando à sua maneira as Velhas Constituições (Old Charges), criando uma variedade de formas de iniciação, condução de reuniões e interpretação dos símbolos e ensinamentos maçônicos." Essa diversidade, continua o autor, poderia "destruir a unidade moral que permanecia como único vínculo entre os maçons aceitos. A confusão aumentava diariamente e a antiga instituição ameaçava falir sem esperança de recuperação.⁷"
Em resumo, os Manifestos Rosas-cruzes representaram uma forma hermética de doutrina semelhante àquela praticada na Maçonaria especulativa. Esses manifestos anteciparam os estatutos da Ordem Maçônica em mais de um século, ao incorporar a ideia de Irmandade que a Maçonaria mundial buscaria em seus objetivos⁸.
Segundo Homuth, em um discurso registrado por Anton Lauterbach em 1539, Lutero confessou que Staupitz e Tetzel o impulsionaram contra o Papa⁹.
𝘼𝙥𝙤𝙞𝙖𝙙𝙤𝙧𝙚𝙨 𝙙𝙖 𝙍𝙚𝙛𝙤𝙧𝙢𝙖
Membros da Loja Rosacruz de Nuremberg, como Lazarus Spengler, Albrecht Dürer e Willibald Pirckheimer, foram ativos na defesa das ideias de Lutero. A historiografia oficial reconhece que Nuremberg foi um centro crucial para a disseminação do Luteranismo. Em 1521, Spengler escreveu um panfleto em defesa de Lutero e influenciou o conselho municipal de Nuremberg, que já estava alinhado com os ensinamentos de Lutero antes das discussões religiosas de 1525¹⁰.
𝘼 𝙇𝙪𝙩𝙖 𝘾𝙤𝙣𝙩𝙧𝙖 𝙖 𝙄𝙜𝙧𝙚𝙟𝙖 𝘾𝙖𝙩𝙤́𝙡𝙞𝙘𝙖
A ordem Rosacruz e suas filosofias divergiam das ideologias católicas impostas desde o Concílio de Nicéia. As práticas esotéricas defendidas por ordens como a Rosa-Cruz eram vistas como uma ameaça à hegemonia católica. Lutero, conhecendo essas filosofias, adaptou-as ao protestantismo, influenciando a visão mística e religiosa de seus seguidores¹¹.
𝘾𝙤𝙣𝙘𝙡𝙪𝙨𝙖̃𝙤
A influência de ordens filosóficas e místicas como a Rosa-Cruz na Reforma Protestante de Martinho Lutero é evidente em diversos aspectos de sua obra e vida. A interação de Lutero com figuras influentes da Rosa-Cruz moldou não apenas a Reforma, mas também a evolução do pensamento religioso moderno. A análise dessa relação revela a profundidade e complexidade das forças que atuaram na transformação do cristianismo ocidental¹².
Não é de se admirar que os protestantes reverenciam Martinho Lutero, como os maçons reverenciam Albert Pike. O Protestantismo é controlado pela Maçonaria, que preserva a sabedoria das eras adquirida dos Templários, os antigos Cavaleiros do Papado, e que atualmente está subordinada à maligna ordem Jesuíta.
Encontrará abaixo duas seções: Fontes e Citações Adicionais. Uma é para apresentar as referências bibliográficas, e a outra é para acabar de uma vez por todas com o ídolo do protestantismo, hoje chamado de "evangélicos", título usado para esconder suas origens nesta persona que é um Anticristo, rosacruciano, filho da Babilônia espiritual, marionete de Satanás.
𝙁𝙤𝙣𝙩𝙚𝙨
¹ Anpu, Kanefer. "Lutero, a Rosa e a Cruz."
² Rothkranz, Johannes. Die Zertrummerung des Christlichen Abendlandes. Durach: Verlag Anton Schmid, 1977.
³ Homuth, Norbert. Die Verschwörung des Antichristus.
⁴ O Professor Dr. Rodolfo Domenico Pizzinga é Doutor em Filosofia, Mestre em Educação, Professor de Química, Membro da Ordem de Maat, Iniciado do Sétimo Grau do Faraó, Membro dos Iluminados de Kemet, Membro da Ordem Rosacruz AMORC e Membro da Tradicional Ordem Martinista. É autor de dezenas de monografias, ensaios e artigos sobre Metafísica Rosacruz. Seu web site pessoal é: http://paxprofundis.org
⁵ PIZZINGA, R. D. O Pensamento de Lutero e a Maçonaria. Ordo Svmmvm Bonvm. Disponível em: <https://dn720003.ca.archive.org/0/items/o-pensamento-de-lutero-e-a-maconaria-ordo-svmmvm-bonvm/O%20Pensamento%20de%20Lutero%20e%20a%20Ma%C3%A7onaria%20-%20Ordo%20Svmmvm%20Bonvm.pdf>. Acesso em: 18 fev. 2025. Páginas 3-7.
⁶ Serge Hutin – História da Alquimia – Cultrix, São Paulo, 1987
― Frances Yates, O Iluminismo Rosa-Cruz, Cultrix, São Paulo, 1967
⁷ Jean Palou, op citado, pg. 35,48.
⁸ Há muitos trabalhos alquímicos que abordam a filosofia Rosa-Cruz. Os dois manifestos mais conhecidos são o "Fama Fraternitatis" e o "Confessio Fraternitatis", publicados pela primeira vez em 1614 e 1615. Esses manifestos tratam da criação de uma "Fraternidade mundial de sábios" dedicada ao bem e ao avanço das ciências (segundo eles), um objetivo também compartilhado pela Maçonaria.
⁹ Emme, Dietrich. Martin Luther. Seine Jugend und Studentenzeit 1483-1505. Regensburg, 1986.
¹⁰ Friedenthal, Richard. Lutero. Sein Leben und seine Zeit. 8ª edição. Munique – Zurique, 1982.
¹¹ Andreae, Johann Valentinus. Fama Fraternitatis. Cassel, 1614.
¹² Yates, Frances. The Rosicrucian Enlightenment. 1972.
𝘾𝙞𝙩𝙖𝙘̧𝙤̃𝙚𝙨 𝙖𝙙𝙞𝙘𝙞𝙤𝙣𝙖𝙞𝙨
No livro "The rosicrucian enlightenment", nas páginas 92-93, Frances A. Yates diz que o nome "Christian Rosencreutz" possui várias possíveis origens. A rosa é um símbolo alquímico, um símbolo místico religioso e é usada no emblema de Lutero, assim como nas armas de Johann Valentin Andreae. Andreae foi influenciado pelas cerimônias e tradições cavalheirescas, especialmente aquelas ligadas à Ordem da Jarreteira, e elementos dessas influências aparecem em suas obras, incluindo "As Bodas Alquímicas". O autor sugere que o nome "Rosencreutz" poderia ter uma origem cavalheiresca, referindo-se à cruz vermelha de São Jorge da Ordem da Jarreteira e às rosas da Inglaterra, além de uma possível origem alquímica, combinando "Ros" (orvalho) e "Crux" (luz). A Monas de Dee, discutindo o "ros" como forma alquímica da cruz, é ligada ao "Confessio Rosicrucian". Assim, "Rosicrucianismo" teria tanto um significado cavalheiresco exotérico quanto um significado alquímico esotérico.
"[...] Foi assim que Cristiano Rosacruz voltou para a Alemanha, para fundar a Escola de Mistérios do Ocidente. De volta à Alemanha! Foi a partir desse momento que esse país se tornou um baluarte do novo pensar, da nova vida em devir. Os espíritos foram influenciados de incontáveis maneiras. Uma nova filosofia abriu passagem; poetas e pensadores, inspirados pela Ordem, surpreenderam a consciência do mundo. A grande reforma conduzida por Lutero, a formidável revolução da Igreja, que abarcou o mundo, nasceu na Alemanha. Foi na Alemanha que Marx lançou sua reforma social também para o mundo inteiro. Uma série quase ininterrupta de obreiros espalhou-se da Alemanha para o mundo, combatentes a serviço da bondade, da verdade e da justiça. [..]
Queremos ainda dirigir vossa atenção para a grande reforma da Igreja empreendida por Lutero, sob a influência da Rosacruz. Com Lutero foi dado o primeiro golpe na dominação ultramontana, e foi aberto o caminho para a livre pesquisa espiritual.[..] O realismo cristão que animou Lutero e Marx propulsionará o espírito até uma nova manifestação, a um nívem bem mais elevado. Face à completa degeneração da humanidade, consequência do encaminhamento cego dos próprios homens, haverá uma intervenção de maneira irresistível na constituição do mundo, sob a égide da Corrente da Fraternidade Universal da Luz, a fim de realizar a reforma ordenada por Deus. Essa reforma oferecerá a possibilidade de encontrar e percorrer a senda da regeneração, do retorno à vida original, a inúmeras pessoas que ainda se encontram sob o domínio da ilusão e ainda continuam a seguir suas autoridades.
Assim que chegaram ao poder no desencadear da Segunda Guerra Mundial, os movimentos que serviam às potestades do mal lançaram-se contra os grupos esotéricos e, entre eles, o da Rosacruz em sua forma exterior. O verdadeiro movimento rosacruz, contudo, é tão intangível quanto o ar, e os Irmãos da Luz trabalharam e continuam a trabalhar intensamente. Nada nem ninguém pode parar a marcha triunfal; nada nem ninguém pode estancar a reforma. Na Europa e no mundo inteiro, em meio a forças de desagregação que ganham terreno e nos envolvem de todos os lados, a vitória está sendo preparada. As ondas da reforma, as forças irresistíveis do corpo etérico de Cristiano Rosacruz, elevam-se com majestade divina, envolvendo e penetrando todo o nosso campo de vida. Somente o bloco da cultura demoníaca deverá temer o poder da revolução de Aquário."
PENTAGRAMA. O Chamado da Fraternidade Rosa-Cruz. Disponível em: <https://pentagrama.org.br/wp-content/uploads/2019/08/chamado-fraternidade-rosacruz.pdf>. Páginas 118,130-131.
No livro Masonic & Occult Symbols Illustrate, do Doutor Cathy Burns, nas páginas 186-189, o autor argumenta que muitas organizações utilizam símbolos ocultistas em seus logotipos, alguns conscientemente e outros inocentemente. Um exemplo é a Antiga e Mística Ordem Rosae Crucis (AMORC), que detalha a simbologia da Cruz Rosa Hermética, explicando seus significados alquímicos e esotéricos. A descrição da AMORC revela a complexidade da simbologia, incluindo cruzes, pentagramas, hexagramas e símbolos astrológicos e cabalísticos. A cruz menor representa o microcosmo (homem) e a maior, o macrocosmo. A descrição está repleta de conotações ocultistas e alquímicas, referenciando a tradição hermética, que é comum na feitiçaria e na maçonaria. O autor destaca que a alquimia, fundamental na feitiçaria, também é importante na maçonaria. Alquimistas operativos buscavam transmutar metais, enquanto alquimistas especulativos viam a alquimia como uma ciência espiritual de regeneração. A maçonaria refere-se à alquimia especulativa. Por fim, o autor menciona que figuras como Hermes, Mercúrio e Thoth são associadas ao ocultismo e à feitiçaria, e sinônimos de Satanás, segundo a ocultista Helena Petrovna Blavatsky.
"A rosa é um símbolo iônico associado à geração, fecundidade e pureza. O fato de as flores desabrocharem gradualmente faz com que elas sejam escolhidas como símbolos do desabrochar espiritual. A cor vermelha da rosa refere-se ao sangue de Cristo, e o coração dourado oculto no meio da flor corresponde ao ouro espiritual oculto na natureza humana. O número de suas pétalas, sendo dez, também é um sutil lembrete do número perfeito pitagórico. A rosa simboliza o coração, e o coração sempre foi aceito pelos cristãos como emblema das virtudes do amor e da compaixão, bem como da natureza de Cristo, a personificação dessas virtudes. A rosa como emblema religioso é de grande antiguidade. Ela foi aceita pelos gregos como símbolo do nascer do sol, ou da chegada do amanhecer. Em sua Metamorfose ou O Asno de Ouro, Apuleio, transformado em burro por causa de sua tolice, recuperou sua forma humana ao comer uma rosa sagrada dada a ele pelos sacerdotes egípcios.
A presença de uma rosa hieroglífica no escudo de Martinho Lutero tem sido a base de muitas especulações sobre se alguma conexão existia entre sua Reforma e as atividades secretas da Rosa-Cruz. As aspirações políticas dos Rosacruzes foram expressas através das atividades de Sir Francis Bacon, do Conde de St.-Germain e do Conde de Cagliostro. Este último é suspeito de ter sido um emissário dos Cavaleiros Templários, uma sociedade profundamente envolvida no transcendentalismo, como observou Eliphas Levi. Há uma suposição popular de que os Rosacruzes foram pelo menos instigadores parciais da Revolução Francesa. (Note especialmente a introdução ao romance rosacruz de Lord Bulwer-Lytton, Zanoni.)"
HALL, Manly P. The Secret Teachings of All Ages. Los Angeles: Philosophical Research Society, 1928. p. 431-432.
Lutero, como um bom influenciador do nazismo, diz assim em seu livro Von den Juden und ihren Lügen (Dos Judeus e suas mentiras), página 21: "Em vez de matá-los, os deixamos impunes pelos assassinatos, blasfêmias mentiras dando-lhes espaço entre nós; protegemos suas casas, suas escolas, suas vidas seus bens, deixando que nos roubem, ainda escutamos deles que nós devíamos ser espoliados mortos! Os judeus proclamam que têm razões sagradas para nos destruir. As práticas contra nós são convicção religiosa! Que nós, cristãos, devíamos fazer com este povo maldito amaldiçoado? Que fazer, já que os temos entre nós, para não compartilhar com suas mentiras blasfêmias? Como dizem os profetas, não podemos apagar o eterno fogo da ira divina, nem podemos converter os judeus. Devemos rezar com fervor, praticar piedade bom exemplo, na esperança de converter pelo menos alguns deles. Não devemos nos vingar, porque já vivem vingança de Deus, que pior do que seria nossa. Vou dar meu conselho. Primeiro devíamos incendiar suas sinagogas (ou escolas) e o que não queimar, devia ser soterrado definitivamente, para honra de Nosso Senhor da cristandade."
Vemos que essa mentalidade esquizofrênica de dizer ter piedade com o próximo, e logo depois julgá-lo e desejar o mal, se estende até os dias de hoje com os religiosos, filhos do inferno do Cristianismo. Dizem que devemos amar o próximo, mas condenam quem não frequenta seus prostíbulos espirituais. Dizem amar os "perdidos", mas os condenam em suas pregações e no oculto. Dizem amar os irmãos, claro, os de dentro da religião, mas são o povo que mais faz fofoca da vida alheia. Dizem que amam a Deus, mas oram a Ele colocando-O contra a parede. Dizem amar o próximo, mas na primeira oportunidade dizem que alguém vai para o inferno, ou que blasfema contra o Espírito Santo.
"Os judeus deviam ser reunidos sob um único teto, como numa estrebaria, igual aos ciganos, para que saibam que não são donos da terra, mas prisioneiros, por suas mentiras e blasfêmias. Em seguida, deviam ser confiscados seus livros de orações Talmud, pois só ensinam idolatria e mentiras. Depois, proibir por todos os meios, que os rabinos continuem pregar, pois perderam o direito de pregar."
Isso aconteceu mais ou menos no holocausto. Durante o regime nazista, as ideias de Lutero foram amplamente divulgadas e utilizadas para apoiar a ideologia antissemita. Cópias do livro de Lutero foram exibidas em comícios e reuniões nazistas, e o consenso acadêmico predominante é que o livro teve um impacto significativo no Holocausto2. Julius Streicher, editor do jornal nazista Der Stürmer, descreveu a obra de Lutero como o tratado mais radicalmente antissemita já publicado (Veja mais em: https://aventurasnahistoria.com.br/noticias/reportagem/o-antissemitismo-de-martinho-lutero-e-a-perseguicao-contra-judeus.phtml?form=MG0AV3).
"será, pois, para nós cristãos, tarefa muito séria de tudo fazer para livrar-nos, com nossas almas, desta peste que são os judeus, para salvar-nos do Satanás da morte eterna. Devemos antes de mais nada, como já dissemos, queimar suas sinagogas com enxofre fogo do próprio inferno, para que Deus testemunhe fim destes lugares usados para ofendê-lo ofender nossa sincera devoção." pg.27-28
"Na minha opinião, se quisermos ficar livres dos males judaicos, temos que separar-nos deles, temos que mandálos embora de nossas terras. eles? Que vão para a sua pátria! Assim não ouviremos mais suas mentiras sobre cativeiro entre nós, nós estaremos livres de suas blasfêmias da usura!" página 29.
Lutero continua em DO SCHEM HAMPHORAS DA LINHAGEM DE CRISTO, Wittemberg, 1543: "Em suma, são jovens demônios condenados ao inferno."
"Na véspera da eleição dos delegados ao sínodo que escolheria o bispo do Reich, Hitler pessoalmente ocupou o rádio para exortar à eleição os cristãos alemães, dos quais Müller era candidato. Bodelschwing retirou sua candidatura, e a eleição apresentou uma maioria de cristãos alemães que em setembro, no sínodo de Wittemberg, local escolhido por ser onde Martinho Lutero pela primeira vez desafiara a Igreja Católica, Müller foi eleito bispo do Reich. Uma vez que Lutero foi antisemita,frequentemente os líderes nazistas apelavam para seus escritos para justificarem seus pontos de vista. Por exemplo, em 5 de outubro de 1933, o Pastor Wilhelm Rehm de Reutlingen, declarou publicamente, que "Hitler não teria sido possível sem Martinho Lutero"." (https://pt.wikipedia.org/wiki/Igreja_Nacional_do_Reich?form=MG0AV3#cite_note-16) Mais fontes encontrará neste link.
"Um fator na capitulação católica foi sem dúvida o temor aos luteranos. Pois se a atitude católica em relação a Hitler foi apreensiva e pusilânime, muitos membros do clero protestante se mostraram entusiastas. O colapso de 1918 e o fim da monarquia protestante foram um desastre para os luteranos. O artigo 137 da Constituição de Weimar estabelecia que não havia Igreja oficial. Na verdade, a legislação necessária para aplicar esta cláusula nunca foi sancionada, de modo que ainda se arrecadava e pagava o imposto eclesiástico. No entanto, a maioria dos luteranos temia que sua Igreja desmoronasse assim que se retirasse totalmente o apoio oficial. Por isso odiavam Weimar. Mesmo nesta situação, a decadência da Igreja evangélica na década de 1920 os encheu de terror. Eles não tinham confiança em sua capacidade de sobreviver mesmo com um Estado neutro e, assim como os católicos, mostravam-se profundamente pessimistas quanto às suas possibilidades diante da perseguição sistemática. Em resumo, haviam perdido a fé. Por conseguinte, alguns voltaram os olhos para Hitler e seu movimento como se fossem os salvadores. Na década de 1920, alguns luteranos de direita formaram a Federação por uma Igreja Alemã, que visava eliminar o antecedente judaico do cristianismo e criar uma religião nacional baseada nas tradições alemãs. Eles destacavam exageradamente as declarações antissemitas de Lutero e seu ódio à democracia. Sob a influência de Adolf Stocker, ex-pregador luterano da corte, ensinavam que a reforma de Lutero finalmente se completaria com uma reafirmação nacional do poder espiritual e da força física da Alemanha; por conseguinte, Lutero havia sido, por assim dizer, um João Batista de Hitler. Um grupo ainda mais extremo, os Cristãos Alemães da Turíngia, na verdade aclamou Hitler como "o redentor da história dos alemães... a janela através da qual a luz se projeta sobre a história do cristianismo"; o Führer era um "enviado divino". Um terceiro grupo, o Movimento Cristão Alemão, foi o primeiro a dar as boas-vindas às unidades nazistas uniformizadas em suas igrejas, e o que designou capelães para as S.A. Por sugestão de Hitler, em abril de 1932 os três grupos uniram forças no Movimento de Fé dos Cristãos Alemães e o pastor Joaquín Hossenfelder foi designado "líder do Reich". Ele prontamente ofereceu seus serviços à hierarquia nazista."
History of Christianity, de Paul Johnson, pp. 640-641.
O mesmo autor do livro acima, descreve a relação entre os protestantes alemães e o nazismo, destacando que os protestantes careciam de uma tradição antiestatal e não possuíam uma teologia que lhes permitisse opor-se ao governo. Desde os tempos de Lutero, os protestantes atuavam ao serviço do Estado e, assim, muitos membros do clero protestante mostraram-se entusiastas do regime nazista. Hitler aproveitou a história protestante e o apoio das igrejas evangélicas, que não conseguiram distinguir entre sua condição de membros de uma Igreja nacional e o total submissão ao governo.
Grupos protestantes, como a Federação por uma Igreja Alemã e os Cristãos Alemães, destacavam os pronunciamentos antissemitas de Lutero e aclamaram Hitler como um salvador, associando-o a uma visão nacionalista da fé cristã. Apesar do entusiasmo de alguns protestantes, Hitler não queria uma Igreja oficial e desconfiava dos protestantes que o apoiavam. A percepção geral era de que Hitler odiava o cristianismo, e ele expressou sua intenção de erradicar o cristianismo alemão. Nem a Igreja evangélica nem a católica condenaram o regime nazista, e os nazistas, embora afirmassem crenças na "religião do sangue", rejeitavam ferozmente as acusações de ateísmo. Isso pode ser conferido nas páginas 642-645.
Após a purga massiva de 30 de junho de 1934, muitos membros do clero protestante expressaram apoio ao regime nazista. Por exemplo, o bispo evangélico Dietrich enviou um telegrama a Hitler expressando "calorosos agradecimentos" pela purga, e houve uma circular afirmando que o banho de sangue demonstrava a "grandeza única do Führer". Em janeiro de 1934, Hitler se reuniu com doze líderes evangélicos, que depois dessa reunião retiraram seu apoio à Liga de Emergência dos Pastores e afirmaram lealdade incondicional ao Terceiro Reich. Eles condenaram qualquer crítica contra o Estado e lamentaram as atividades da imprensa estrangeira que retratavam falsamente as discussões internas da Igreja como um conflito contra o Estado.
Embora houvesse algumas formas de resistência, como a "Confissão de Barmen" em maio de 1934, que rejeitava a doutrina falsa de que o Estado poderia se tornar o único e totalitário ordenamento da vida humana, essa resistência foi limitada e teológica, não política. A coragem dos pastores também foi limitada e alguns que protestaram privadamente contra Hitler em 1936 acabaram se retraindo devido à pressão pública.
No geral, o apoio dos protestantes ao regime nazista foi significativo, com muitos líderes religiosos expressando lealdade ao Terceiro Reich e beneficiando-se de isenções fiscais e subsídios oficiais. Continua escrevendo Paul Johnson.
"A este grupo pertencem não apenas os genuinamente grandes estadistas, mas também todos os grandes reformadores. Ao lado de Frederico, o Grande, temos homens como Martinho Lutero e Richard Wagner." (HITLER, Adolf. Mein Kampf, p. 171.).
Vale dizer que Hitler não escreveu este livro, mas sim um padre jesuíta:
"O Führer tinha chegado ao poder, graças aos votos do Zentrum católico [Partido do Centro, supervisionado pelo jesuíta Ludwig Kaas], apenas cinco anos antes [1933], mas a maioria dos objetivos cinicamente revelados em Mein Kampf já haviam sido realizados; este livro . . . foi escrito pelo padre jesuíta [Bernhardt] Stempfle e assinado por Hitler. Para . . . foi a Companhia de Jesus que aperfeiçoou o famoso programa pan-germânico descrito neste livro, e o Führer o endossou." (Edmond Paris, Historiador francês, em sua obra 'A história secreta dos jesuítas', 1965.).
“Ao executarem seu primeiro massacre em larga escala, em 9 de novembro de 1938, no qual destruíram quase todas as sinagogas da Alemanha e assassinaram trinta e cinco judeus, os nazistas anunciaram que a perseguição era uma homenagem ao aniversário de Martim Lutero.” (Why the Jews?: The Reason for Antisemitism de Dennis Prager e Joseph Telushkin, p. 107).
“[...] os escritos posteriores de Lutero, atacando os judeus, eram tão virulentos que os nazistas os citavam frequentemente. De fato, Julius Streicher (nazista), argumentou durante sua defesa no julgamento de Nuremberg que nunca havia dito nada sobre os judeus que Martinho Lutero não tivesse dito 400 anos antes”. ((Dennis Prager e Joseph Telushkin: Why the Jews? The reason for anti-Semitism [Por que os Judeus: A causa do anti-semitismo] (Nova York: Simon & Shuster, 1983), p. 107.).
Poderia citar muito mais, incluindo o apoio da Igreja Católica a Hitler e ao nazismo, mas o texto ficaria muito longo. Por aqui, já basta saber quem foi Lutero.
𝗡𝗶𝗰𝗼𝗹𝗮𝘀 𝗕𝗿𝗲𝗻𝗼
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