𝗥𝗲𝘀𝗽𝗼𝗻𝗱𝗲𝗻𝗱𝗼 𝗮𝗼𝘀 𝗾𝘂𝗲𝘀𝘁𝗶𝗼𝗻𝗮𝗺𝗲𝗻𝘁𝗼𝘀 𝗱𝗲 𝗙𝗮́𝗯𝗶𝗼 𝗦𝗮𝗯𝗶𝗻𝗼 𝗮𝗰𝗲𝗿𝗰𝗮 𝗱𝗼 𝗺𝗮𝗹
Neste texto, você encontrará respostas às perguntas existentes no esboço de Fábio intitulado "Deus criou o mal?". Embora o tema central do esboço seja defender que o versículo 7 de Isaías 45 claramente fala que é Deus quem cria o mal, o que não discordo, o esboço também aborda outras questões que deixam em dúvidas aqueles que fazem uma leitura sincera das Escrituras. E é nestas que vou aprofundar.
𝙋𝙚𝙧𝙜𝙪𝙣𝙩𝙖 𝟭: 𝘿𝙚𝙪𝙨 𝙥𝙧𝙚𝙟𝙪𝙙𝙞𝙘𝙤𝙪 𝙖 𝙝𝙪𝙢𝙖𝙣𝙞𝙙𝙖𝙙𝙚 𝙖𝙤 𝙘𝙧𝙞𝙖𝙧 𝙖 𝙖́𝙧𝙫𝙤𝙧𝙚 𝙙𝙤 𝙘𝙤𝙣𝙝𝙚𝙘𝙞𝙢𝙚𝙣𝙩𝙤 𝙙𝙤 𝙗𝙚𝙢 𝙚 𝙙𝙤 𝙢𝙖𝙡?
Em Gênesis 2:9, a árvore do conhecimento do bem e do mal é criada por Deus e colocada no Jardim do Éden. Essa árvore representa a liberdade de escolha e a moralidade humana. A criação da árvore não é um ato de prejudicar a humanidade, mas de conceder o livre-arbítrio. Deus deu ao homem a capacidade de fazer escolhas morais e, com isso, a responsabilidade pelos seus atos.
A culpa do homem reside na desobediência e não na existência da árvore. O mal não foi criado pelo homem, mas a escolha de desobedecer trouxe as consequências do mal para a humanidade. Inclusive tenho um texto que já tratou deste assunto intitulado "𝙋𝙚𝙧𝙜𝙪𝙣𝙩𝙖 𝙚 𝙧𝙚𝙨𝙥𝙤𝙨𝙩𝙖 𝙖𝙘𝙚𝙧𝙘𝙖 𝙙𝙤 𝙡𝙞𝙫𝙧𝙚 𝙖𝙧𝙗𝙞́𝙩𝙧𝙞𝙤 𝙚𝙢 𝙂𝙚̂𝙣𝙚𝙨𝙞𝙨".
𝙋𝙚𝙧𝙜𝙪𝙣𝙩𝙖 𝟮: 𝘿𝙚𝙪𝙨 𝙘𝙧𝙞𝙤𝙪 𝙤 𝙢𝙖𝙡 𝙖𝙣𝙩𝙚𝙨 𝙙𝙤 𝙝𝙤𝙢𝙚𝙢?
Gênesis 1:3 afirma que Deus criou a luz, mas a escuridão é simplesmente a ausência de luz. Similarmente, o mal é a ausência do bem e não uma criação independente.
Em Gênesis 3:22, o homem se torna conhecedor do bem e do mal ao desobedecer a Deus. Isso não implica que o mal já existia como uma entidade, mas que a capacidade de conhecer e praticar o mal foi adquirida.
Deus é bom e tudo que criou originalmente era bom (Gênesis 1:31). O mal é uma corrupção do bem e surge como uma consequência da liberdade dada ao homem. A bondade de Deus é anterior e superior à existência do mal. O mal, sendo uma ausência de bem, aparece quando seres livres escolhem agir contra a bondade divina.
𝙋𝙚𝙧𝙜𝙪𝙣𝙩𝙖 𝟯: 𝘿𝙚𝙪𝙨 𝙥𝙤𝙙𝙚 𝙨𝙚𝙧 𝙩𝙚𝙣𝙩𝙖𝙙𝙤?
Tiago 1:13 afirma que Deus não pode ser tentado pelo mal e que Ele não tenta ninguém. Isso se refere à natureza divina e moral de Deus, que é imutável e absolutamente santa. A palavra grega "ἀπείραστος" (apeirastos) em seu contexto, significa "não pode ser tentado". Tiago usa o termo no sentido passivo, indicando que Deus não pode ser influenciado pelo mal.
Em Jó 1:11, Satanás desafia Deus a permitir que Jó seja testado. Deus permite, mas não é Ele quem tenta. A tentação vem de Satanás.
Deus permite testes e provações para revelar a fidelidade e a fé das pessoas, mas Ele mesmo não é a fonte da tentação. As tentações são permitidas dentro de Sua soberania para cumprir Seus propósitos. A passagem de Jó mostra que Deus está no controle e que mesmo as ações de Satanás só ocorrem dentro dos limites estabelecidos por Deus.
𝙋𝙚𝙧𝙜𝙪𝙣𝙩𝙖 𝟰: 𝙅𝙚𝙨𝙪𝙨 𝙚́ 𝘿𝙚𝙪𝙨? 𝘾𝙖𝙨𝙤 𝙚𝙡𝙚 𝙨𝙚𝙟𝙖, 𝙥𝙤𝙙𝙚𝙧𝙞𝙖 𝙨𝙚𝙧 𝙩𝙚𝙣𝙩𝙖𝙙𝙤?
Mateus 4:1 e Lucas 22:28 mostram Jesus sendo tentado no deserto e durante Sua vida. Hebreus 2:18 e 4:15 afirmam que Jesus foi tentado em todas as coisas, mas sem pecar.
Jesus é tanto plenamente Deus quanto plenamente homem. Sua natureza humana permitiu que Ele fosse tentado, mas Sua natureza divina assegurou que Ele não pecasse. A tentação de Jesus demonstra Sua identificação com a humanidade e Sua capacidade de ser o Sumo Sacerdote compassivo que entende nossas fraquezas e pode nos socorrer.
Assim como Israel foi testado por 40 anos, Jesus jejuou e foi tentado por 40 dias. Jesus, como o novo Israel, supera as tentações, demonstrando Sua fidelidade a Deus. Analisando os paralelos entre Mateus, Marcos e Lucas, há diferenças estilísticas e de ênfase. Por exemplo, Mateus usa o termo "ἐπείνασεν" (teve fome) para enfatizar a humanidade de Jesus, enquanto Marcos e Lucas têm abordagens ligeiramente diferentes.
Primeira tentação: Transformar pedras em pão.
Segunda tentação: Lançar-se do pináculo do templo.
Terceira tentação: Adorar Satanás para receber todos os reinos do mundo.
As tentações de Jesus não provam que Ele não é Deus, e responde a quarta pergunta. Em vez disso, mostram Sua identificação com a humanidade e Sua vitória sobre o mal. Jesus, em Sua natureza humana, foi tentado, mas em Sua natureza divina, não pecou. Ele é o Sumo Sacerdote perfeito que compreende nossas fraquezas e pode nos ajudar em nossas tentações.
𝗡𝗶𝗰𝗼𝗹𝗮𝘀 𝗕𝗿𝗲𝗻𝗼
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