⁴ Friberg, Gingrich e Danker são autores de léxicos e dicionários que fornecem análises detalhadas de palavras e termos bíblicos em hebraico e grego.
Neste espaço, você terá acesso a todos os textos produzidos por mim. Aqui, abordo desde temas profundos sobre a realidade em que vivemos até questões espirituais, sempre com uma perspectiva crítica e analítica, buscando despertar a compreensão e reflexão em meus leitores.
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sexta-feira, 27 de junho de 2025
Refutando bobices dos ateístas 33
Êxodo 20:13: > "Não matarás."
Êxodo 32:27-28: > "E ele lhes disse: 'Assim diz o Senhor, o Deus de Israel: Cada homem prenda a espada ao lado. Passem pelo acampamento de um lado para outro, de porta em porta, e cada um mate seu irmão, seu amigo e seu vizinho'. Os levitas fizeram conforme Moisés ordenou, e naquele dia morreram cerca de três mil do povo."
A ordem de Deus para Moisés matar os adoradores do bezerro de ouro deve ser entendida no contexto da aliança entre Deus e Israel. A adoração do bezerro de ouro foi uma violação grave dessa aliança, e a punição foi uma medida para preservar a pureza e a fidelidade do povo de Israel a Deus.
Diferença entre Assassinato e Execução Divina
Os versículos de Êxodo 32:27-28 descrevem a execução de cerca de três mil homens por causa da adoração ao bezerro de ouro. Após o incidente em que os israelitas fizeram e adoraram um bezerro de ouro enquanto Moisés estava no Monte Sinai, Deus instruiu Moisés a tomar medidas drásticas para punir aqueles que participaram da idolatria e restaurar a ordem entre o povo.
O mandamento "Não matarás" (Exod. 20:13) refere-se ao assassinato, que é a matança injusta e premeditada de uma pessoa. A execução dos adoradores do bezerro de ouro foi uma ordem divina específica e não se enquadra na definição de assassinato. A palavra hebraica usada no mandamento é "רָצַח" (ratsakh), que se refere ao assassinato ilegal, não à execução judicial ou divina.
LXX (Septuaginta): "οὐ φονεύσεις" (Exod. 20:15 LXT) traduzido como "Não matarás".
BHS (Biblia Hebraica Stuttgartensia): "לֹ֥֖א תִּרְצָֽ֖ח׃ ס" (Exod. 20:13 BHS) também traduzido como "Não matarás".
A interpretação do termo "רָצַח" (ratsakh) no Judaísmo
No judaísmo, "ratsakh" é geralmente entendido como "assassinato" e não como "matar" em um sentido mais amplo. Isso significa que o mandamento proíbe o assassinato premeditado e injusto, mas permite a matança em contextos específicos, como a legítima defesa, a guerra justa e a execução judicial de criminosos condenados.
Interpretação Talmúdica de "Ratsakh". No Talmude, a interpretação de "ratsakh" é detalhada e abrange várias situações. O Talmude Babilônico, em Sanhedrin 57a, discute a proibição de assassinato e distingue entre assassinato premeditado e outras formas de matar. A Mishná, em Sanhedrin 9:1, também aborda as diferentes categorias de homicídio e as respectivas punições.
Comentários Judaicos. Rashi, um dos comentaristas mais influentes da Torá, explica que "ratsakh" se refere especificamente ao assassinato injusto. Ele destaca que o mandamento não proíbe a matança em contextos de guerra justa ou execução judicial, mas sim o assassinato premeditado e injusto.
Maimônides, em seu Mishneh Torá, Hilchot Rotzeach uShmirat Nefesh (Laws of Murderers and the Preservation of Life), detalha as leis relacionadas ao assassinato e distingue entre assassinato premeditado, homicídio culposo e legítima defesa. Ele enfatiza que a Torá proíbe o assassinato injusto, mas permite a matança em legítima defesa e em execuções judiciais.
Ibn Ezra aborda "רָצַח" como incluindo ações que levam à morte de alguém de forma injusta.
O Talmud de Jerusalém também aborda a questão do assassinato e distingue entre diferentes tipos de homicídio. Em Yerushalmi Sanhedrin 4:9, há uma discussão sobre as circunstâncias em que a matança é permitida, como em casos de legítima defesa e guerra justa.
Assassinarás ou matarás?
Análise Hebraica. Verbo "רָצַח" (ratsakh).
Qal Imperfeito: תִּרְצָח (tirtsach) – "você assassinará".
Forma primária: Usado para descrever o assassinato premeditado e ilegal.
Distinção: Não abrange todas as formas de matar, mas especificamente o assassinato injusto.
Referências Lexicais. Holladay, Hebrew and Aramaic Lexicon of the OT: Implica que "רָצַח" se refere a matar de forma premeditada ou acidental, com uma ênfase particular no assassinato injusto.
A combinação de ambos aspectos mostra que o termo cobre a intencionalidade.
Tradução grega. Verbo φονεύω (phoneuo).
Indicativo Futuro Ativo: φονεύσεις (phoneuseis) – "você assassinará".
Friberg, Gingrich e Danker: Consistem em definir "phoneuo" como cometer assassinato, matar de forma ilegal.
Conclusão. Gramaticalmente, "רָצַח" (ratsakh) é melhor traduzido como "assassinarás" devido ao seu uso específico para descrever homicídios premeditados e ilegais, diferentemente de termos mais gerais para matar, como "הָרַג" (harag). A tradução grega e os comentários judaicos corroboram essa interpretação, enfatizando a intencionalidade e injustiça do ato, o que valida a tradução como "assassinarás" em vez de "matarás".
Conclusão final
A tradução precisa de "רָצַח" (ratsakh) como "assassinarás" é fundamental para clarificar que o mandamento bíblico em Êxodo 20:13 proíbe especificamente o assassinato premeditado e injusto, em vez de toda forma de matar. No contexto das narrativas bíblicas e da lei judaica, existe uma distinção clara entre assassinato (um ato moralmente errado e ilegal) e a execução de justiça divina (autorizada por Deus como resposta a violações graves da aliança).
As ações de Moisés, ao seguir a ordem divina para punir os adoradores do bezerro de ouro, não constituem um ato de assassinato injusto, mas sim uma execução específica de justiça divina. Essa distinção é apoiada por comentários judaicos de Rashi, Ibn Ezra e Maimônides, que reforçam que "רָצַח" se refere ao assassinato injusto. Portanto, a alegação ateísta de que há uma contradição entre o mandamento "Não matarás" e a ordem de Deus para Moisés se baseia em uma confusão entre "matar" e "assassinar". Além de que, desconsideram a questão de que a Lei é para os humanos, e não para Deus!
Ao entender que o mandamento proíbe o assassinato injusto e que as execuções ordenadas por Deus são vistas como atos de justiça, podemos refutar a alegação de contradição e mostrar que há uma distinção clara entre assassinato e execuções divinas autorizadas. Isso resolve a questão levantada pela imagem ateísta, demonstrando que não há inconsistência, mas sim uma aplicação específica e contextual (que obviamente desconsideram) do mandamento bíblico.
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