domingo, 16 de fevereiro de 2025

Marcionismo: a origem da ideia do “deus mal” no AT

 Marcionismo: a origem da ideia do “deus mal” no AT


Introdução. Figuras da internet, até mesmo desconhecidas, estão falando recentemente que o deus apresentado e descrito no Antigo Testamento se trata de um demônio, ou até mesmo do próprio Satanás. Bruno Alves (terraplanista e dono do canal Mistérios do Mundo), por exemplo, diz que todas as passagens do AT se referem a um demônio, desprezando os profetas e todos os personagens do AT, incluindo Moisés. Rubens Sodré é um pouco mais ameno, dizendo que algumas passagens do AT que citam Deus podem se referir ao Verdadeiro ou ao falso deus que adoravam. O problema desses dois, e de muitos outros que seguem na mesma linha, é que ambos rotulam Deus (YHWH) como sendo mau, dizendo que não se trata do Pai do Messias.

Veremos neste estudo de onde vem esse pensamento, que obviamente não é novo, sua história, e as implicações e diferenças do chamado Marcionismo em relação a essas figuras da internet. Por exemplo, Marcião aceitava apenas alguns livros do NT, enquanto Rubens e Bruno aceitam todos. Enfim, isso não é algo recente, nem mesmo uma “verdade oculta” ou mais um “mistério deste mundo”. De tempos em tempos, ideias antigas, que pareciam mortas ou adormecidas, tendem a reaparecer, travestidas de originalidade, em busca de novos adeptos. 


O pensamento Marcionita


O nome Marcionismo deriva de seu fundador, Marcião (110 – 160 d.C.), também conhecido como Márciom em alguns livros de história. Filho do bispo de Sinope, na região do Ponto, Marcião adotou uma posição teológica bem diferente da ortodoxia cristã, resultando em sua excomunhão em 144 d.C.

Gonzáles (2009)¹ escreve que, no ano 144, Marcião foi a Roma, onde atraiu vários seguidores. No entanto, com o tempo, os cristãos perceberam que seus ensinamentos contradiziam a fé, levando Marcião a criar sua própria igreja, que perdurou por vários séculos.

Em Roma, Marcião escreveu seu Novo Testamento e as Antíteses, cujo objetivo era remover os elementos judaicos e a influência do Antigo Testamento do Novo Testamento. Marcião acreditava que o Antigo Testamento havia sido criado por um deus diferente do verdadeiro Deus revelado em Jesus Cristo, e considerava o Deus do Antigo Testamento como o Deus dos judeus, e não Jesus Cristo. Ele também editou as Epístolas de Paulo para retirar referências ao Deus Criador do universo.

Marcião sustentava uma visão dualista em sua teologia. Ele via Jeová, o Deus dos hebreus, como um ser mau e vingativo, criador da matéria e autor do mal. No entanto, havia um Deus bom e verdadeiro, o Pai de amor revelado em Jesus, que estava acima de Jeová. Marcião acreditava que Jeová criou este mundo com todas as suas imperfeições, mas o propósito do Pai era um mundo puramente espiritual.

Cristo, segundo Marcião, foi enviado pelo Pai e manifestado como homem para abolir a Lei e os profetas, bem como todas as obras do perverso criador. Ele se revestiu de uma corporeidade aparente, pois assumir a matéria o colocaria sob o poder do criador maligno.

Para Marcião, Paulo era "[...] o único que, entre os apóstolos, havia compreendido a verdadeira mensagem de Jesus", sendo os demais "[...] judeus demais para entendê-la" (GONZÁLES, 2009, p. 100). Marcião considerava todas as citações do Antigo Testamento encontradas em Lucas e nas cartas paulinas como tendo sido inseridas nos textos sagrados por judaizantes que "[...] tratavam de adulterar a mensagem" (GONZÁLES, 2009, p. 100).

As ideias de Marcião foram amplamente rejeitadas por muitos cristãos, incluindo figuras memoráveis como Policarpo e Justino Mártir. Policarpo chamou Marcião de "primogênito de satanás", enquanto Justino o listou entre os "ateus, ímpios, injustos e iníquos".

Marcião propôs uma separação entre o homem e Cristo, a criação e a salvação, a lei e o evangelho, o Criador e o Pai, a sucessão apostólica e Paulo, e entre o Antigo e o Novo Testamento. Suas ideias ressurgiram no século XIX com a teologia liberal, especialmente através de Adolf Harnack, que concordava com Marcião em rejeitar o Antigo Testamento devido à sua descrição do Deus judeu². Harnack via Marcião como um reformador que tentou purificar o cristianismo dos elementos judaicos, criando um cristianismo reformado e definitivo.

Hägglund (2003)³ observa que a doutrina de Marcião é similar ao gnosticismo em vários aspectos, levando os Pais Eclesiásticos a incluí-lo entre os gnósticos. Cairns (2008)⁴ afirma que Marcião e seus seguidores foram os mais influentes entre os grupos ligados ao gnosticismo⁵.

Marcião tinha duas fortes antipatias: contra o mundo material e contra o judaísmo. Sua doutrina combinava esses elementos. Cairns (2008) aponta que Marcião entendia o judaísmo como maligno, desprezando a Bíblia Hebraica e o Javé nela apresentado, estabelecendo um contraste radical entre o Antigo e o Novo Testamento.

Para defender sua doutrina, Marcião abandonou toda a revelação Veterotestamentária, considerando-a a palavra de um deus inferior. Ele criou seu próprio Cânon, que incluía uma versão editada do Evangelho de Lucas e as epístolas de Paulo, exceto as epístolas pastorais.

Marcião repudiava a autoridade do Antigo Testamento e dos apóstolos de Jesus, exceto Paulo, alegando que os demais haviam corrompido os ensinamentos de Jesus com crenças judaicas. Ele acreditava que Jesus veio para libertar as pessoas do Deus do Antigo Testamento, revelando um Deus superior, bondoso e misericordioso. 

O cânon de Marcião. Marcião compilou um cânone para substituir o Antigo Testamento, consistindo em uma edição purificada do Evangelho de Lucas e das primeiras dez epístolas paulinas. Isso desafiou a igreja de Roma e outras igrejas a definir o verdadeiro cânone bíblico, resultando nas primeiras declarações explícitas sobre o cânone cristão. Alguns gnósticos, como Valentino, aparentemente usavam um cânone maior do que o de Marcião. A igreja de Roma respondeu reafirmando a autoridade dos livros do Antigo Testamento citados por Cristo e reconhecendo os quatro Evangelhos, as treze epístolas de Paulo e o livro de Atos. Os prefácios anti-marcionitas aos Evangelhos foram escritos no segundo século para estabelecer a canonicidade dos quatro evangelhos⁶.

Marcião formou seu próprio Cânon do NT que consistia de 11 livros, uma compilação mutilada do livro de Lucas e dez epístolas de Paulo. Ele colocava por ordem de escritos Gálatas, chamava Efésios de epístola aos Laodicences; rejeitava as epístolas pastorais, a epístola aos hebreus, Mateus, Marco, João e Atos, as epístolas universais e o Apocalipse⁷. Aqui está uma lista:


Evangelho de Lucas (editado, excluindo os capítulos 1 e 2)

Gálatas

Romanos

1 Coríntios

2 Coríntios

Efésios (chamado de "Epístola aos Laodicenses")

Colossenses

Filipenses

1 Tessalonicenses

 2 Tessalonicenses

 Filemom

Ele rejeitava as epístolas pastorais e outros escritos que não estavam de acordo com sua teologia.


O Combate Contra o Marcionismo e a Resistência Eclesiástica


A teologia de Marcião representou um dos primeiros ataques sérios à autoridade e inspiração das Sagradas Escrituras. Diferente dos demais grupos gnósticos, as doutrinas de Marcião eram simples e lógicas, tornando sua propaganda dentro da igreja impressionante.

Os chamados “Pais da Igreja”⁸ reagiram à heresia Marcionita reafirmando a Palavra de Deus como única e final autoridade inerrante e infalível. Embora ainda não houvesse um Cânon oficial, os seguidores de Cristo do primeiro século utilizavam os mesmos textos escriturísticos que usamos hoje, incluindo os escritos dos Pais apostólicos⁹.

Quanto ao Antigo Testamento, todos, exceto os gnósticos e os marcionitas, concordavam que fazia parte das Escrituras. Ferreira e Myatt (2007) afirmam que os livros do Antigo Testamento já eram aceitos pelos judeus antes do tempo de Jesus, e a evidência dos Evangelhos apoia que o Antigo Testamento usado por Jesus era o mesmo que temos hoje¹⁰.

No Novo Testamento, o reconhecimento da autoridade dos escritos canônicos foi estabelecido dentro do próprio conteúdo desses escritos. Critérios como a apostolicidade, reconhecimento dos seguidores de Cristo e harmonia com os livros indubitáveis foram utilizados para fixar o Cânon¹¹.


O Gnosticismo e o Demiurgo


Quando falamos em doutrinas de demônios, podemos incluir o gnosticismo, de onde surge a concepção de “Demiurgo”.

"Assim,dentro da santa Cabala temos o Grande Demônio Demiurgo,conhecido em algumas tradições pelo nome de Chorozon,aquele que reside na esfera de Daath,a esfera do conhecimento,a esfera invisível,e que resolveu criar o mundo em seis dias com mais um de descanso.Sete são as esferas da arvore da vida:a sétima é de Malkuth,o reino,a terra. Chorozon, cujo número é 333 (Binah-entendimento) possui 333 maneiras de corromper a alma do homem que busca seu retorno à Unidade-e isso não é apenas um símbolo"¹².

O Demiurgo se trata de um preceito Ocultista, nada mais do que gnose. O conceito de Demiurgo é uma crença ocultista difundida por maçons, gnósticos,  cabalistas, e os “neo-marcionitas”, servos do pai da mentira. 

"Gadu" é um pseudônimo para o conceito ocultista do Demiurgo, que na verdade é Ha-Satan, Satanás, o próprio Diabo.

"A Maçonaria 'exclui cuidadosamente' o Senhor Jesus Cristo a partir da apresentação e capítulo, repudia sua mediação, rejeita a sua expiação, nega e renega o seu evangelho, desaprova a sua religião e sua igreja, ignora o Espírito Santo, e estabelece para si um império espiritual, uma teocracia religiosa, à cabeça dos quais ele coloca o GADU - O deus da natureza - e da qual o único vivo e verdadeiro Deus é expulso por deliberação.¹³"

Inclusive, a maioria dos livros chamados 'apócrifos' são literatura gnóstica. O gnosticismo é uma das principais doutrinas do ocultismo. Não há conciliação possível entre a luz e as trevas, entre o sagrado e o profano, ou entre a sã doutrina e as doutrinas de demônios.

Os gnósticos apresentam-se como aqueles que receberam revelações e instruções particulares da parte do Senhor, de forma secreta e acessível apenas a alguns privilegiados. Esta é uma característica do pensamento gnóstico, ou seja, o conhecimento será causa de salvação, mas somente para poucos escolhidos. “Os gnósticos reportavam-se a uma tradição oculta que remontava aos profetas e apóstolos e da qual de diziam continuadores. Referiam-se a um ensinamento secreto ministrado por Cristo ressuscitado a determinados discípulos e transmitido por via esotérica”¹⁴.

O Adversário, ao entrar no Éden na forma de uma serpente, aproveitou-se da inexperiência e curiosidade de Eva para semear dúvidas e despertar desejo, ambição e iniquidade em seu coração. Ele fez uma falsa promessa de 'iluminação' por meio de um conhecimento 'secreto'. Acreditando e aceitando essa promessa, a criação primordial cometeu uma transgressão que levou à queda do homem no paraíso. Este estado de queda foi transmitido a todos nós, seus descendentes (Gênesis 3). As doutrinas Nova Eristas repetem esse mesmo engano, disfarçando-se de uma (falsa) "Iluminação espiritualista".

Moisés, Jesus e as Escrituras. Afirmar que "quem falava com Moisés na sarça era o adversário" é uma subversão advinda do Gnosticismo, evidenciando um entendimento corrompido, influenciado pelo próprio Satan. As doutrinas de demônios estão guiando o pensamento deste grupo, tornando evidente que estão sendo influenciados pelo pai da mentira. O próprio Messias jamais renegou Moshé; pelo contrário, Moisés testificou sobre o Messias, profetizando Sua vinda, e esteve com o Profeta Elias na transfiguração junto com o Messias. 

O Messias nunca renegou a Tanakh¹⁵. Ele a lia e ensinava nas sinagogas e declarou que esses Sagrados Escritos testificavam dEle. Todos os Profetas do Altíssimo, aos quais os líderes youtubianos maliciosamente tentam difamar, profetizaram sobre a vinda do Messias.

"Examinais as Escrituras (Tanakh), porque vós cuidais ter nelas a vida eterna, e são elas que de mim testificam;" (João 5:39)

Durante o período em que Jesus viveu, os textos sagrados judaicos consistiam na Tanakh, que é uma sigla para três coleções de livros: a Torá (Lei), os Nevi'im (Profetas) e os Ketuvim (Escritos). Estes textos eram amplamente aceitos e utilizados pelos judeus como as Escrituras Sagradas. Quando Jesus mencionou "Escrituras" em João 5:39, ele estava se referindo a essa coleção de textos sagrados que os judeus conheciam e utilizavam como fonte de instrução divina e espiritual. Ou Ele estava se referindo ao Novo Testamento?

O próprio Messias leu o Livro do Profeta Isaías na sinagoga e declarou o cumprimento de uma passagem específica naquele momento.

"Então ele foi para Nazaré, onde tinha sido criado, e, segundo o seu costume no dia de sábado, entrou na sinagoga e se levantou para ler. Assim, foi-lhe entregue o rolo do profeta Isaías, e ele abriu o rolo e achou o lugar onde estava escrito: 'O espírito de YHWH está sobre mim, porque Ele me ungiu para declarar boas novas aos pobres. Enviou-me para proclamar liberdade aos cativos e recuperação da visão aos cegos, para dar livramento aos esmagados, para pregar o ano aceitável de YHWH.' Com isso, enrolou o rolo, entregou-o de volta ao assistente e se sentou; e os olhos de todos na sinagoga estavam atentamente fixos nEle. Então Ele começou a lhes dizer: 'Hoje se cumpriu essa passagem das Escrituras que vocês acabam de ouvir.' Era costume a leitura da Torah, Neviim e Ketuvim nas sinagogas durante o sábado e o Apóstolo Paulo dá testemunho disso (Atos 15:21)."

Para os neo-marcionitas radicais, cabe explicar também a seguinte passagem:

"Porque, se vós crêsseis em Moisés, creríeis em mim; porque de mim escreveu ele." (João 5:46)

Para se ter uma ideia de quanto o marcionismo é um absurdo, no Gnosticismo, ensina-se que a serpente teria tido relações sexuais com Havah (Eva) no paraíso, gerando uma descendência carnal, o que é, obviamente, completamente incabível¹⁶. Gnosticismo ( Sofia Σοφία / Gnose- Jana - Sabedoria da serpente) é uma das principais doutrinas Ocultistas presente tanto na filosofia helenística quanto no Cristianismo Ortodoxo, Místico e Esotérico. 


Nenhum profeta viu a face do Altíssimo, e as próprias Escrituras relatam isso. Os encontros dos profetas "face a face" com o Altíssimo são Teofanias¹⁷.


O cenário para a manifestação do Anticristo e todo engano espiritualista da Nova Era é puro gnosticismo. 


Fontes históricas e literárias que discutem as crenças e práticas gnósticas e ocultistas, incluindo a ideia do Demiurgo e outras doutrinas mencionadas


1 - “The Gnostic Religion" por Hans Jonas¹⁸ - Este livro é uma referência clássica sobre o Gnosticismo e discute a visão gnóstica do Demiurgo e outras crenças gnósticas.


“(b) O NOME "GNOSTICISMO"


O nome "Gnosticismo", que passou a servir como um título coletivo para uma multiplicidade de doutrinas sectárias que apareceram dentro e ao redor do Cristianismo durante seus primeiros séculos críticos, é derivado de gnosis, a palavra grega para "conhecimento". A ênfase no conhecimento como meio para a obtenção da salvação, ou mesmo como a forma de salvação em si, e a reivindicação da posse desse conhecimento em uma doutrina articulada própria, são características comuns das numerosas seitas em que o movimento gnóstico historicamente se expressou. Na verdade, havia apenas alguns grupos cujos membros se autodenominavam expressamente Gnósticos, "os Conhecedores"; mas já Irineu, no título de sua obra, usava o nome "gnose" (com a adição "falsamente assim chamada") para abranger todas as seitas que compartilhavam com eles essa ênfase e certas outras características. Nesse sentido, podemos falar de escolas gnósticas, seitas e cultos, de escritos e ensinamentos gnósticos, de mitos e especulações gnósticas, e até de religião gnóstica em geral [...]¹⁹.

 Desconsideram Jesus como Salvador, colocando o “conhecimento” no lugar. 


(c) A ORIGEM DO GNOSTICISMO


[...] Como no material de sua representação o Gnosticismo é na verdade um produto do sincretismo, cada uma dessas teorias pode ser sustentada pelas fontes e nenhuma delas é satisfatória sozinha; mas também não é a combinação de todas elas, o que faria do Gnosticismo um mero mosaico desses elementos e assim perderia sua essência autônoma. No entanto, a tese oriental tem uma vantagem sobre a helênica, uma vez que o significado do termo "conhecimento" é libertado das associações enganosas sugeridas pela tradição da filosofia clássica. As recentes descobertas coptas no Alto Egito (ver abaixo, sec. e) são consideradas como sublinhando a participação de um judaísmo ocultista heterodoxo, embora o julgamento deva ser reservado até a tradução do vasto corpo de material.

Alguma conexão do Gnosticismo com os primórdios da Cabala deve ser assumida, qualquer que seja a ordem de causa e efeito. O viés fortemente anti-judaico dos sistemas gnósticos mais proeminentes por si só não é incompatível com uma origem herética judaica a alguma distância. Independentemente, entretanto, de quem foram os primeiros gnósticos e quais as principais tradições religiosas atraídas para o movimento e sofrendo reinterpretação arbitrária em suas mãos, o movimento em si transcendeu as fronteiras étnicas e denominacionais, e seu princípio espiritual era novo. A vertente judaica no Gnosticismo é tão pouco a judaica ortodoxa quanto a babilônica é a babilônica ortodoxa, a iraniana a iraniana ortodoxa, e assim por diante. Em relação ao caso feito para uma preponderância da influência helênica, muito depende de como o conceito crucial de "conhecimento" deve ser entendido neste contexto²⁰.


(d) A NATUREZA DO "CONHECIMENTO" GNÓSTICO


O termo "conhecimento" não especifica o que precisa ser conhecido ou como ele é adquirido. Geralmente, associamos "conhecimento" a objetos racionais e ao uso da razão. No contexto gnóstico, porém, "conhecimento" tem um significado religioso ou sobrenatural, referindo-se a algo que chamaríamos de fé.

O termo "conhecimento" não especifica o que precisa ser conhecido ou como ele é adquirido. Geralmente, associamos "conhecimento" a objetos racionais e ao uso da razão. No contexto gnóstico, porém, "conhecimento" tem um significado religioso ou sobrenatural, referindo-se a algo que chamaríamos de fé.

Nos sistemas gnósticos radicais, como o Valentiniano, "conhecimento" não era apenas um meio para a salvação, mas a própria forma de alcançá-la. Conhecer Deus transformava o indivíduo, tornando-o participante da existência divina²¹.


2 - "A History of Gnosticism" por Giovanni Filoramo²² - Esta obra explora a história e as doutrinas do Gnosticismo, incluindo a visão do Demiurgo e outras práticas gnósticas.

O Demiurgo é descrito no Gnosticismo como o criador do mundo que cometeu um erro ao criá-lo. Em contraste com a visão platônica de um Criador-Demiurgo que faz um cosmos harmonioso e belo, o Gnosticismo vê o Demiurgo como uma figura ignorante e arrogante, responsável por um mundo imperfeito e cheio de mal. Plotino, um filósofo crítico do Gnosticismo, argumenta que o cosmos é um produto belo e ordenado da Providência Divina, e que aqueles que condenam a natureza do mundo não entendem a verdadeira natureza da criação.

Plotino também sugere que a visão gnóstica do Demiurgo e do cosmos é inconsistente, pois se o mal existe no mundo, ele deve ter uma origem, e essa origem, segundo os gnósticos, estaria na própria divindade, o que cria uma contradição dentro de sua filosofia²³.

No gnosticismo, o Demiurgo é responsável pela criação do mundo imperfeito, baseado em modelos celestiais. Este mundo é visto como uma imagem pálida e distorcida do verdadeiro mundo divino. O processo de Gnose busca recuperar a verdade completa ao retornar a esses modelos e contemplar o mundo divino. Através de experiências místicas, os gnósticos acreditam que podem alcançar uma transformação espiritual e se reconectar com suas origens celestiais²⁴.

3 - "The Secret Teachings of All Ages" por Manly P. Hall²⁵ - Um compêndio abrangente sobre filosofia esotérica e ocultismo, discutindo várias tradições ocultistas, incluindo o Gnosticismo.

Devemos entender que a manifestação é o resultado de um princípio positivo e um negativo, um agindo sobre o outro, e ocorre no plano médio, ou ponto de equilíbrio, chamado pleroma. Este pleroma é uma substância peculiar produzida pela mistura dos éons espirituais e materiais. Do pleroma foi individualizado o Demiurgo, o imortal mortal, a quem somos responsáveis por nossa existência física e o sofrimento que devemos enfrentar em conexão com ela. No sistema gnóstico, três pares de opostos, chamados Sízígios, emanaram do Eterno. Estes, junto com Ele, totalizam sete. Os seis éons (três pares) foram descritos por Simão na Philosophumena da seguinte maneira: Os primeiros dois eram Mente (Nous) e Pensamento (Epinoia). Depois vieram Voz (Phone) e seu oposto, Nome (Onoma), e por último, Razão (Logismos) e Reflexão (Enthumesis). A partir desses seis primordiais, unidos com a Chama Eterna, surgiram os éons (anjos) que formaram os mundos inferiores sob a direção do Demiurgo. (Veja as obras de H. P. Blavatsky.) Como esse primeiro Gnosticismo de Simão Mago e Menandro, seu discípulo, foi ampliado e frequentemente distorcido por seguidores posteriores do culto deve agora ser considerado²⁶.

O texto acima descreve o Demiurgo no contexto do Gnosticismo como uma entidade que surgiu do pleroma, uma substância resultante da mistura de éons espirituais e materiais. O Demiurgo é descrito como o "imortal mortal" a quem somos responsáveis pela nossa existência física e pelo sofrimento associado a ela. No sistema gnóstico, o Demiurgo é responsável pela criação dos mundos inferiores, dirigindo os éons que os formam. Essa visão é apresentada por Simão Mago e Menandro, seu discípulo, e foi ampliada e distorcida por seguidores posteriores do culto.


4 - "Fundamentals of Esoteric Philosophy" por G. de Purucker²⁷ - Este livro aborda várias doutrinas esotéricas, incluindo o Gnosticismo e suas visões sobre o Demiurgo.

A DOUTRINA SECRETA, volume I, páginas 279 e 280:

Qualquer que seja o destino destes escritos em um futuro distante, esperamos ter provado até agora os seguintes fatos:

A Doutrina Secreta não ensina Ateísmo, exceto no sentido hindu da palavra nastika, ou a rejeição de ídolos, incluindo qualquer deus antropomórfico. Nesse sentido, todo Ocultista é um Nastika.

Admite um Logos ou um "Criador" coletivo do Universo; um Demiurgo — no sentido implícito quando se fala de um "Arquiteto" como o "Criador" de um edifício, sendo que esse Arquiteto nunca tocou uma pedra do edifício, mas, ao fornecer o plano, deixou todo o trabalho manual para os pedreiros; no nosso caso, o plano foi fornecido pela Ideação do Universo, e o trabalho construtivo foi deixado para as Hostes de Poderes e Forças inteligentes. Mas esse Demiurgo não é uma divindade pessoal, ou seja, um deus extracosmico imperfeito, mas apenas o conjunto dos Dhyan-Chohans e outras forças. Quanto a estes últimos —

Eles são duais em seu caráter; sendo compostos de (a) a energia bruta irracional, inerente à matéria, e (b) a alma inteligente ou consciência cósmica que direciona e guia essa energia, e que é o pensamento Dhyan-Chohânico refletindo a Ideação da mente Universal. Isso resulta em uma série perpétua de manifestações físicas e efeitos morais na Terra, durante os períodos manvantáricos, todo o processo sendo subordinado ao Karma. Como esse processo não é sempre perfeito; e, uma vez que, por mais provas que apresente de uma inteligência guiadora por trás do véu, ainda mostra lacunas e falhas, e frequentemente resulta em evidentes falhas — portanto, nem a Hoste coletiva (Demiurgo), nem qualquer das forças operantes individualmente, são sujeitos apropriados para honras ou adoração divina. Todos têm direito à reverência grata da Humanidade, entretanto, e o homem deve sempre se esforçar para ajudar na evolução divina das Ideias, tornando-se, na melhor de suas habilidades, um colaborador da natureza na tarefa cíclica. O Karana sempre desconhecido e incognoscível, a Causa sem Causa de todas as causas, deve ter seu santuário e altar no solo sagrado e nunca pisado de nossos corações — invisível, intangível, não mencionado, exceto pela "voz suave e tranquila" de nossa consciência espiritual. Aqueles que adoram diante dele, devem fazê-lo no silêncio e na solidão santificada de suas Almas; fazendo de seu espírito o único mediador entre eles e o Espírito Universal, suas boas ações os únicos sacerdotes, e suas intenções pecaminosas as únicas vítimas sacrificiais visíveis e objetivas para a Presença²⁸.


5 - “Gnostic Scriptures" editado por Bentley Layton²⁹ - Uma coleção de escritos gnósticos que oferece uma visão direta das crenças e práticas gnósticas.

Depois que a emissão do universo espiritual foi concluída, para que a criação continuasse além do limite da existência espiritual, a atividade de um "artesão"³⁰ ou "criador" do mundo é introduzida; seu nome é Ialdabaōth. Esta parte do mito é claramente modelada no mito da criação de Platão, encontrado no Timeu. Ialdabaōth, o artesão, faz um universo a partir da matéria, copiando padrões fornecidos pelo universo espiritual. É uma estrutura elaborada de éons materiais (reinos), ou seja, planetas, estrelas e esferas celestes, povoadas pela prole do artesão, que são chamados de "governantes", "autoridades", "poderes", "demônios", "anjos", etc.

[...]

No Timeu de Platão, cada criação do artesão cósmico é uma cópia de algum padrão perfeito que existe no reino espiritual. Todas as cópias são tão boas quanto possível, dada a resistência do material de trabalho, pois o artesão trabalha da melhor maneira possível. Mas, em contraste, Ialdabaōth, o artesão gnóstico do mundo - embora não seja exatamente um princípio do mal puro - é moralmente ambivalente, pois, embora ame o bem, ele é fatalmente falho por ignorância e egocentrismo. Assim, por exemplo, ele reconhece a bondade dos padrões no reino espiritual e sente uma atração natural por eles; mas essa atração também é experimentada como uma luxúria erótica ignorante e egoísta de possuir o divino, até mesmo de violá-lo (cf. RR 89:18f). Ialdabaōth e seus "governantes" celestiais companheiros são possessivos e arrogantes e tentam dominar todos os assuntos humanos; seu desejo de dominação os leva a criar a luxúria sexual humana e o vínculo do destino (controle pelas estrelas), pelo qual pretendem escravizar a humanidade.

Por que Ialdabaōth, o criador do nosso mundo, deveria ser tão fatalmente imperfeito? A causa de sua imperfeição no mito foi um ponto de especulação contínua e dificuldade, e os gnósticos explicaram isso de várias maneiras. Na maioria dos relatos, essa imperfeição é paralela a um ato ou emoção lasciva anterior da parte da mãe do criador, sabedoria, o éon mais baixo no universo espiritual. No mínimo, então, o egoísmo lascivo de Ialdabaōth é uma característica familiar, herdada de sua mãe.

O artesão ou criador cósmico dos gnósticos é, portanto, distinto de Deus, o primeiro princípio último, assim como o artesão de Platão é um ser intermediário entre o princípio mais elevado e nosso mundo. Tal distinção já havia sido feita tanto por Fílon de Alexandria quanto no Evangelho de João, onde "Deus o Pai" (o primeiro princípio), o Deus de Israel, é distinguido de sua prole, o "único filho gerado", ou Logos, ou Verbo, por um lado, e de nós mesmos, por outro. Mas, ao contrário do autor do Evangelho de João, os gnósticos não identificavam o Deus de Israel com o primeiro princípio. Em vez disso, o Deus de Israel era equiparado ou com Ialdabaōth, o artesão imperfeito, ou com o primogênito de Ialdabaōth, Sabaōth³¹.


Conclusão. Ao analisar o Marcionismo, compreendemos que Marcião propôs uma distinção radical entre o Deus do Antigo Testamento e o Deus do Novo Testamento, vendo o primeiro como vingativo e o segundo como amoroso. Esta visão levou Marcião a criar seu próprio cânone, excluindo grande parte das escrituras hebraicas, o que resultou na rejeição de suas ideias pela Igreja Ortodoxa, que defendia a unidade das escrituras e a continuidade entre os dois testamentos.

A investigação do Marcionismo e de outras heresias é crucial para entender as dinâmicas que foram enfrentadas no passado e a formação da ortodoxia. A heresia marcionita exemplifica como interpretações divergentes das Escrituras podem levar a divisões dentro das comunidades e à necessidade de definir claramente o que é Realidade. Qualquer um que siga tal besteira, está dando vazão a Ocultismo, sendo guiado por líderes youtubianos.

A cegueira espiritual dos ateus causada pelo Adversário, a apostasia, a confusão dogmática e o desvio do caminho estreito foram todos preditos na Palavra do Altíssimo. Qualquer pessoa que a lê tem conhecimento disso.


Notas de rodapé


¹  GONZÁLES, J. L. Uma História Ilustrada do Cristianismo: a era dos mártires. São Paulo: Vida Nova, 2009.

² Entre os muitos teólogos, um destaque é Adolf Harnack (1851-1930), que é uma das figuras mais influentes na teologia relacionada a Marcião. Em sua obra "Marcião, o Evangelho do Deus Estranho" (tradução livre), Harnack não parece discordar da visão dualista de Marcião. Ele realmente concorda com a ideia de rejeitar o Antigo Testamento como uma descrição precisa do caráter de Deus. A rejeição de Harnack ao Antigo Testamento como parte válida da Bíblia cristã deve-se principalmente à descrição do Deus judeu presente nele.

³ HÄGGLUND, B. História da Teologia. Porto Alegre: Concórdia, 2003

⁴ CAIRNS, E. E. O Cristianismo Através dos Séculos: uma história da igreja cristã. São Paulo: Vida Nova, 2008.

“Os gnósticos, em geral, eram pagãos que, aceitando a fé cristã, nela queriam introduzir suas concepções pessoais, suas teorias filosóficas, suas quimeras passadas”. CRISTIANI, M. Breve história das heresias, p. 13.

Resumo e tradução do capítulo XXIII do livro The Spreading Flame, de F. F. Bruce.

Philip Schaff, um renomado historiador da igreja cristã, em sua obra "History of the Christian Church," Schaff aborda o Marcionismo e menciona o cânone de Marcião.

Os Pais da Igreja foram os primeiros teólogos e líderes cristãos que viveram entre os séculos I e VIII d.C. Eles desempenharam um papel fundamental na definição da doutrina e prática cristã, combatendo heresias e formulando credos e dogmas. Entre os mais conhecidos estão Clemente de Roma, Inácio de Antioquia, Policarpo de Esmirna, Santo Agostinho e São Jerônimo.

Os Pais Apostólicos eram os primeiros “líderes” que viveram logo após os apóstolos, nos séculos I e II d.C. Eles estavam envolvidos na formação e orientação das comunidades que criam em Cristo emergentes. Eles ajudaram a estabelecer as bases da fé e a preservar os ensinamentos apostólicos, sendo respeitados como tendo dom de ensinar. Sua autoridade não era hierárquica, mas sim baseada em sua proximidade com os apóstolos e seu compromisso em manter a integridade das mensagens originais de Jesus.

¹ FERREIRA, F.; MYATT, A. Teologia Sistemática: uma análise histórica, bíblica e apologética para o contexto atual. São Paulo: Vida Nova, 2007.

¹¹ Ibid.

¹² "Fundamentos de magia(k)", Sergio Bronze, frater Fênix da A.:A.
¹³ Edmond Ronayne, The Master’s Carpet or Masonry and Baal-Worship-Identical, pp. 301-302, 1887.

¹⁴ MONDONI, D. O cristianismo na antiguidade, p. 113.

¹⁵ A Tanakh é a coleção canônica de textos sagrados do judaísmo, conhecida pelos cristãos como o Antigo Testamento.

¹⁶ Texto: 𝗔 𝗢𝗿𝗶𝗴𝗲𝗺 𝗖𝗮𝗯𝗮𝗹𝗶́𝘀𝘁𝗶𝗰𝗮 𝗱𝗮 𝗗𝗼𝘂𝘁𝗿𝗶𝗻𝗮 𝗱𝗮 "𝗦𝗲𝗺𝗲𝗻𝘁𝗲 𝗱𝗮 𝗦𝗲𝗿𝗽𝗲𝗻𝘁𝗲" https://www.facebook.com/nicolas.breno.9421/posts/pfbid02wEsWwGdNzgEftu88HLTijGjTrT23qj5v4S3rbnn64bfdQBM96c3hXUik3HfSk2dhl

¹⁷ Nas Escrituras, é relatado que nenhum profeta viu a face do Altíssimo, pois a visão direta de Deus é considerada impossível devido à Sua natureza transcendental e incompreensível. Por exemplo, em Êxodo 33:20, Deus diz a Moisés: "Não poderás ver a minha face, porquanto homem nenhum verá a minha face, e viverá." As manifestações de Deus aos profetas, frequentemente descritas como encontros "face a face", são, na verdade, Teofanias—aparições ou visões divinas em formas perceptíveis, muitas vezes simbólicas. Estas experiências permitiram que os profetas recebessem revelações e orientações sem testemunharem a essência plena do Altíssimo. Essa distinção enfatiza a santidade e mistério de Deus, ao mesmo tempo que destaca a importância das Teofanias como meio de comunicação divina.

¹⁸ Hans Jonas foi um filósofo alemão de origem judaica, conhecido por suas obras sobre Gnosticismo, bioética e filosofia da responsabilidade. Ele foi professor de filosofia na New School for Social Research em Nova York. Hans Jonas era judeu e sua obra foi influenciada por sua herança judaica e por sua formação filosófica.

¹⁹ JONAS, Hans. The Gnostic Religion: The Message of the Alien God and the Beginnings of Christianity. 3. ed. Boston: Beacon Press, 2001. p. 33.

²⁰ JONAS, Hans. The Gnostic Religion: The Message of the Alien God and the Beginnings of Christianity. 3. ed. Boston: Beacon Press, 2001. p. 33-34.

²¹ JONAS, Hans. The Gnostic Religion: The Message of the Alien God and the Beginnings of Christianity. 3. ed. Boston: Beacon Press, 2001. p. 34-36.

²² Giovanni Filoramo é um historiador italiano das religiões, especializado em Gnosticismo e Cristianismo antigo. Ele é professor emérito de História do Cristianismo na Universidade de Turim.

²³  FILORAMO, Giovanni. A History of Gnosticism. Oxford, UK; Cambridge, Mass., USA: B. Blackwell, 1990. p. 54-56.

²⁴ FILORAMO, Giovanni. A History of Gnosticism. Oxford, UK; Cambridge, Mass., USA: B. Blackwell, 1990. p. 57-58.

²⁵ Manly P. Hall foi um místico, filósofo e autor canadense, conhecido por suas obras sobre esoterismo e filosofia oculta. Ele fundou a Philosophical Research Society em Los Angeles em 1934. Manly P. Hall estava profundamente envolvido com o esoterismo e o misticismo, e sua obra abrange uma ampla gama de tradições religiosas e filosóficas, incluindo a Maçonaria, a Cabala e o Hermetismo.

²⁶ HALL, Manly P. The Secret Teachings of All Ages. San Francisco: H.S. Crocker Company, 1928. p. 56-57.

²⁷ Gottfried de Purucker foi um teosofista, autor e líder da Sociedade Teosófica de Pasadena (então sediada em Point Loma, Califórnia) de 1929 até sua morte em 1942.

²⁸  PURUCKER, G. de. Fundamentals of Esoteric Philosophy. London: Rider and Company, 1932. p. 350-351.

²⁹ Bentley Layton é um renomado estudioso de estudos religiosos, especializado em Cristianismo antigo, Gnosticismo e língua copta. Ele é professor emérito de Estudos Religiosos e de Línguas e Civilizações do Oriente Próximo na Universidade de Yale. Layton é conhecido por suas edições críticas de textos gnósticos e coptas, incluindo os manuscritos de Nag Hammadi.

³⁰  “Craftsman,” “demiurge” (Greek dēmiourgos), é o termo metafórico usado por Platão para o criador do universo em seu relato mítico da criação do mundo intitulado Timeu. Leitores instruídos das escrituras gnósticas nos séculos II e III d.C. certamente teriam comparado Ialdabaōth com o artesão do Timeu. (Nota do texto original).

³¹ LAYTON, Bentley (Ed.). Gnostic Scriptures: A New Translation with Annotations and Introductions. Garden City, N.Y.: Doubleday, 1987. p. 16-17.


Referências


JONAS, Hans. The Gnostic Religion: The Message of the Alien God and the Beginnings of Christianity. 3. ed. Boston: Beacon Press, 2001. Disponível em: https://ia903401.us.archive.org/35/items/hans-jonas-the-gnostic-religion/Hans%20Jonas%20-%20The%20Gnostic%20Religion.pdf .

FILORAMO, Giovanni. A History of Gnosticism. Oxford, UK; Cambridge, Mass., USA: B. Blackwell, 1990. Disponível em: https://tinyurl.com/2xjx4tu3 .

HALL, Manly P. The Secret Teachings of All Ages. San Francisco: H.S. Crocker Company, 1928. Disponível em: https://dn790006.ca.archive.org/0/items/TheSecretTeachingsOfAllAgesManlyHall/The_Secret_Teachings_of_All_Ages_-%20_Manly_Hall.pdf .

PURUCKER, G. de. Fundamentals of Esoteric Philosophy. London: Rider and Company, 1932. Disponível em: https://www.theosociety.org/pasadena/fund/fundamentals_of_the_esoteric_philosophy.pdf .

LAYTON, Bentley (Ed.). Gnostic Scriptures: A New Translation with Annotations and Introductions. Garden City, N.Y.: Doubleday, 1987. Disponível em: https://tinyurl.com/2s8w442a .


Leituras Complementares


BRUCE, F. F. Merece Confiança o Novo Testamento?. São Paulo: Vida Nova, 2010.

CAIRNS, E. E. O Cristianismo Através dos Séculos: uma história da igreja cristã. São Paulo: Vida Nova, 2008.

COMFORT, P. W (Ed.). A Origem da Bíblia. Rio de Janeiro: CPAD, 1998.

SCHAFF, Philip. History of the Christian Church. Volume II: Ante-Nicene Christianity. A.D. 100-325. Grand Rapids: Eerdmans, 1949. Disponível em: https://archive.org/details/HistoryOfTheChristianChurchVolume2PhilipSchaff/page/n457/mode/2up?form=MG0AV3 

BRUCE, F. F. The Spreading Flame: The Rise and Progress of Christianity. Grand Rapids, Mich.: W.B. Eerdmans Pub. Co., 1954. Disponível em: https://ia800902.us.archive.org/19/items/HistoryOfTheChristianChurchVolume2PhilipSchaff/History%20of%20the%20Christian%20Church%2C%20Volume%202%2C%20Philip%20Schaff.pdf .

OSAVA, Marcelo Massao. Hipólito de Roma e as heresias nos primeiros três séculos do cristianismo. 2020. 143 páginas. Dissertação (Mestrado em Teologia) – Programa de Pós-graduação em Teologia, Departamento de Teologia, PUC-Rio, 2020. Disponível em: https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/48553/48553.PDF .




Nenhum comentário:

Postar um comentário