𝗢 𝗾𝘂𝗲 𝗲́ 𝗮𝗹𝗺𝗮 𝗲 𝗲𝘀𝗽𝗶́𝗿𝗶𝘁𝗼 𝘀𝗲𝗴𝘂𝗻𝗱𝗼 𝗮𝘀 𝗘𝘀𝗰𝗿𝗶𝘁𝘂𝗿𝗮𝘀?
Começo este texto com a seguinte pergunta, todas as vezes que temos a palavra "alma" tanto no hebraico quanto no grego ela morre, e não é imortalizada? Digo, ela é trata morrendo ou imortal como os cristãos defendem? No Hebraico: נֶפֶשׁ (nephesh) é frequentemente traduzido como "alma", mas pode também significar "vida", "ser", "criatura" ou "pessoa". É usada para denotar a essência vital de um ser vivo. E no grego: ψυχή (psyche) é traduzido como "alma", mas também pode significar "vida", "mente" ou "coração". É o princípio vital que anima o corpo. Guarde estas duas definições, e precisamos partir de um princípio, lembre-se de que quando o princípio está errado, tudo o que sucederá também estará, pois estará pautada em alguma mentira. Quero começar com Gênesis 2:7 que está escrito:
𝘌 𝘧𝘰𝘳𝘮𝘰𝘶 𝘰 𝘚𝘦𝘯𝘩𝘰𝘳 𝘋𝘦𝘶𝘴 𝘰 𝘩𝘰𝘮𝘦𝘮 𝘥𝘰 𝘱𝘰́ 𝘥𝘢 𝘵𝘦𝘳𝘳𝘢, 𝘦 𝘴𝘰𝘱𝘳𝘰𝘶 𝘦𝘮 𝘴𝘶𝘢𝘴 𝘯𝘢𝘳𝘪𝘯𝘢𝘴 𝘰 𝘧𝘰̂𝘭𝘦𝘨𝘰 𝘥𝘢 𝘷𝘪𝘥𝘢; 𝘦 𝘰 𝘩𝘰𝘮𝘦𝘮 𝘧𝘰𝘪 𝘧𝘦𝘪𝘵𝘰 𝘢𝘭𝘮𝘢 𝘷𝘪𝘷𝘦𝘯𝘵𝘦 (נֶפֶשׁ חַיָּה, 𝘯𝘦𝘱𝘩𝘦𝘴𝘩 𝘤𝘩𝘢𝘪𝘺𝘢𝘩).
Na visão imortalista, nephesh é frequentemente entendida como "alma", representando o aspecto imortal do ser humano. Este entendimento sugere que, ao soprar o fôlego de vida no homem, Deus criou um ser com uma alma eterna, que continua a viver mesmo após a morte física. O "fôlego de vida" (נִשְׁמַת חַיִּים, nishmat chayyim) é visto como a infusão divina que traz à existência a alma imortal. Este fôlego de vida não apenas anima o corpo físico, mas também confere uma alma eterna que é distinta do corpo. O termo crucial para este texto é נֶפֶשׁ חַיָּה (nephesh chaiyah) que por eles é interpretado como "alma vivente", enfatizando que o ser humano, ao receber o fôlego divino, se torna uma entidade viva com uma alma que transcende a existência terrena. Mas será que é isto que o texto nos diz? Veja que diz que "𝘰 𝘩𝘰𝘮𝘦𝘮 𝘧𝘰𝘪 𝘧𝘦𝘪𝘵𝘰 𝘢𝘭𝘮𝘢 𝘷𝘪𝘷𝘦𝘯𝘵𝘦", não que "ganhou uma alma vivente", e se ele tivesse ganhado, onde essa alma vivia antes disso e que tipo de consciência ela tinha antes de ter sido inserida em Adão? Não vou questionar os tricotomistas e dicotomitas muito ao longo deste texto pois seria necessário destrinchar o conceito de cada um, mas me manterei em quem acredita na imortalidade da alma e alma no sentido de substância incorpórea. Portanto, se "𝘰 𝘩𝘰𝘮𝘦𝘮 𝘧𝘰𝘪 𝘧𝘦𝘪𝘵𝘰 𝘢𝘭𝘮𝘢 𝘷𝘪𝘷𝘦𝘯𝘵𝘦", ou tornou-se alma vivente quando Deus soprou o fôlego da vida naquele homem do pó da terra, podemos afirmar que este homem só se torna alma vivente, quando há esse sopro, sem isto ele seria inanimado e sem vida, pois é a partir deste sopro é que ele se tornou/foi feito alma vivente. Deus não colocou uma alma, uma alma penada fantasmagórica dentro de Adão, mas sim modelou ele do barro (corpo), soprou em suas narinas o "fôlego de vida", o sopro divino que anima o corpo, transformando o pó da terra em um ser vivo e consciente (alma/nefesh). O autor usa o vocábulo (הָיָה) hayah, que significa «tornar-se» ou «vir a ser». Portanto, a alma não é algo que foi infundido no homem, mas o que o homem se tornou após o sopro do fôlego da vida em suas narinas. Nephesh refere-se à totalidade da vida humana, incluindo tanto o corpo quanto a força vital. Este fôlego de vida não implica a existência de uma alma imortal, mas simplesmente a capacidade de vida enquanto a pessoa estiver respirando. O termo נֶפֶשׁ חַיָּה (nephesh chaiyah) é interpretado como "ser vivente", enfatizando que o homem se torna uma criatura viva quando recebe o fôlego de vida. Quando este fôlego é retirado, a nephesh retorna ao pó, indicando que a vida termina e não há continuidade da consciência após a morte. A nephesh é mortal e cessa de existir na morte. Somente neste texto podemos tirar essas conclusões, não da nossa cabeça, mas sim do texto sem os lentes pagãos cristianizados, agora imagine se formos abordar todas as vezes em que isto é explicitado?
Estando claro essa passagem importante para nossa compreensão, onde entra "espírito"? Neste mesmo texto! Mas iremos para Eclesiastes para reforçar e adentrar o assunto de espírito aqui.
Eclesiastes 12:7: "𝘌 𝘰 𝘱𝘰́ 𝘷𝘰𝘭𝘵𝘦 𝘢̀ 𝘵𝘦𝘳𝘳𝘢, 𝘤𝘰𝘮𝘰 𝘰 𝘦𝘳𝘢, 𝘦 𝘰 𝘦𝘴𝘱𝘪́𝘳𝘪𝘵𝘰 𝘷𝘰𝘭𝘵𝘦 𝘢 𝘋𝘦𝘶𝘴, 𝘲𝘶𝘦 𝘰 𝘥𝘦𝘶."
Será que Deus modificou o modo de criar humanos de lá para cá? Será que este tal espírito que volta a Deus se modificou ao longo do tempo? Tenho certeza que não. Quando temos o relato da criação do homem, retornamos ao texto de Gênesis 2:7 já explicado. Mas a questão é: o que é esse espírito? Em Eclesiastes 12:7, o "espírito" (ruach) volta a Deus, que o deu. A palavra "ruach" é frequentemente usada para descrever o vento, o fôlego, ou o espírito em diversos contextos bíblicos. Neste versículo, "ruach" é visto como a força vital ou o fôlego de vida que Deus infunde em cada ser humano. Em Gênesis 2:7, Deus sopra o "fôlego de vida" (nishmat chayyim) nas narinas de Adão, fazendo com que ele se torne uma "alma vivente" (nephesh chaiyah). Este fôlego de vida é o que anima o corpo físico, transformando o pó da terra em um ser vivo. Eclesiastes 12:7 descreve a reversão do processo de criação descrito em Gênesis 2:7. Na morte, o corpo (o pó) retorna à terra, e o espírito (ruach) retorna a Deus. O "fôlego de vida" (nishmat chayyim) é um depósito temporário. A vida humana é sustentada por esse fôlego, e quando Deus o retira, a vida cessa, conforme descrito em Eclesiastes 12:7: "E o pó volte à terra, como o era, e o espírito volte a Deus, que o deu." Concluindo, antes Adão era uma alma sem vida, o corpo de Adão modelado em barro, mas, sem o fôlego advindo de Deus, e, quando essa alma sem vida recebe o fôlego/ruach (espírito), torna-se viva (ou vivente, dependendo da versão). Portanto, o fôlego/ruach que o Adão, modelado do barro, recebeu não era uma entidade autônoma com personalidade própria que já existia dessa forma antes de ser soprado em suas narinas. Quando o corpo/alma vivente falece, volta a ser como o Adão modelado do barro, e o fôlego/ruach retorna a Deus. Tudo isso volta a ser uma única unidade no dia da respectiva ressurreição; caso contrário, a ressurreição seria uma 'reencarnação', pois consistiria no ato de uma entidade imaterial e autônoma retornar a um corpo/material. Isso é o que há de conclusão ao juntar as duas passagens. Mas como ter certeza de que o "ruach" é o espírito (fôlego) que está em nós? Para evitar confusão, é bom fazer a seguinte distinção: quando dizemos que o "espírito do Pai está em nós," estamos falando do Espírito Santo, que é uma presença ativa e contínua na vida dos crentes. Isso é distinto do "fôlego de vida" (ruach), que é o princípio vital que anima o corpo humano. O Espírito Santo proporciona entendimento, orientação e capacitação espiritual, enquanto o fôlego de vida é a energia vital que cessa na morte. Não há espírito de homem que vaga por aí, ou alma penada, alma é o corpo com o sopro divino (espírito). Continuando com a resposta da pergunta, chegamos em Jó: “𝘌𝘯𝘲𝘶𝘢𝘯𝘵𝘰 𝘦𝘶 𝘱𝘶𝘥𝘦𝘳 𝘳𝘦𝘴𝘱𝘪𝘳𝘢𝘳 (𝘯𝘦𝘴𝘩𝘢𝘮𝘢𝘩) 𝘦 𝘰 𝘴𝘰𝘱𝘳𝘰 (𝘳𝘶𝘢𝘤𝘩) 𝘥𝘦 𝘋𝘦𝘶𝘴 𝘦𝘴𝘵𝘪𝘷𝘦𝘳 𝘯𝘢𝘴 𝘮𝘪𝘯𝘩𝘢𝘴 𝘯𝘢𝘳𝘪𝘯𝘢𝘴, 𝘯𝘶𝘯𝘤𝘢 𝘰𝘴 𝘮𝘦𝘶𝘴 𝘭𝘢́𝘣𝘪𝘰𝘴 𝘧𝘢𝘭𝘢𝘳𝘢̃𝘰 𝘪𝘯𝘫𝘶𝘴𝘵𝘪𝘤̧𝘢, 𝘯𝘦𝘮 𝘢 𝘮𝘪𝘯𝘩𝘢 𝘭𝘪́𝘯𝘨𝘶𝘢 𝘱𝘳𝘰𝘯𝘶𝘯𝘤𝘪𝘢𝘳𝘢́ 𝘦𝘯𝘨𝘢𝘯𝘰” (Jó 27:3-4). A ruach está diretamente associada à respiração e também diz que ela estava nas suas narinas. O termo hebraico aqui traduzido como “narinas” é 'aph, que é exatamente a palavra que aparece em Gn 2:7:
“𝘌 𝘧𝘰𝘳𝘮𝘰𝘶 𝘰 𝘚𝘦𝘯𝘩𝘰𝘳 𝘋𝘦𝘶𝘴 𝘰 𝘩𝘰𝘮𝘦𝘮 𝘥𝘰 𝘱𝘰́ 𝘥𝘢 𝘵𝘦𝘳𝘳𝘢, 𝘦 𝘴𝘰𝘱𝘳𝘰𝘶-𝘭𝘩𝘦 𝘯𝘢𝘴 𝘯𝘢𝘳𝘪𝘯𝘢𝘴 ('aph) 𝘰 𝘧𝘰̂𝘭𝘦𝘨𝘰 (nishmat) 𝘥𝘢 𝘷𝘪𝘥𝘢; 𝘦 𝘰 𝘩𝘰𝘮𝘦𝘮 𝘵𝘰𝘳𝘯𝘰𝘶-𝘴𝘦 𝘢𝘭𝘮𝘢 𝘷𝘪𝘷𝘦𝘯𝘵𝘦” (Gênesis 2:7)
No relato da criação do homem, Deus soprou a nishmat (fôlego) nas 'aph (narinas) de Adão, e dessa forma o homem se tornou uma nephesh (alma) viva. O sopro (ruach) de Deus está nas suas 'aph (narinas), onde a ruach ocupa o lugar que em Gn 2:7 é dado à nishmat¹. Aqui afirmo que o espírito-𝘳𝘶𝘢𝘤𝘩 e o fôlego-𝘯𝘦𝘴𝘩𝘢𝘮𝘢𝘩² do homem são o mesmo.
Na visão imortalista, Eclesiastes 12:7 reflete a crença de que o espírito humano é uma entidade imortal que, ao morrer, retorna a Deus, seu Criador. Mas como se no contexto bíblico, frequentemente se refere ao fôlego de vida que Deus dá aos seres vivos (Gênesis 2:7)? Em Gênesis 2:7, Deus forma o homem do pó da terra e infunde nele o fôlego de vida (נִשְׁמַת חַיִּים, nishmat chayyim), resultando em um ser vivente (נֶפֶשׁ חַיָּה, nephesh chaiyah). O ser humano é uma combinação de corpo e fôlego divino = alma vivente, aqui não sugere uma entidade autônoma e imortal. Sem contar que no livro de Eclesiastes 9:5-6 enfatiza que os mortos não têm conhecimento, recompensas ou envolvimento com os vivos. Se somarmos a concepção subversiva de que quando morremos iremos direto para o céu ou inferno complica ainda mais a questão para esses.
Os animais também são descritos como almas viventes (Gn1:20-21), a diferença é que aquilo que torna o homem ‘alma vivente’ é a própria vida em forma de fôlego que vem de Deus, enquanto que os animais são feitos almas viventes a partir de elementos já criados.
Gênesis 1:20-21: “𝘋𝘪𝘴𝘴𝘦 𝘵𝘢𝘮𝘣𝘦́𝘮 𝘋𝘦𝘶𝘴: 𝘗𝘰𝘷𝘰𝘦𝘮-𝘴𝘦 𝘢𝘴 𝘢́𝘨𝘶𝘢𝘴 𝘥𝘦 𝘦𝘯𝘹𝘢𝘮𝘦𝘴 𝘥𝘦 𝘴𝘦𝘳𝘦𝘴 𝘷𝘪𝘷𝘦𝘯𝘵𝘦𝘴 (נֶפֶשׁ חַיָּה, nephesh chaiyah); 𝘦 𝘷𝘰𝘦𝘮 𝘢𝘴 𝘢𝘷𝘦𝘴 𝘴𝘰𝘣𝘳𝘦 𝘢 𝘵𝘦𝘳𝘳𝘢, 𝘴𝘰𝘣 𝘰 𝘧𝘪𝘳𝘮𝘢𝘮𝘦𝘯𝘵𝘰 𝘥𝘰 𝘤𝘦́𝘶. 𝘊𝘳𝘪𝘰𝘶, 𝘱𝘰𝘪𝘴, 𝘋𝘦𝘶𝘴 𝘰𝘴 𝘨𝘳𝘢𝘯𝘥𝘦𝘴 𝘮𝘰𝘯𝘴𝘵𝘳𝘰𝘴 𝘮𝘢𝘳𝘪𝘯𝘩𝘰𝘴 𝘦 𝘵𝘰𝘥𝘰𝘴 𝘰𝘴 𝘴𝘦𝘳𝘦𝘴 𝘷𝘪𝘷𝘦𝘯𝘵𝘦𝘴 (נֶפֶשׁ חַיָּה, nephesh chaiyah) 𝘲𝘶𝘦 𝘳𝘢𝘴𝘵𝘦𝘫𝘢𝘮, 𝘰𝘴 𝘲𝘶𝘢𝘪𝘴 𝘱𝘰𝘷𝘰𝘢𝘳𝘢𝘮 𝘢𝘴 𝘢́𝘨𝘶𝘢𝘴, 𝘴𝘦𝘨𝘶𝘯𝘥𝘰 𝘢𝘴 𝘴𝘶𝘢𝘴 𝘦𝘴𝘱𝘦́𝘤𝘪𝘦𝘴; 𝘦 𝘵𝘰𝘥𝘢𝘴 𝘢𝘴 𝘢𝘷𝘦𝘴, 𝘴𝘦𝘨𝘶𝘯𝘥𝘰 𝘢𝘴 𝘴𝘶𝘢𝘴 𝘦𝘴𝘱𝘦́𝘤𝘪𝘦𝘴. 𝘌 𝘷𝘪𝘶 𝘋𝘦𝘶𝘴 𝘲𝘶𝘦 𝘪𝘴𝘴𝘰 𝘦𝘳𝘢 𝘣𝘰𝘮.”
Ambos (seres humanos e animais) possuem vida e são entidades animadas. Para o homem, Gênesis 2:7 destaca que Deus "soprou em suas narinas o fôlego de vida (נִשְׁמַת חַיִּים, nishmat chayyim)," tornando o homem uma alma vivente. Isso sugere um ato especial de criação que envolve o sopro divino, conferindo uma conexão especial entre Deus e os humanos. Os animais, por outro lado, são criados a partir de elementos já existentes e são animados pela palavra de Deus sem a menção específica do sopro divino. Eles são formados a partir da terra e das águas e recebem vida pela ordem criativa de Deus.
Gênesis 1:24-25: "𝘌 𝘥𝘪𝘴𝘴𝘦 𝘋𝘦𝘶𝘴: 𝘗𝘳𝘰𝘥𝘶𝘻𝘢 𝘢 𝘵𝘦𝘳𝘳𝘢 𝘴𝘦𝘳𝘦𝘴 𝘷𝘪𝘷𝘦𝘯𝘵𝘦𝘴, 𝘤𝘰𝘯𝘧𝘰𝘳𝘮𝘦 𝘢𝘴 𝘴𝘶𝘢𝘴 𝘦𝘴𝘱𝘦́𝘤𝘪𝘦𝘴: 𝘢𝘯𝘪𝘮𝘢𝘪𝘴 𝘥𝘰𝘮𝘦́𝘴𝘵𝘪𝘤𝘰𝘴, 𝘳𝘦́𝘱𝘵𝘦𝘪𝘴 𝘦 𝘢𝘯𝘪𝘮𝘢𝘪𝘴 𝘴𝘦𝘭𝘷𝘢́𝘵𝘪𝘤𝘰𝘴, 𝘴𝘦𝘨𝘶𝘯𝘥𝘰 𝘢𝘴 𝘴𝘶𝘢𝘴 𝘦𝘴𝘱𝘦́𝘤𝘪𝘦𝘴. 𝘌 𝘢𝘴𝘴𝘪𝘮 𝘧𝘰𝘪. 𝘋𝘦𝘶𝘴 𝘧𝘦𝘻, 𝘱𝘰𝘪𝘴, 𝘰𝘴 𝘢𝘯𝘪𝘮𝘢𝘪𝘴 𝘴𝘦𝘭𝘷𝘢́𝘵𝘪𝘤𝘰𝘴, 𝘴𝘦𝘨𝘶𝘯𝘥𝘰 𝘢𝘴 𝘴𝘶𝘢𝘴 𝘦𝘴𝘱𝘦́𝘤𝘪𝘦𝘴, 𝘦 𝘰𝘴 𝘢𝘯𝘪𝘮𝘢𝘪𝘴 𝘥𝘰𝘮𝘦́𝘴𝘵𝘪𝘤𝘰𝘴, 𝘤𝘰𝘯𝘧𝘰𝘳𝘮𝘦 𝘢𝘴 𝘴𝘶𝘢𝘴 𝘦𝘴𝘱𝘦́𝘤𝘪𝘦𝘴, 𝘦 𝘵𝘰𝘥𝘰𝘴 𝘰𝘴 𝘳𝘦́𝘱𝘵𝘦𝘪𝘴 𝘥𝘢 𝘵𝘦𝘳𝘳𝘢, 𝘤𝘰𝘯𝘧𝘰𝘳𝘮𝘦 𝘢𝘴 𝘴𝘶𝘢𝘴 𝘦𝘴𝘱𝘦́𝘤𝘪𝘦𝘴. 𝘌 𝘷𝘪𝘶 𝘋𝘦𝘶𝘴 𝘲𝘶𝘦 𝘪𝘴𝘴𝘰 𝘦𝘳𝘢 𝘣𝘰𝘮."
Os versículos mencionam especificamente que os animais são produzidos pela terra e pelas águas. Isso sugere que, diferentemente dos humanos, cuja criação envolve um ato direto de sopro divino, os animais são formados a partir dos elementos naturais existentes. Ele ordena que a terra e as águas produzam seres viventes, e assim acontece. Isso demonstra o poder da palavra de Deus em trazer à existência seres vivos a partir dos elementos já criados.
Mas Nicolas, lembro de tu mencionar que o Espírito é aonde fazemos comunicação direta com Deus, é o entendimento sobre as coisas do Pai. Por mais que isso seja semelhante a visão tricotomista (visão de que o ser humano é composto de três partes distintas: corpo, alma e espírito), a qual eu não defendo mas já defendi sem saber os termos, reservo esta parte do texto para deixar claro se é através da alma ou espírito em que nos comunicamos com O Pai. No livro de Jó isso vai ficar claro de ser respondido:
Jó 32:8: “𝘰 𝘦𝘴𝘱𝘪́𝘳𝘪𝘵𝘰 (𝘳𝘶𝘢𝘤𝘩) 𝘥𝘦𝘯𝘵𝘳𝘰 𝘥𝘰 𝘩𝘰𝘮𝘦𝘮 𝘲𝘶𝘦 𝘭𝘩𝘦 𝘥𝘢́ 𝘦𝘯𝘵𝘦𝘯𝘥𝘪𝘮𝘦𝘯𝘵𝘰, 𝘰 𝘴𝘰𝘱𝘳𝘰 (𝘯𝘦𝘴𝘩𝘢𝘮𝘢𝘩) 𝘥𝘰 𝘛𝘰𝘥𝘰-𝘱𝘰𝘥𝘦𝘳𝘰𝘴𝘰”
O espírito/ruach é identificado como sendo o sopro-neshamah, e que “𝘰 𝘌𝘴𝘱𝘪́𝘳𝘪𝘵𝘰 (ruach) 𝘥𝘦 𝘋𝘦𝘶𝘴 𝘮𝘦 𝘧𝘦𝘻; 𝘰 𝘴𝘰𝘱𝘳𝘰 (neshamah) 𝘥𝘰 𝘛𝘰𝘥𝘰-𝘱𝘰𝘥𝘦𝘳𝘰𝘴𝘰 𝘮𝘦 𝘥𝘢́ 𝘷𝘪𝘥𝘢” (Jó 33:4). Aqui, ruach não se refere ao Espírito Santo, mas ao mesmo «sopro do Todo-poderoso» que o fez (em alusão a Gn 2:7). Ruach não é uma entidade autônoma e consciente separada do corpo. Em vez disso, é o princípio vital que, quando combinado com o corpo, resulta em um ser vivo. O ser humano é uma entidade integrada, onde o corpo e o fôlego de vida juntos formam uma "alma vivente" (nephesh chaiyah). A consciência, raciocínio e emoções são funções do corpo vivificado pelo fôlego de vida. Quando o fôlego é retirado, a pessoa deixa de existir como ser consciente. O problema é dizer que só a alma tem emoções, como se a alma fosse algo separado do corpo e/ou uma alma incorpórea que vaga por aí ou fica num estado intermediário após a morte. E também ao dizer que é o espírito que há no homem é que ele se comunica com Deus diretamente e é responsável pelo raciocínio ocorre em outros problemas, pois, o raciocínio e as funções cognitivas são vistas como propriedades emergentes do corpo vivente. Elas dependem da condição física do cérebro e da infusão do fôlego de vida. Sem o corpo, não há consciência ou raciocínio. A comunicação com Deus acontece enquanto a pessoa está viva, com o fôlego de vida sustentando as funções cognitivas e espirituais. Resumindo em tópicos abaixo:
• O espírito (ruach) é o fôlego de vida que Deus dá. Não é uma entidade consciente e autônoma que continua a existir após a morte.
• Raciocínio e comunicação com Deus acontecem enquanto a pessoa está viva, como resultado do fôlego de vida animando o corpo.
• Após a morte, a consciência cessa e o fôlego de vida retorna a Deus, aguardando a futura ressurreição, quando a vida será restaurada.
O espírito que se comunica diretamente com Deus e raciocina, não é um ser separado do corpo, mas sim o próprio corpo com seu cérebro que pensa, e é a junção do espírito + corpo = alma vivente. Ruach não é uma entidade autônoma e consciente separada do corpo. Em vez disso, é o princípio vital que, quando combinado com o corpo, resulta em um ser vivo. O corpo e o espírito juntos formam uma alma vivente (nephesh chaiyah). O corpo físico, incluindo o cérebro, é responsável por pensamentos, emoções e processos cognitivos enquanto animado pelo fôlego de vida. Sem o espírito, o corpo não pode funcionar ou ter consciência. Sim, acho que este é o texto em que mais estou redundante repetindo e repetindo a mesma com as mesmas ou diferentes palavras, mas é simplificando para você entender, assim que compreender farei outros textos e/ou vídeos adentrando profundamente em outras questões de outros textos.
A vida humana é a união do corpo com o fôlego de vida. O espírito (ruach) não é uma entidade consciente que vive separada do corpo, mas o princípio vital que permite ao corpo pensar, sentir e comunicar-se com Deus. A alma (nephesh) é o ser humano inteiro, um ser vivente que cessa de existir na morte até a futura ressurreição. A alma é a vida inteira e a essência da pessoa, abrangendo corpo, mente e espírito. Emoções como alegria, tristeza, medo e amor são expressões do ser humano integral, essas emoções são funções do corpo vivificado pelo fôlego de vida (ruach). As Escrituras frequentemente descrevem as emoções em termos físicos, como o coração (לב, lev) sendo o centro das emoções e pensamentos (por exemplo, Provérbios 4:23).
Quando as Escrituras mencionam que "enganoso é o coração," isso está se referindo à natureza humana, incluindo as emoções, pensamentos e intenções.
Jeremias 17:9: "𝘖 𝘤𝘰𝘳𝘢𝘤̧𝘢̃𝘰 𝘦́ 𝘮𝘢𝘪𝘴 𝘦𝘯𝘨𝘢𝘯𝘰𝘴𝘰 𝘲𝘶𝘦 𝘲𝘶𝘢𝘭𝘲𝘶𝘦𝘳 𝘰𝘶𝘵𝘳𝘢 𝘤𝘰𝘪𝘴𝘢 𝘦 𝘴𝘶𝘢 𝘥𝘰𝘦𝘯𝘤̧𝘢 𝘦́ 𝘪𝘯𝘤𝘶𝘳𝘢́𝘷𝘦𝘭; 𝘲𝘶𝘦𝘮 𝘦́ 𝘤𝘢𝘱𝘢𝘻 𝘥𝘦 𝘤𝘰𝘮𝘱𝘳𝘦𝘦𝘯𝘥𝘦̂-𝘭𝘰?"
No contexto bíblico, o "coração" (לב, lev) é frequentemente visto como o centro das emoções, pensamentos, intenções e vontade humana. É uma metáfora para a totalidade do ser interior da pessoa. Jeremias 17:9 enfatiza a natureza falível e corruptível do coração humano. Ele é enganoso e difícil de compreender, refletindo a inclinação humana ao pecado e à auto-decepção. A "alma" (נֶפֶשׁ, nephesh) é a totalidade do ser vivente. Quando a Bíblia fala do coração como enganoso, está descrevendo um aspecto da alma humana, especificamente suas emoções e pensamentos. A alma inclui todas as facetas do ser humano: o corpo físico, as emoções, a mente e o espírito, funcionando em conjunto. Portanto, o coração, como sede das emoções e intenções, é uma parte integral da alma. Mas se a alma é de fato tudo isto, o corpo físico, as emoções, a mente e o espírito, funcionando em conjunto, e não uma parte separada do corpo autônoma, em que passagens posso confirmar isto que está defendendo? Vamos ao Antigo Testamento, em um livro que até agora não foi citado.
Deuteronômio 6:5 "𝘈𝘮𝘦 𝘰 𝘚𝘦𝘯𝘩𝘰𝘳, 𝘰 𝘴𝘦𝘶 𝘋𝘦𝘶𝘴, 𝘥𝘦 𝘵𝘰𝘥𝘰 𝘰 𝘴𝘦𝘶 𝘤𝘰𝘳𝘢𝘤̧𝘢̃𝘰, 𝘥𝘦 𝘵𝘰𝘥𝘢 𝘢 𝘴𝘶𝘢 𝘢𝘭𝘮𝘢 (נֶפֶשׁ, nephesh) 𝘦 𝘥𝘦 𝘵𝘰𝘥𝘢𝘴 𝘢𝘴 𝘴𝘶𝘢𝘴 𝘧𝘰𝘳𝘤̧𝘢𝘴."
Este versículo sublinha a totalidade do ser humano ao incluir o coração (entendido como a mente e as emoções), a alma (nephesh) e as forças (corpo físico). Isso indica que a devoção a Deus deve envolver todos os aspectos do ser. O coração representa os pensamentos e emoções que são partes essenciais da experiência humana enquanto o corpo está animado pelo fôlego de vida. Amar a Deus de todo o coração significa dedicar todos os seus pensamentos, sentimentos e intenções a Ele enquanto se está vivo. A alma é a unidade de corpo e fôlego de vida. Amar a Deus de toda a alma implica amar a Deus com toda a sua vida, envolvendo seu ser completo em devoção e serviço a Ele enquanto se está vivo. Veja como fica claro quando entendemos a Realidade das Escrituras e não religião. Forças (מְאֹד, meod) refere-se às capacidades físicas e recursos. Isso inclui a força física, energia e os recursos materiais de uma pessoa. As forças são uma expressão do corpo físico e sua vitalidade. Amar a Deus com todas as forças significa usar todas as suas capacidades físicas e recursos materiais para servir a Deus e cumprir Seus mandamentos.
Mateus 22:37: "𝘙𝘦𝘴𝘱𝘰𝘯𝘥𝘦𝘶-𝘭𝘩𝘦 𝘑𝘦𝘴𝘶𝘴: ‘𝘈𝘮𝘢𝘳𝘢́𝘴 𝘰 𝘚𝘦𝘯𝘩𝘰𝘳 𝘵𝘦𝘶 𝘋𝘦𝘶𝘴 𝘥𝘦 𝘵𝘰𝘥𝘰 𝘰 𝘵𝘦𝘶 𝘤𝘰𝘳𝘢𝘤̧𝘢̃𝘰, 𝘥𝘦 𝘵𝘰𝘥𝘢 𝘢 𝘵𝘶𝘢 𝘢𝘭𝘮𝘢 𝘦 𝘥𝘦 𝘵𝘰𝘥𝘰 𝘰 𝘵𝘦𝘶 𝘦𝘯𝘵𝘦𝘯𝘥𝘪𝘮𝘦𝘯𝘵𝘰.’"
Coração (καρδία, kardia): No Novo Testamento, "coração" (kardia) é frequentemente usado para descrever a sede das emoções, pensamentos e a vontade. Refere-se à essência interior do ser humano. Amar a Deus de todo o coração significa dedicar todas as suas emoções, pensamentos e intenções a Deus enquanto se está vivo. O coração representa a parte do ser humano que pensa e sente, animada pelo fôlego de vida que Deus concede.
Alma (ψυχή, psuchē): A palavra "alma" (psuchē) é equivalente ao hebraico "nephesh" e refere-se à vida ou ao ser vivente. No contexto bíblico, alma é a totalidade do ser humano, incluindo o corpo vivificado pelo fôlego de vida. Amar a Deus de toda a alma implica servir e honrar a Deus com toda a sua vida enquanto se está vivo, pois após a morte, a alma (ser vivente) deixa de existir até a futura ressurreição.
Entendimento (διάνοια, dianoia): refere-se à mente, intelecto e capacidade de raciocínio. Representa a parte do ser humano que compreende e medita sobre as coisas espirituais e morais. O entendimento é parte do corpo vivificado pelo fôlego de vida. Amar a Deus de todo o entendimento significa usar sua capacidade intelectual para conhecer, entender e seguir a vontade de Deus. Após a morte, essa capacidade cessa, e a pessoa espera a ressurreição para retornar à vida consciente. Jesus faz eco a Deuteronômio 6:5, adicionando o entendimento, que refere-se à mente e às capacidades racionais. Isso enfatiza que a alma inclui a mente e as emoções.
1 Tessalonicenses 5:23: "𝘖 𝘮𝘦𝘴𝘮𝘰 𝘋𝘦𝘶𝘴 𝘥𝘦 𝘱𝘢𝘻 𝘷𝘰𝘴 𝘴𝘢𝘯𝘵𝘪𝘧𝘪𝘲𝘶𝘦 𝘦𝘮 𝘵𝘶𝘥𝘰; 𝘦 𝘰 𝘷𝘰𝘴𝘴𝘰 𝘦𝘴𝘱𝘪́𝘳𝘪𝘵𝘰, 𝘢𝘭𝘮𝘢 𝘦 𝘤𝘰𝘳𝘱𝘰 𝘴𝘦𝘫𝘢𝘮 𝘱𝘳𝘦𝘴𝘦𝘳𝘷𝘢𝘥𝘰𝘴 𝘪́𝘯𝘵𝘦𝘨𝘳𝘰𝘴 𝘦 𝘪𝘳𝘳𝘦𝘱𝘳𝘦𝘦𝘯𝘴𝘪́𝘷𝘦𝘪𝘴 𝘯𝘢 𝘷𝘪𝘯𝘥𝘢 𝘥𝘦 𝘯𝘰𝘴𝘴𝘰 𝘚𝘦𝘯𝘩𝘰𝘳 𝘑𝘦𝘴𝘶𝘴 𝘊𝘳𝘪𝘴𝘵𝘰."
O desejo de Paulo é que Deus santifique completamente os crentes, uma santificação que abrange todos os aspectos do ser humano. A santificação total enfatiza a necessidade de viver uma vida santa e dedicada a Deus em todos os aspectos de nossa existência presente, reconhecendo que somos um ser integral.
Espírito (πνεῦμα, pneuma): No Novo Testamento, "espírito" (pneuma) pode referir-se ao fôlego de vida, à presença divina ou à parte imaterial do ser humano que se relaciona com Deus. O espírito é entendido como o fôlego de vida que Deus dá. Este fôlego não é uma entidade autônoma e consciente após a morte. Em vez disso, é o princípio vital que, quando combinado com o corpo, forma uma alma vivente (nephesh chaiyah).
Alma (ψυχή, psuchē) refere-se à vida ou à totalidade do ser vivente, incluindo corpo e espírito.
Corpo (σῶμα, soma) é a parte material do ser humano. O corpo é essencial para a existência consciente e é inseparável do fôlego de vida enquanto estamos vivos. A integridade do corpo é importante para a totalidade da vida humana. O corpo, a alma e o espírito estão inseparavelmente conectados. A vida consciente depende da união desses elementos. O desejo de Paulo de que os crentes sejam preservados íntegros e irrepreensíveis na vinda de Cristo refere-se à integridade do ser vivente no dia da ressurreição.
Salmos 103:1: "𝘉𝘦𝘯𝘥𝘪𝘻𝘦, 𝘰́ 𝘮𝘪𝘯𝘩𝘢 𝘢𝘭𝘮𝘢 (נֶפֶשׁ, nephesh), 𝘢𝘰 𝘚𝘦𝘯𝘩𝘰𝘳, 𝘦 𝘵𝘶𝘥𝘰 𝘰 𝘲𝘶𝘦 𝘩𝘢́ 𝘦𝘮 𝘮𝘪𝘮 𝘣𝘦𝘯𝘥𝘪𝘨𝘢 𝘰 𝘴𝘦𝘶 𝘴𝘢𝘯𝘵𝘰 𝘯𝘰𝘮𝘦."
Aqui, a alma (nephesh) é apresentada como o ser completo, capaz de bendizer ao Senhor. "Tudo o que há em mim" reforça a ideia de que a alma abrange todos os aspectos do ser humano. Quando o salmista diz "Bendize, ó minha alma," ele está chamando todo o seu ser — corpo e fôlego de vida — a louvar ao Senhor. Isso implica que a adoração a Deus é um ato realizado pelo ser completo enquanto vivo. A frase "tudo o que há em mim" reforça a ideia de que a adoração a Deus deve envolver todas as partes do ser humano: mente, corpo e espírito (fôlego de vida).
Em Tiago 2:26, lemos: “𝘗𝘰𝘳𝘲𝘶𝘦, 𝘢𝘴𝘴𝘪𝘮 𝘤𝘰𝘮𝘰 𝘰 𝘤𝘰𝘳𝘱𝘰 𝘴𝘦𝘮 𝘰 𝘦𝘴𝘱𝘪́𝘳𝘪𝘵𝘰 𝘦𝘴𝘵𝘢́ 𝘮𝘰𝘳𝘵𝘰, 𝘢𝘴𝘴𝘪𝘮 𝘵𝘢𝘮𝘣𝘦́𝘮 𝘢 𝘧𝘦́ 𝘴𝘦𝘮 𝘰𝘣𝘳𝘢𝘴 𝘦́ 𝘮𝘰𝘳𝘵𝘢.” Agora, analisemos: se o corpo do homem, sem o espírito, não é considerado uma alma vivente, e levando em conta que o homem não ganhou uma alma, mas se tornou uma alma vivente (Gn 2:7), como essa alma poderia continuar vivente sem esse corpo? Ou seja, se a alma vivente é a união de corpo e espírito, mas na morte o corpo vira pó e o espírito volta para Deus, como pode ainda restar uma alma vivente? Se a alma é imortal e autônoma, ela já estaria consciente antes de ter sido inserida em Adão? Deus soprou uma alma/nephesh ou um espírito/fôlego/nᵉshâmâh nas narinas de Adão? Além disso, se a alma, na condição de autônoma, foi inserida em Adão, isso significaria que teríamos a primeira encarnação? Nesse caso, o ato da primeira ressurreição mencionado em 1Co 15:52, 1Ts 4:16 e Ap 20:5 seria na verdade uma reencarnação? (Ou seja, uma alma imortal e autônoma retornando ao corpo).
Considere que o texto diz que ‘aquilo que é corruptível, será revestido de incorruptibilidade’ (1Co 15:53). Se a alma é uma entidade autônoma e imortal, não pode ser corrupta, pois corrupção vem do pecado, e pecado gera morte (Rm 5:12). Assim, poderíamos dizer que o pecado original não afetou a alma? Ou, se a alma, na condição de autônoma, foi inserida em Adão, por que a Bíblia diz que ‘Adão se tornou uma alma vivente’ ao invés de ‘Adão ganhou uma alma vivente’?
A Escritura não afirma que, após a morte do homem, a alma vivente retorna para Deus. As Escrituras dizem que o espírito retorna para Deus e o corpo volta ao pó (Ec 12:7), logo, não há alma vivente sem o corpo e o espírito. Alguns dizem que o espírito viabiliza a comunicação da alma com Deus ou com as coisas de Deus. Se, na morte, o espírito volta para Deus, então, nesse intervalo antes da ressurreição, essa alma imaterial e autônoma ficaria sem esse tipo de comunicação? Isso os tricotomistas e dicotomistas deveriam explicar.
Nem corpo nem espírito tem vida por si só. É apenas com a fusão de ambos que temos um ser vivo – ou seja, uma alma vivente. Na morte essa união é desfeita e, assim, não há mais vida até a ressurreição, quando são unidos novamente.
Alma: A alma (נֶפֶשׁ, nephesh) é a totalidade do ser vivente, que inclui tanto o corpo quanto o princípio vital ou o fôlego de vida (corpo + espírito = alma vivente). Quando a pessoa morre, a alma deixa de existir até a ressurreição. Alma é o que somos, não que temos.
Espírito: O espírito (רוח, ruach) é o fôlego de vida ou a energia vital que Deus concede. Quando a pessoa morre, esse fôlego de vida retorna a Deus, e a pessoa entra em um estado de inconsciência total, aguardando a ressurreição.
Após a morte, não há uma entidade consciente ou autônoma que continua a viver ou assombrar. A vida humana é temporária e depende inteiramente do fôlego de vida que Deus concede. Quando este fôlego é retirado, a pessoa deixa de existir até a futura ressurreição, quando Deus restaurará a vida aos justos.
A ideia de que a alma é imortal e autônoma é a base de muitas heresias e falsas religiões. A crença na imortalidade da alma é fortemente influenciada pela filosofia grega, particularmente pelo pensamento de Platão, e não pelas Escrituras hebraicas. Essa crença se infiltrou no pensamento cristão primitivo através da influência helenística. Para provar isto seria necessário transformar este texto em um livreto, e não é o que quero fazer por agora. Mas iremos para mais um texto em que diz que a alma morre, ora, se ela morre ela não é imortal.
Ezequiel 18:20: "𝘈 𝘢𝘭𝘮𝘢 𝘲𝘶𝘦 𝘱𝘦𝘤𝘢𝘳, 𝘦𝘴𝘴𝘢 𝘮𝘰𝘳𝘳𝘦𝘳𝘢́; 𝘰 𝘧𝘪𝘭𝘩𝘰 𝘯𝘢̃𝘰 𝘭𝘦𝘷𝘢𝘳𝘢́ 𝘢 𝘪𝘯𝘪𝘲𝘶̈𝘪𝘥𝘢𝘥𝘦 𝘥𝘰 𝘱𝘢𝘪, 𝘯𝘦𝘮 𝘰 𝘱𝘢𝘪 𝘭𝘦𝘷𝘢𝘳𝘢́ 𝘢 𝘪𝘯𝘪𝘲𝘶̈𝘪𝘥𝘢𝘥𝘦 𝘥𝘰 𝘧𝘪𝘭𝘩𝘰. 𝘈 𝘫𝘶𝘴𝘵𝘪𝘤̧𝘢 𝘥𝘰 𝘫𝘶𝘴𝘵𝘰 𝘧𝘪𝘤𝘢𝘳𝘢́ 𝘴𝘰𝘣𝘳𝘦 𝘦𝘭𝘦 𝘦 𝘢 𝘪𝘮𝘱𝘪𝘦𝘥𝘢𝘥𝘦 𝘥𝘰 𝘪́𝘮𝘱𝘪𝘰 𝘤𝘢𝘪𝘳𝘢́ 𝘴𝘰𝘣𝘳𝘦 𝘦𝘭𝘦."
Este versículo deixa claro que a alma é mortal e pode morrer. A ideia de uma alma imortal não é suportada por este texto, pois ele afirma diretamente que a alma que peca morrerá. O texto enfatiza a responsabilidade individual e o julgamento com base nas ações pessoais. A justiça ou impiedade de uma pessoa é exclusiva a ela e não é transferível para outros, como filhos ou pais. As Escrituras consistentemente ensina que a alma pode morrer e não que é uma entidade imortal que sobrevive à morte física. Ezequiel 18:20 refere-se à morte final (a morte eterna), não de morte terrena. A alma que peca está sujeita à morte total, que só pode ser superada pela ressurreição prometida por Deus. Morrerá (מוּת, mut): O verbo usado aqui implica morte completa e final³. A morte eterna é a consequência última do pecado não arrependido.
Romanos 6:23: "𝘗𝘰𝘳𝘲𝘶𝘦 𝘰 𝘴𝘢𝘭𝘢́𝘳𝘪𝘰 𝘥𝘰 𝘱𝘦𝘤𝘢𝘥𝘰 𝘦́ 𝘢 𝘮𝘰𝘳𝘵𝘦, 𝘮𝘢𝘴 𝘰 𝘥𝘰𝘮 𝘨𝘳𝘢𝘵𝘶𝘪𝘵𝘰 𝘥𝘦 𝘋𝘦𝘶𝘴 𝘦́ 𝘢 𝘷𝘪𝘥𝘢 𝘦𝘵𝘦𝘳𝘯𝘢 𝘦𝘮 𝘊𝘳𝘪𝘴𝘵𝘰 𝘑𝘦𝘴𝘶𝘴 𝘯𝘰𝘴𝘴𝘰 𝘚𝘦𝘯𝘩𝘰𝘳."
Este versículo apoia a ideia de que a morte é a consequência final do pecado, implicando morte eterna para aqueles que rejeitam a oferta de salvação de Deus. Dada a ênfase na responsabilidade individual e no julgamento, mut (מוּת) se refere à morte final ou eterna. Há centenas de versículos bíblicos que retratam a morte dos ímpios como uma destruição final. Cerca de 25 substantivos e verbos hebraicos e gregos são usados para descrever a destruição dos pecadores impenitentes. Os imortalistas dizem que a palavra "alma" (nephesh) possui vários significados e que o contexto de Ezequiel 18:20 não trata da condição dos mortos nem de uma vida espiritual. Vamos refutar este primeiro ponto.
𝟭° 𝙋𝙤𝙣𝙩𝙤 - 𝘾𝙤𝙣𝙩𝙚𝙭𝙩𝙤 𝙚 𝙎𝙞𝙜𝙣𝙞𝙛𝙞𝙘𝙖𝙙𝙤 𝙙𝙚 "𝘼𝙡𝙢𝙖" (נֶפֶשׁ, 𝙣𝙚𝙥𝙝𝙚𝙨𝙝)
É verdade que "nephesh" pode ter vários significados dependendo do contexto. No entanto, em Ezequiel 18:20, o termo "nephesh" é usado para descrever o ser vivente completo, enfatizando que a alma é sujeita à morte devido ao pecado. Embora o capítulo trate da responsabilidade individual e da justiça de Deus, a expressão "a alma que pecar, essa morrerá" pode ser entendida como uma afirmação abrangente que inclui tanto a morte física quanto a morte eterna, enfatizando a consequência final do pecado. E como a consequência final do pecado é a morte, para que fazer rodeios e não concordar com o texto?
𝟮° 𝙋𝙤𝙣𝙩𝙤 - 𝙍𝙚𝙨𝙥𝙤𝙣𝙨𝙖𝙗𝙞𝙡𝙞𝙙𝙖𝙙𝙚 𝙄𝙣𝙙𝙞𝙫𝙞𝙙𝙪𝙖𝙡 𝙚 𝙈𝙤𝙧𝙩𝙚 𝙀𝙩𝙚𝙧𝙣𝙖
Os imortalistas afirmam que Ezequiel 18 se concentra apenas na vida física, tratando de jurisprudência penal e responsabilidade individual, e que a passagem não pode ser usada para discutir a imortalidade da alma. Entretanto, eles seguem ignorando o fato da interpretação de que a morte mencionada seja mais abrangente. Versículos como Romanos 6:23 ("𝘗𝘰𝘳𝘲𝘶𝘦 𝘰 𝘴𝘢𝘭𝘢́𝘳𝘪𝘰 𝘥𝘰 𝙥𝙚𝙘𝙖𝙙𝙤 𝘦́ 𝘢 𝙢𝙤𝙧𝙩𝙚") e Apocalipse 20:14-15 ("Esta é a segunda 𝙢𝙤𝙧𝙩𝙚, o lago de fogo") mostram que a morte como consequência do pecado inclui a morte eterna. Ezequiel 18:20 é consistente com essa visão teológica mais ampla.
𝟯° 𝙋𝙤𝙣𝙩𝙤 - 𝙏𝙧𝙖𝙙𝙞𝙘̧𝙤̃𝙚𝙨 𝙚 𝘾𝙤𝙨𝙩𝙪𝙢𝙚𝙨 𝙙𝙖 𝙀́𝙥𝙤𝙘𝙖
Ainda querendo fugir do texto, e de todas as vezes em que vai ser citado a alma morrendo em vez de sobreviver em algum estado intermediário, saindo por aí assombrando criancinhas, os imortalistas sugerem que o objetivo de Ezequiel 18 é corrigir a crença na responsabilidade coletiva e que isso não se relaciona com a discussão sobre a imortalidade da alma. Embora Ezequiel 18 corrija a crença na responsabilidade coletiva, isso não impede que a passagem também faça declarações sobre a natureza da alma e do pecado. Isso é querer colocar freios no texto e não querer debater dentro dele pois sabem que vão perder. A frase "a alma que pecar, essa morrerá" é vista como uma ênfase na justiça individual de Deus e a consequência final do pecado.
𝟰° 𝙋𝙤𝙣𝙩𝙤 - 𝙐𝙨𝙤 𝙀𝙭𝙚𝙜𝙚́𝙩𝙞𝙘𝙤 𝙚 𝘼𝙥𝙤𝙡𝙤𝙜𝙚́𝙩𝙞𝙘𝙤
O argumento que usam para se esquivar de mais um texto escriturístico, assim como fazem com 1 Coríntios, dizem que se utilizar de Ezequiel 18:20 para combater a doutrina da imortalidade da alma é incoerente porque o contexto trata apenas da vida física. A interpretação de que "a alma que pecar, essa morrerá" inclui a morte eterna não é incoerente quando considerada dentro do contexto maior da Escritura. Muitas passagens bíblicas utilizam a morte física como símbolo da morte eterna, como em Romanos como já citado: "𝘗𝘰𝘳𝘲𝘶𝘦 𝘰 𝘴𝘢𝘭𝘢́𝘳𝘪𝘰 𝘥𝘰 𝘱𝘦𝘤𝘢𝘥𝘰 𝘦́ 𝘢 𝘮𝘰𝘳𝘵𝘦, 𝘮𝘢𝘴 𝘰 𝘥𝘰𝘮 𝘨𝘳𝘢𝘵𝘶𝘪𝘵𝘰 𝘥𝘦 𝘋𝘦𝘶𝘴 𝘦́ 𝘢 𝘷𝘪𝘥𝘢 𝘦𝘵𝘦𝘳𝘯𝘢 𝘦𝘮 𝘊𝘳𝘪𝘴𝘵𝘰 𝘑𝘦𝘴𝘶𝘴 𝘯𝘰𝘴𝘴𝘰 𝘚𝘦𝘯𝘩𝘰𝘳." A morte aqui se refere tanto à morte física quanto à morte eterna como consequência final do pecado não arrependido. Veremos outros:
Apocalipse 20:14-15: "𝘌𝘯𝘵𝘢̃𝘰 𝘢 𝘮𝘰𝘳𝘵𝘦 𝘦 𝘰 𝘪𝘯𝘧𝘦𝘳𝘯𝘰 𝘧𝘰𝘳𝘢𝘮 𝘭𝘢𝘯𝘤̧𝘢𝘥𝘰𝘴 𝘯𝘰 𝘭𝘢𝘨𝘰 𝘥𝘦 𝘧𝘰𝘨𝘰. 𝘌𝘴𝘵𝘢 𝘦́ 𝘢 𝘴𝘦𝘨𝘶𝘯𝘥𝘢 𝘮𝘰𝘳𝘵𝘦, 𝘰 𝘭𝘢𝘨𝘰 𝘥𝘦 𝘧𝘰𝘨𝘰. 𝘌 𝘢𝘲𝘶𝘦𝘭𝘦 𝘲𝘶𝘦 𝘯𝘢̃𝘰 𝘧𝘰𝘪 𝘢𝘤𝘩𝘢𝘥𝘰 𝘦𝘴𝘤𝘳𝘪𝘵𝘰 𝘯𝘰 𝘭𝘪𝘷𝘳𝘰 𝘥𝘢 𝘷𝘪𝘥𝘢 𝘧𝘰𝘪 𝘭𝘢𝘯𝘤̧𝘢𝘥𝘰 𝘯𝘰 𝘭𝘢𝘨𝘰 𝘥𝘦 𝘧𝘰𝘨𝘰."
A segunda morte é a morte eterna, e é representada pela destruição final dos ímpios no lago de fogo. Destruição, e não queimar eternamente.
Mateus 10:28: "𝘌 𝘯𝘢̃𝘰 𝘵𝘦𝘮𝘢𝘪𝘴 𝘰𝘴 𝘲𝘶𝘦 𝘮𝘢𝘵𝘢𝘮 𝘰 𝘤𝘰𝘳𝘱𝘰, 𝘦 𝘯𝘢̃𝘰 𝘱𝘰𝘥𝘦𝘮 𝘮𝘢𝘵𝘢𝘳 𝘢 𝘢𝘭𝘮𝘢; 𝘵𝘦𝘮𝘦𝘪 𝘢𝘯𝘵𝘦𝘴 𝘢𝘲𝘶𝘦𝘭𝘦 𝘲𝘶𝘦 𝘱𝘰𝘥𝘦 𝘧𝘢𝘻𝘦𝘳 𝘱𝘦𝘳𝘦𝘤𝘦𝘳 𝘯𝘰 𝘪𝘯𝘧𝘦𝘳𝘯𝘰 (Geena) 𝘵𝘢𝘯𝘵𝘰 𝘢 𝘢𝘭𝘮𝘢 𝘤𝘰𝘮𝘰 𝘰 𝘤𝘰𝘳𝘱𝘰."
Este versículo distingue entre a morte física, que os humanos podem infligir, e a morte eterna, que é o destino final dos ímpios no Geena. Jesus frequentemente usou "Geena" para descrever o destino final dos ímpios. O termo simboliza destruição completa e é uma metáfora para a morte eterna, não um tormento eterno, mas a cessação da existência. Jesus está contrastando a morte física, que é temporal e infligida por humanos, com a destruição eterna, que é definitiva e administrada por Deus. Geena aqui simboliza a segunda morte, ou morte eterna, onde os ímpios são destruídos completamente. Alguns imortalistas, ou melhor, a maioria, baseam-se toda a sua doutrina neste texto, enquanto ignoram as centenas de passagens bíblicas que afirmam que a alma morre. A exegese adequada deve permitir que a Bíblia interprete a Bíblia, onde textos mais claros ajudam a interpretar textos mais difíceis. "Alma" na Bíblia tem vários significados e deve ser entendida no contexto. Mateus 10:28, isoladamente, não prova a imortalidade da alma.
A expressão "partiu meu coração," é uma analogia e não deve ser entendida como literal, assim como "𝘯𝘢̃𝘰 𝘱𝘰𝘥𝘦𝘮 𝘮𝘢𝘵𝘢𝘳 𝘢 𝘢𝘭𝘮𝘢", se assim interpretam estão novamente equivocados. Jesus estava usando uma linguagem figurativa para enfatizar que os humanos não podem afetar o destino eterno de uma pessoa. "psiquê" em Mateus 10:28 deve ser interpretado como vida terrena versus vida eterna, em linha com outras passagens onde Jesus usa "psiquê" (como Mateus 16:25-26). A segunda parte de Mateus 10:28 menciona que Deus pode destruir tanto a alma quanto o corpo no inferno (Geena). O termo grego "apollumi" pode significar tanto "destruir completamente" quanto "perder," dependendo do contexto. Neste caso, significa destruição total, não tormento eterno. "apollumi" claramente significa destruição completa (como no dilúvio) e em outros contextos. "apollumi" em Mateus 10:28 deve ser entendido como "destruir" e não "perder". Substituir "destruir" por "perder" no texto resultaria em uma interpretação ilógica e blasfêmica ("𝘕𝘢̃𝘰 𝘵𝘦𝘯𝘩𝘢𝘮 𝘮𝘦𝘥𝘰 𝘥𝘰𝘴 𝘲𝘶𝘦 𝘮𝘢𝘵𝘢𝘮 𝘰 𝘤𝘰𝘳𝘱𝘰, 𝘮𝘢𝘴 𝘯𝘢̃𝘰 𝘱𝘰𝘥𝘦𝘮 𝘮𝘢𝘵𝘢𝘳 𝘢 𝘢𝘭𝘮𝘢. 𝘈𝘯𝘵𝘦𝘴, 𝘵𝘦𝘯𝘩𝘢𝘮 𝘮𝘦𝘥𝘰 𝘥𝘢𝘲𝘶𝘦𝘭𝘦 𝘲𝘶𝘦 𝘱𝘰𝘥𝘦 𝘱𝘦𝘳𝘥𝘦𝘳 𝘵𝘢𝘯𝘵𝘰 𝘢 𝘢𝘭𝘮𝘢 𝘤𝘰𝘮𝘰 𝘰 𝘤𝘰𝘳𝘱𝘰 𝘯𝘰 𝘪𝘯𝘧𝘦𝘳𝘯𝘰."). A interpretação de "destruir" é coerente com a primeira parte do versículo, onde é dito para não temer aqueles que podem matar apenas o corpo, mas sim temer a Deus, que pode destruir tanto o corpo quanto a alma no Geena. Os ímpios enfrentarão duas mortes - a primeira morte nesta vida e a segunda morte após a ressurreição no Geena (inferno). Enquanto os justos ressuscitam para a vida eterna, os ímpios são ressuscitados para enfrentar o julgamento e a destruição final. Apocalipse 20:6 reforça que a "segunda morte" não tem poder sobre os justos, mas sim sobre os ímpios. Omitindo a palavra "alma" deste texto, deixa mais claro, não porque Jesus não fez, mas sim estes religiosos imortalistas é que complicam tudo. Trarei a passagem sem a palavra "alma", não modificando, mas sim reafirmando o que Jesus disse praticamente, é o que Lucas fez, mas focou no sentido prático da mensagem, veja:
Lucas 12:4-5: "𝘌 𝘥𝘪𝘨𝘰-𝘷𝘰𝘴, 𝘢𝘮𝘪𝘨𝘰𝘴 𝘮𝘦𝘶𝘴: 𝘕𝘢̃𝘰 𝘵𝘦𝘮𝘢𝘪𝘴 𝘰𝘴 𝘲𝘶𝘦 𝘮𝘢𝘵𝘢𝘮 𝘰 𝘤𝘰𝘳𝘱𝘰 𝘦, 𝘥𝘦𝘱𝘰𝘪𝘴, 𝘯𝘢̃𝘰 𝘵𝘦̂𝘮 𝘮𝘢𝘪𝘴 𝘲𝘶𝘦 𝘧𝘢𝘻𝘦𝘳. 𝘔𝘢𝘴 𝘦𝘶 𝘷𝘰𝘴 𝘮𝘰𝘴𝘵𝘳𝘢𝘳𝘦𝘪 𝘢 𝘲𝘶𝘦𝘮 𝘥𝘦𝘷𝘦𝘪𝘴 𝘵𝘦𝘮𝘦𝘳; 𝘵𝘦𝘮𝘦𝘪 𝘢𝘲𝘶𝘦𝘭𝘦 𝘲𝘶𝘦, 𝘥𝘦𝘱𝘰𝘪𝘴 𝘥𝘦 𝘮𝘢𝘵𝘢𝘳, 𝘵𝘦𝘮 𝘱𝘰𝘥𝘦𝘳 𝘱𝘢𝘳𝘢 𝘭𝘢𝘯𝘤̧𝘢𝘳 𝘯𝘰 𝘪𝘯𝘧𝘦𝘳𝘯𝘰; 𝘴𝘪𝘮, 𝘷𝘰𝘴 𝘥𝘪𝘨𝘰, 𝘢 𝘦𝘴𝘴𝘦 𝘵𝘦𝘮𝘦𝘪."
Lucas omite a palavra "alma" e foca no sentido prático da mensagem de Jesus. Ao omitir "alma," Lucas deixa claro que o ponto de Jesus é sobre a destruição total (tanto do corpo quanto do ser completo) e não sobre uma alma imortal que continua existindo. Isso reflete uma compreensão de que o verdadeiro temor deve estar em Deus, que tem o poder de decidir o destino final após a morte.
João 5:28-29: "𝘕𝘢̃𝘰 𝘷𝘰𝘴 𝘮𝘢𝘳𝘢𝘷𝘪𝘭𝘩𝘦𝘪𝘴 𝘥𝘪𝘴𝘵𝘰; 𝘱𝘰𝘳𝘲𝘶𝘦 𝘷𝘦𝘮 𝘢 𝘩𝘰𝘳𝘢 𝘦𝘮 𝘲𝘶𝘦 𝘵𝘰𝘥𝘰𝘴 𝘰𝘴 𝘲𝘶𝘦 𝘦𝘴𝘵𝘢̃𝘰 𝘯𝘰𝘴 𝘴𝘦𝘱𝘶𝘭𝘤𝘳𝘰𝘴 𝘰𝘶𝘷𝘪𝘳𝘢̃𝘰 𝘢 𝘴𝘶𝘢 𝘷𝘰𝘻. 𝘌 𝘰𝘴 𝘲𝘶𝘦 𝘵𝘪𝘷𝘦𝘳𝘦𝘮 𝘧𝘦𝘪𝘵𝘰 𝘰 𝘣𝘦𝘮 𝘴𝘢𝘪𝘳𝘢̃𝘰 𝘱𝘢𝘳𝘢 𝘢 𝘳𝘦𝘴𝘴𝘶𝘳𝘳𝘦𝘪𝘤̧𝘢̃𝘰 𝘥𝘢 𝘷𝘪𝘥𝘢, 𝘦 𝘰𝘴 𝘲𝘶𝘦 𝘵𝘪𝘷𝘦𝘳𝘦𝘮 𝘱𝘳𝘢𝘵𝘪𝘤𝘢𝘥𝘰 𝘰 𝘮𝘢𝘭, 𝘱𝘢𝘳𝘢 𝘢 𝘳𝘦𝘴𝘴𝘶𝘳𝘳𝘦𝘪𝘤̧𝘢̃𝘰 𝘥𝘢 𝘤𝘰𝘯𝘥𝘦𝘯𝘢𝘤̧𝘢̃𝘰."
A condenação aqui implica a morte eterna após o julgamento final, simbolizada pela ressurreição para a vida ou para a morte eterna.
2 Tessalonicenses 1:9: "𝘌𝘴𝘵𝘦𝘴 𝘴𝘰𝘧𝘳𝘦𝘳𝘢̃𝘰 𝘢 𝘱𝘦𝘯𝘢 𝘥𝘦 𝘥𝘦𝘴𝘵𝘳𝘶𝘪𝘤̧𝘢̃𝘰 𝘦𝘵𝘦𝘳𝘯𝘢, 𝘣𝘢𝘯𝘪𝘥𝘰𝘴 𝘥𝘢 𝘧𝘢𝘤𝘦 𝘥𝘰 𝘚𝘦𝘯𝘩𝘰𝘳 𝘦 𝘥𝘢 𝘨𝘭𝘰́𝘳𝘪𝘢 𝘥𝘰 𝘴𝘦𝘶 𝘱𝘰𝘥𝘦𝘳."
A destruição eterna é a consequência final do pecado não arrependido, simbolizando a morte eterna. Essas passagens bíblicas mostram como a morte física é frequentemente usada como um símbolo da morte eterna ou segunda morte. Demonstrando assim como os teólogos e religiosos imortalistas correm de mais um texto que estremece sua visão pagã.
Antes de concluir e fechar este texto, vou colocar em seguida todas as vezes que o livro de Ezequiel traz a alma morrendo, e não imortal.
“𝘔𝘢𝘴, 𝘴𝘦 𝘶𝘮 𝘪́𝘮𝘱𝘪𝘰 𝘴𝘦 𝘥𝘦𝘴𝘷𝘪𝘢𝘳 𝘥𝘦 𝘵𝘰𝘥𝘰𝘴 𝘰𝘴 𝘱𝘦𝘤𝘢𝘥𝘰𝘴 𝘲𝘶𝘦 𝘤𝘰𝘮𝘦𝘵𝘦𝘶 𝘦 𝘰𝘣𝘦𝘥𝘦𝘤𝘦𝘳 𝘢 𝘵𝘰𝘥𝘰𝘴 𝘰𝘴 𝘮𝘦𝘶𝘴 𝘥𝘦𝘤𝘳𝘦𝘵𝘰𝘴 𝘦 𝘧𝘪𝘻𝘦𝘳 𝘰 𝘲𝘶𝘦 𝘦́ 𝘫𝘶𝘴𝘵𝘰 𝘦 𝘦́ 𝘥𝘪𝘳𝘦𝘪𝘵𝘰, 𝘤𝘰𝘮 𝘤𝘦𝘳𝘵𝘦𝘻𝘢 𝘷𝘪𝘷𝘦𝘳𝘢́, 𝘯𝘢̃𝘰 𝙢𝙤𝙧𝙧𝙚𝙧𝙖́” (𝘌𝘻𝘦𝘲𝘶𝘪𝘦𝘭 𝟣𝟪:𝟤𝟣)
“𝘛𝘦𝘳𝘪𝘢 𝘦𝘶 𝘢𝘭𝘨𝘶𝘮 𝘱𝘳𝘢𝘻𝘦𝘳 𝘯𝘢 𝙢𝙤𝙧𝙩𝙚 𝘥𝘰 𝘪́𝘮𝘱𝘪𝘰? 𝘗𝘢𝘭𝘢𝘷𝘳𝘢 𝘥𝘰 𝘚𝘰𝘣𝘦𝘳𝘢𝘯𝘰, 𝘰 𝘚𝘦𝘯𝘩𝘰𝘳. 𝘈𝘰 𝘤𝘰𝘯𝘵𝘳𝘢́𝘳𝘪𝘰, 𝘢𝘤𝘢𝘴𝘰 𝘯𝘢̃𝘰 𝘮𝘦 𝘢𝘨𝘳𝘢𝘥𝘢 𝘷𝘦̂-𝘭𝘰 𝘥𝘦𝘴𝘷𝘪𝘢𝘳-𝘴𝘦 𝘥𝘰𝘴 𝘴𝘦𝘶𝘴 𝘤𝘢𝘮𝘪𝘯𝘩𝘰𝘴 𝘦 𝘷𝘪𝘷𝘦𝘳? 𝘚𝘦, 𝘱𝘰𝘳𝘦́𝘮, 𝘶𝘮 𝘫𝘶𝘴𝘵𝘰 𝘴𝘦 𝘥𝘦𝘴𝘷𝘪𝘢𝘳 𝘥𝘦 𝘴𝘶𝘢 𝘫𝘶𝘴𝘵𝘪𝘤̧𝘢, 𝘦 𝘤𝘰𝘮𝘦𝘵𝘦𝘳 𝘱𝘦𝘤𝘢𝘥𝘰𝘴 𝘦 𝘢𝘴 𝘮𝘦𝘴𝘮𝘢𝘴 𝘱𝘳𝘢́𝘵𝘪𝘤𝘢𝘴 𝘥𝘦𝘵𝘦𝘴𝘵𝘢́𝘷𝘦𝘪𝘴 𝘥𝘰𝘴 𝘪́𝘮𝘱𝘪𝘰𝘴, 𝘦𝘭𝘦 𝘥𝘦𝘷𝘦𝘳𝘢́ 𝘷𝘪𝘷𝘦𝘳?” (Ezequiel 18:23)
"𝘕𝘦𝘯𝘩𝘶𝘮 𝘥𝘦 𝘴𝘦𝘶𝘴 𝘢𝘵𝘰𝘴 𝘥𝘦 𝘫𝘶𝘴𝘵𝘪𝘤̧𝘢 𝘴𝘦𝘳𝘢́ 𝘭𝘦𝘮𝘣𝘳𝘢𝘥𝘰! 𝘗𝘰𝘳 𝘤𝘢𝘶𝘴𝘢 𝘥𝘦 𝘴𝘶𝘢 𝘪𝘯𝘧𝘪𝘥𝘦𝘭𝘪𝘥𝘢𝘥𝘦 𝘥𝘦 𝘲𝘶𝘦 𝘦́ 𝘤𝘶𝘭𝘱𝘢𝘥𝘰 𝘦 𝘱𝘰𝘳 𝘤𝘢𝘶𝘴𝘢 𝘥𝘰𝘴 𝘱𝘦𝘤𝘢𝘥𝘰𝘴 𝘲𝘶𝘦 𝘦𝘭𝘦 𝘤𝘰𝘮𝘦𝘵𝘦𝘶, 𝘦𝘭𝘦 𝙢𝙤𝙧𝙧𝙚𝙧𝙖́" (Ezequiel 18:24)
"𝘚𝘦 𝘶𝘮 𝘫𝘶𝘴𝘵𝘰 𝘥𝘦𝘴𝘷𝘪𝘢𝘳-𝘴𝘦 𝘥𝘦 𝘴𝘶𝘢 𝘫𝘶𝘴𝘵𝘪𝘤̧𝘢 𝘦 𝘤𝘰𝘮𝘦𝘵𝘦𝘳 𝘱𝘦𝘤𝘢𝘥𝘰, 𝘦𝘭𝘦 𝙢𝙤𝙧𝙧𝙚𝙧𝙖́ 𝘱𝘰𝘳 𝘤𝘢𝘶𝘴𝘢 𝘥𝘪𝘴𝘴𝘰, 𝘱𝘰𝘳 𝘤𝘢𝘶𝘴𝘢 𝘥𝘰 𝘱𝘦𝘤𝘢𝘥𝘰 𝘲𝘶𝘦 𝘦𝘭𝘦 𝘤𝘰𝘮𝘦𝘵𝘦𝘶 𝘦𝘭𝘦 𝘮𝘰𝘳𝘳𝘦𝘳𝘢́" (Ezequiel 18:26)
"𝘔𝘢𝘴, 𝘴𝘦 𝘶𝘮 𝘪́𝘮𝘱𝘪𝘰 𝘴𝘦 𝘥𝘦𝘴𝘷𝘪𝘢𝘳 𝘥𝘦 𝘴𝘶𝘢 𝘮𝘢𝘭𝘥𝘢𝘥𝘦 𝘦 𝘧𝘪𝘻𝘦𝘳 𝘰 𝘲𝘶𝘦 𝘦́ 𝘫𝘶𝘴𝘵𝘰 𝘦 𝘥𝘪𝘳𝘦𝘪𝘵𝘰, 𝘦𝘭𝘦 𝘴𝘢𝘭𝘷𝘢𝘳𝘢́ 𝘢 𝘴𝘶𝘢 𝘷𝘪𝘥𝘢. 𝘗𝘰𝘳 𝘤𝘰𝘯𝘴𝘪𝘥𝘦𝘳𝘢𝘳 𝘵𝘰𝘥𝘢𝘴 𝘢𝘴 𝘰𝘧𝘦𝘯𝘴𝘢𝘴 𝘲𝘶𝘦 𝘤𝘰𝘮𝘦𝘵𝘦𝘶 𝘦 𝘴𝘦 𝘥𝘦𝘴𝘷𝘪𝘢𝘳 𝘥𝘦𝘭𝘢𝘴, 𝘦𝘭𝘦 𝘤𝘰𝘮 𝘤𝘦𝘳𝘵𝘦𝘻𝘢 𝘷𝘪𝘷𝘦𝘳𝘢́, 𝘯𝘢̃𝘰 𝙢𝙤𝙧𝙧𝙚𝙧𝙖́" (Ezequiel 18:27-28)
"𝘘𝘶𝘢𝘯𝘥𝘰 𝘦𝘶 𝘰 𝙚𝙭𝙩𝙞𝙣𝙜𝙪𝙞𝙧, 𝘤𝘰𝘣𝘳𝘪𝘳𝘦𝘪 𝘰 𝘤𝘦́𝘶 𝘦 𝘦𝘴𝘤𝘶𝘳𝘦𝘤𝘦𝘳𝘦𝘪 𝘢𝘴 𝘴𝘶𝘢𝘴 𝘦𝘴𝘵𝘳𝘦𝘭𝘢𝘴; 𝘤𝘰𝘣𝘳𝘪𝘳𝘦𝘪 𝘰 𝘴𝘰𝘭 𝘤𝘰𝘮 𝘶𝘮𝘢 𝘯𝘶𝘷𝘦𝘮, 𝘦 𝘢 𝘭𝘶𝘢 𝘯𝘢̃𝘰 𝘥𝘢𝘳𝘢́ 𝘢 𝘴𝘶𝘢 𝘭𝘶𝘻" (Ezequiel 32:7)
"𝘕𝘰𝘴 𝘮𝘰𝘯𝘵𝘦𝘴 𝘥𝘦 𝘐𝘴𝘳𝘢𝘦𝘭 𝘷𝘰𝘤𝘦̂ 𝘤𝘢𝘪𝘳𝘢́, 𝘷𝘰𝘤𝘦̂ 𝘦 𝘵𝘰𝘥𝘢𝘴 𝘢𝘴 𝘴𝘶𝘢𝘴 𝘵𝘳𝘰𝘱𝘢𝘴 𝘦 𝘢𝘴 𝘯𝘢𝘤̧𝘰̃𝘦𝘴 𝘲𝘶𝘦 𝘦𝘴𝘵𝘪𝘷𝘦𝘳𝘦𝘮 𝘤𝘰𝘮 𝘷𝘰𝘤𝘦̂. 𝘌𝘶 𝘥𝘢𝘳𝘦𝘪 𝘷𝘰𝘤𝘦̂ 𝘤𝘰𝘮𝘰 𝘤𝘰𝘮𝘪𝘥𝘢 𝘢 𝘵𝘰𝘥𝘰 𝘵𝘪𝘱𝘰 𝘥𝘦 𝘢𝘷𝘦 𝘲𝘶𝘦 𝘤𝘰𝘮𝘦 𝙘𝙖𝙧𝙣𝙞𝙘̧𝙖 𝘦 𝘢𝘰𝘴 𝘢𝘯𝘪𝘮𝘢𝘪𝘴 𝘥𝘰 𝘤𝘢𝘮𝘱𝘰" (Ezequiel 39:4)
Agora eu entendo por que os teólogos evitam esse texto, pois o livro de Ezequiel também aborda o aniquilacionismo em relação ao destino final dos ímpios.
Por último, gostaria de citar outro texto que os defensores da imortalidade da alma correm de responder, e quando respondem passam minutos e minutos em outro texto, e não neste de maneira objetiva, me refiro a 1 Coríntios 15:54-55, que assim está escrito: "𝘌, 𝘲𝘶𝘢𝘯𝘥𝘰 𝘪𝘴𝘵𝘰 𝘲𝘶𝘦 𝘦́ 𝘤𝘰𝘳𝘳𝘶𝘱𝘵𝘪́𝘷𝘦𝘭 𝘴𝘦 𝘳𝘦𝘷𝘦𝘴𝘵𝘪𝘳 𝘥𝘢 𝘪𝘯𝘤𝘰𝘳𝘳𝘶𝘱𝘵𝘪𝘣𝘪𝘭𝘪𝘥𝘢𝘥𝘦, 𝘦 𝘪𝘴𝘵𝘰 𝘲𝘶𝘦 𝘦́ 𝘮𝘰𝘳𝘵𝘢𝘭 𝘴𝘦 𝘳𝘦𝘷𝘦𝘴𝘵𝘪𝘳 𝘥𝘢 𝘪𝘮𝘰𝘳𝘵𝘢𝘭𝘪𝘥𝘢𝘥𝘦, 𝘦𝘯𝘵𝘢̃𝘰 𝘴𝘦 𝘤𝘶𝘮𝘱𝘳𝘪𝘳𝘢́ 𝘢 𝘱𝘢𝘭𝘢𝘷𝘳𝘢 𝘲𝘶𝘦 𝘦𝘴𝘵𝘢́ 𝘦𝘴𝘤𝘳𝘪𝘵𝘢: 𝘛𝘳𝘢𝘨𝘢𝘥𝘢 𝘧𝘰𝘪 𝘢 𝘮𝘰𝘳𝘵𝘦 𝘯𝘢 𝘷𝘪𝘵𝘰́𝘳𝘪𝘢. 𝘖𝘯𝘥𝘦 𝘦𝘴𝘵𝘢́, 𝘰́ 𝘮𝘰𝘳𝘵𝘦, 𝘰 𝘵𝘦𝘶 𝘢𝘨𝘶𝘪𝘭𝘩𝘢̃𝘰? 𝘖𝘯𝘥𝘦 𝘦𝘴𝘵𝘢́, 𝘰́ 𝘪𝘯𝘧𝘦𝘳𝘯𝘰, 𝘢 𝘵𝘶𝘢 𝘷𝘪𝘵𝘰́𝘳𝘪𝘢?"
Esta passagem destaca a transformação na ressurreição, onde a mortalidade é revestida de imortalidade, e a morte é finalmente vencida. Isso demonstra que a imortalidade é um dom concedido na ressurreição, e não uma característica intrínseca da alma. O contexto de 1 Coríntios 15 é sobre a ressurreição dos mortos. Paulo está descrevendo o momento em que o corpo corruptível será transformado em incorruptível, e o corpo mortal se revestirá de imortalidade. Isto implica que a imortalidade não é uma característica presente agora, mas um dom concedido na ressurreição. A imortalidade é algo que os crentes receberão na ressurreição, e não uma qualidade inerente à alma humana.
O "𝘛𝘳𝘢𝘨𝘢𝘥𝘢 𝘧𝘰𝘪 𝘢 𝘔𝘰𝘳𝘵𝘦 𝘯𝘢 𝘝𝘪𝘵𝘰́𝘳𝘪𝘢", destaco que a passagem celebra a vitória sobre a morte. Se a alma fosse imortal, a morte não seria tragada na vitória, pois a imortalidade da alma já garantiria uma forma de vida contínua. A morte é a cessação completa da existência, e a ressurreição é a vitória definitiva sobre a morte. Esta vitória ocorre no futuro, quando os mortos em Cristo ressuscitarem e se revestirem de incorruptibilidade e imortalidade. A morte é vista como uma inimiga a ser destruída completamente. A imortalidade da alma não é mencionada como parte do plano divino, mas sim a transformação que ocorrerá na ressurreição. A vitória sobre a morte e o inferno (Geena) implica que a destruição final dos ímpios é completa, não um estado de tormento contínuo.
Ninguém é imortal antes da ressurreição. A imortalidade é um estado futuro, garantido pela transformação que ocorre na ressurreição. Ao entender que a imortalidade é algo a ser revestido na ressurreição, estamos em linha com o que é apresentada por Paulo. Não há contradição com o que foi defendido em todo o decorrer do texto, pois a imortalidade só é conferida por Deus no momento específico da ressurreição dos justos. Veja mais passagens sobre isto:
1 Coríntios 15:22-23: "𝘗𝘰𝘳𝘲𝘶𝘦, 𝘢𝘴𝘴𝘪𝘮 𝘤𝘰𝘮𝘰 𝘵𝘰𝘥𝘰𝘴 𝘮𝘰𝘳𝘳𝘦𝘮 𝘦𝘮 𝘈𝘥𝘢̃𝘰, 𝘢𝘴𝘴𝘪𝘮 𝘵𝘢𝘮𝘣𝘦́𝘮 𝘵𝘰𝘥𝘰𝘴 𝘴𝘦𝘳𝘢̃𝘰 𝘷𝘪𝘷𝘪𝘧𝘪𝘤𝘢𝘥𝘰𝘴 𝘦𝘮 𝘊𝘳𝘪𝘴𝘵𝘰. 𝘔𝘢𝘴 𝘤𝘢𝘥𝘢 𝘶𝘮 𝘱𝘰𝘳 𝘴𝘶𝘢 𝘰𝘳𝘥𝘦𝘮: 𝘊𝘳𝘪𝘴𝘵𝘰 𝘢𝘴 𝘱𝘳𝘪𝘮𝘪́𝘤𝘪𝘢𝘴, 𝘥𝘦𝘱𝘰𝘪𝘴 𝘰𝘴 𝘲𝘶𝘦 𝘴𝘢̃𝘰 𝘥𝘦 𝘊𝘳𝘪𝘴𝘵𝘰, 𝘯𝘢 𝘴𝘶𝘢 𝘷𝘪𝘯𝘥𝘢."
Isso reforça que a vida eterna e a imortalidade são concedidas na ressurreição.
Romanos 2:7: "𝘈 𝘷𝘪𝘥𝘢 𝘦𝘵𝘦𝘳𝘯𝘢 𝘢𝘰𝘴 𝘲𝘶𝘦, 𝘤𝘰𝘮 𝘱𝘦𝘳𝘴𝘦𝘷𝘦𝘳𝘢𝘯𝘤̧𝘢 𝘦𝘮 𝘧𝘢𝘻𝘦𝘳 𝘣𝘦𝘮, 𝘱𝘳𝘰𝘤𝘶𝘳𝘢𝘮 𝘨𝘭𝘰́𝘳𝘪𝘢, 𝘩𝘰𝘯𝘳𝘢 𝘦 𝘪𝘯𝘤𝘰𝘳𝘳𝘶𝘱𝘵𝘪𝘣𝘪𝘭𝘪𝘥𝘢𝘥𝘦."
Aqui, Paulo fala de buscar a imortalidade como um objetivo, algo que ainda está por vir.
𝗖𝗼𝗻𝗰𝗹𝘂𝘀𝗮̃𝗼
Em conclusão, a análise das Escrituras indica que a concepção de alma imortal não encontra suporte robusto no contexto bíblico. Em vez disso, a visão de que a alma é mortal e sujeita à morte até o momento da ressurreição oferece uma interpretação coerente e bem fundamentada. Este entendimento é reforçado por passagens bíblicas que descrevem a alma como algo que pode morrer, ser destruído e perecer, contrariamente à noção de uma existência imortal e autônoma.
Muitos textos foram apresentados. Embora ainda faltem muitos, por ora é suficiente. Todos eles concordam que a alma morre e não é uma entidade separada do corpo. Pelo contrário, o espírito é o fôlego de vida e não existe alma vivente sem este fôlego. Não haverá tormento eterno, mas sim destruição.
A abordagem utilizada ao longo do texto respeita o princípio hermenêutico de permitir que a Bíblia interprete a própria Bíblia, utilizando os textos mais claros para iluminar os mais complexos. Eu, particularmente tenho como chave hermenêutica Jesus Cristo, o que Ele fala sobre destino dos ímpios, alma e espírito é o suficiente para desbancar os imortalistas. Assim, a defesa da mortalidade da alma, fundamentada numa interpretação contextual e coerente das Escrituras, não só proporciona uma visão doutrinária sólida, como também preserva a integridade e a consistência da mensagem bíblica. A esperança dos seguidores de Cristo está na ressurreição, momento em que a vida eterna será concedida pela graça de Deus, conforme a promessa feita por Jesus. Até esse dia, a alma repousa no sono da morte, aguardando o chamado final para a vida incorruptível.
¹ נִשְׁמַת (nishmat): Esta é a forma construta de "neshamah," que significa "fôlego de" ou "respiração de." Em Gênesis 2:7, a frase completa "נִשְׁמַת חַיִּים (nishmat chayyim)" significa "fôlego de vida."
² נְשָׁמָה (neshamah): Este termo se traduz como "fôlego" ou "alma" e é usado frequentemente no hebraico bíblico para descrever o fôlego vital que Deus infunde nas criaturas viventes.
³ Dicionário de Hebraico Bíblico de Strong
Strong's H4191: A concordância de Strong define mut como "morrer", "ser morto", "ser destruído". Strong menciona que mut pode ser usado de maneira figurada para descrever a morte espiritual ou eterna em algumas passagens.
Brown-Driver-Briggs (BDB) Hebrew Lexicon: o BDB Lexicon define mut não apenas como morte física, mas também abrange a ideia de destruição ou morte final, especialmente em contextos onde a consequência do pecado é discutida.
𝗡𝗶𝗰𝗼𝗹𝗮𝘀 𝗕𝗿𝗲𝗻𝗼
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