O Desespero do Imortalismo: Refutando as Falácias do "Batista Remição"
Recentemente, deparei-me com um artigo em um site adventista sobre a mortalidade da alma. Deixe-me ser claro logo de início: eu abomino o sistema religioso como um todo, o que inclui o adventismo e suas instituições. Não tenho apreço por placas denominacionais. No entanto, a verdade é a verdade, venha de onde vier. O texto abordava a lógica de que a morte é um sono e o inferno não é um calabouço de tortura eterna. Curioso para ver o "outro lado", fui ler a contra-argumentação num site chamado "Batista Remição", escrita por um tal de Fabrício Costa. O que encontrei foi um show de horrores hermenêuticos, um compilado de tradições medievais requentadas para tentar justificar que Deus é um torturador cósmico. O site batista tenta rebater 12 pontos apresentados pelos mortalistas. Vamos pegar cada um desses pontos e detoná-los, usando a lógica, as Escrituras e a robusta argumentação de historiadores e etc. Neste texto você verá a ginástica mental dos imortalistas vai cair por terra.
1. O Caráter de Deus: Amor ou Sadismo?
O Batista diz: Que a justiça de Deus exige punição e que o inferno não perverte o caráter divino. Cita versículos sobre juízo e ira. A Realidade (Refutação): É fascinante como eles tentam normalizar o inaceitável. A justiça bíblica é retributiva e proporcional ("olho por olho"). Como pode uma vida finita de pecados, digamos, 70 anos de erros, merecer uma punição de duração infinita com tortura consciente? Isso não é justiça; é sadismo. Nem o pior tirano da história, como Hitler ou Stalin, torturaria seus inimigos por trilhões de anos sem fim. O imortalista quer que acreditemos que Deus tem menos compaixão e senso de proporção que um ser humano médio. Transformam o Criador num monstro que mantém as pessoas vivas artificialmente no fogo apenas para ouvir seus gritos para sempre. Se isso é "amor", eu dispenso.
2. Obediência pelo Medo
O Batista diz: Não existe obediência manipulada, quem obedece por medo não tem fé. A Realidade (Refutação): Ah, a ingenuidade... ou desonestidade intelectual. A doutrina do inferno eterno foi historicamente a ferramenta favorita da Igreja para controlar as massas pelo terror. É óbvio que, se você diz a uma criança que, se ela não aceitar Jesus, ela vai queimar para sempre, a "conversão" dela é baseada no pânico, não no amor. O inferno eterno cria hipócritas que buscam um "seguro contra incêndio", e não amantes da verdade.
3. Castigo sem Propósito
O Batista diz: O inferno não tem caráter redentor, é apenas o destino dos rejeitados. A Realidade (Refutação): Aqui o batista admite o absurdo sem perceber. Um castigo sem fim e sem finalidade de correção é apenas vingança gratuita. Se o mal continua existindo no inferno (com pessoas blasfemando e sofrendo eternamente), então Deus nunca vence o mal de verdade. Ele apenas o isola num canto do universo e o mantém vivo. A vitória de Deus (1 Coríntios 15:28) exige a extinção do mal, não sua preservação eterna em formol de enxofre.
4. A Perpetuação do Mal
O Batista diz: O problema do mal foi resolvido na cruz. O inferno existe por causa do mal, não o contrário. A Realidade (Refutação): Falar que foi "resolvido" enquanto defende que bilhões de seres continuarão pecando e sofrendo pela eternidade é uma contradição lógica. Para que Deus seja "tudo em todos", o pecado precisa deixar de existir. No modelo imortalista, o pecado é imortalizado. O universo nunca será limpo; terá sempre um porão sujo e barulhento.
5. A Trapaça Linguística: Inferno, Sheol e Hades
O Batista diz: Inferno vem do latim, corresponde a Sheol e Hades. Diz que Jesus "esvaziou" o Hades e levou os justos ao céu. A Realidade (Refutação): Aqui a ignorância brilha. Sheol (hebraico) e Hades (grego) significam simplesmente SEPULTURA ou a região dos mortos, onde não há consciência. O batista inventa uma mitologia de que Jesus levou o "Seio de Abraão" para o céu, mas Atos 2:34 diz claramente: "Davi não subiu aos céus". Se Davi, o homem segundo o coração de Deus, ainda está na sepultura, de onde tiraram que os justos já estão voando no céu? É pura invenção para sustentar o dogma. O "Hades" bíblico é o lugar do silêncio (Salmo 115:17), não um clube social de almas desencarnadas.
6. Geena: Lixão ou Câmara de Gás?
O Batista diz: Geena é o local de castigo eterno e tormento. A Realidade (Refutação): Geena era o vale de Hinom, um lixão a céu aberto fora de Jerusalém onde queimavam cadáveres e lixo. O fogo lá era constante para consumir e destruir, não para torturar. Jesus usou o Geena como símbolo de destruição completa (Mateus 10:28 fala em destruir alma e corpo no Geena). O batista transforma um incinerador (que elimina a existência) numa câmara de tortura mágica (que preserva a existência). É preciso muita vontade de torcer o texto.
7 e 8. O Rico e Lázaro: História Real ou Sátira?
O Batista diz: Não é parábola porque tem nomes. É um relato factual do que acontece após a morte. A Realidade (Refutação): Esse é o argumento mais risível de todos. Estudiosos sérios mostram que essa história é uma apropriação de contos folclóricos egípcios e judeus da época (como a lenda de Bar Ma'jan). Jesus usou uma história que o povo conhecia para dar uma lição moral: creiam nas Escrituras, não em aparições de mortos. Se formos levar ao pé da letra como o batista quer, teremos que aceitar que:
- O céu e o inferno são vizinhos e dá para bater papo de um lado para o outro.
- Almas imateriais têm "dedos" e "línguas" físicas.
- Uma gota de água física alivia o sofrimento de uma alma imaterial em chamas.
- Os salvos no céu passam a eternidade assistindo aos seus entes queridos serem torturados (bela visão de paraíso, não?). É óbvio que é uma parábola cheia de metáforas. Dizer que "não é parábola porque tem nome" é uma regra inventada que não existe em lugar nenhum da literatura antiga.
9 e 10. O Fogo Eterno e a Falácia da Duração
O Batista diz: "Eterno" (aionios) significa que dura para sempre. Sodoma foi destruída com fogo eterno e isso prova a duração. A Realidade (Refutação): Isso é demolido com facilidade. Judas 7 diz que Sodoma sofreu a pena do "fogo eterno". Pergunta sarcástica: Sodoma está pegando fogo até hoje? Claro que não. As cidades viraram cinzas. Logo, o "fogo eterno" é eterno em suas consequências (destruição irreversível), não em sua duração. O fogo ardeu até consumir tudo e depois apagou. O resultado foi eterno (nunca mais foram reconstruídas). O batista confunde ato de punir com efeito da punição.
11. Destruição não significa Destruição?
O Batista diz: Ser consumido e perecer não significa deixar de existir, mas viver em ruína. A Realidade (Refutação): Isso chega a ser um insulto ao dicionário. Há dezenas de versículos onde ímpios são comparados a palha, cera, fumaça, erva seca. O que acontece com a palha no fogo? Ela fica lá sofrendo para sempre ou desaparece? Malaquias 4:3 diz que os ímpios se farão CINZAS sob as plantas dos pés dos justos. O imortalista precisa redefinir a palavra "morte" para significar "vida eterna em lugar ruim" e "destruição" para "preservação eterna". É a teologia de Alice no País das Maravilhas: as palavras significam o que eles querem que signifiquem.
12. O Lago de Fogo e o Diabo
O Batista diz: Apocalipse diz que o diabo será atormentado para todo o sempre. A Realidade (Refutação): Apocalipse é um livro de símbolos. No mesmo lago de fogo são jogados a "Morte" e o "Hades" (Ap 20:14). Como você tortura a "Morte"? A morte tem sistema nervoso para sentir dor? É óbvio que o lago de fogo representa a Segunda Morte, a aniquilação total. Ezequiel 28:18-19 profetiza sobre Satanás: "Tornei-te em cinzas sobre a terra... e jamais subsistirás". A bíblia é consistente: o fim do mal é a inexistência. O tormento eterno é uma invenção pagã, platonista, infiltrada no cristianismo para gerar medo e controle.
Conclusão
O site batista tenta defender o indefensável com argumentos circulares e apelos à tradição. Quem lê a Bíblia sem as lentes coloridas do dogma imortalista percebe que Deus é justo: Ele oferece a Vida Eterna aos salvos. Aos que rejeitam, a consequência é a Morte (cessação da vida), e não uma vida eterna de sadismo. Quem "venceu" o debate? A lógica, a coerência e, acima de tudo, a justiça divina, mas certamente não o texto do site batista.
Nicolas Breno

Nenhum comentário:
Postar um comentário