domingo, 21 de setembro de 2025

Albert Einstein - O 9° indivíduo exposto

 Albert Einstein - O 9° indivíduo exposto



Introdução

Albert Einstein, frequentemente celebrado como um ícone da ciência, é mais um defensor de uma teoria questionável, a da Relatividade, que se distanciou da física clássica de Newton. Em sua busca por proteger o modelo heliocêntrico, ele desconsiderou evidências irrefutáveis, como o experimento de Albert Michelson e Edward Morley, que demonstrou, de maneira clara e repetida, a estacionalidade da Terra. A teoria de Einstein, portanto, é uma tentativa de preservar um modelo que a ciência verdadeira já estava começando a questionar. Mesmo assim, ele é amplamente aclamado e reverenciado, com muitos incautos aceitando sua teoria sem a devida análise crítica, considerando-o um "gênio" cuja obra, para outros, é um exemplo de um raciocínio desacertado, ainda que popularizado por um vasto público alheado.

Contestações à Originalidade e Acusações de Plágio

Uma das críticas mais diretas vem do físico brasileiro César Lattes, que afirma categoricamente que "Einstein é uma fraude". Segundo Lattes, Einstein plagiou a Teoria da Relatividade do físico e matemático francês Henri Poincaré em 1905. Ele argumenta que a teoria não é uma invenção de Einstein, mas tem raízes que remontam à Renascença. Lattes atribui os cálculos corretos para a relatividade a Poincaré, incluindo a famosa equação E=mc², que, segundo ele, está correta, mas é de autoria de Henri Poincaré.
Esta acusação é reforçada pela alegação de que Einstein propôs a Teoria da Relatividade, plagiada de Poincaré, com o objetivo específico de "tentar resguardar o Heliocentrismo, que acabara de ser aniquilado pelos experimentos de Michelson e Morley que comprovaram a estacionalidade terrestre, e jogando literalmente no lixo toda a mecânica clássica Newtoniana".
A visão de falta de originalidade é ecoada por autores no livro "100 Autores Contra Einstein". Dr. Arvid Reuterdahl alega que:

- Einstein e Minkowski adotaram e distorceram a ideia original de Melchior Palágyi sobre o tempo como uma dimensão ligada ao espaço, publicada em 1901, antes dos trabalhos de Einstein.

- A fórmula de Einstein de 1911 para a deflexão da luz é essencialmente a mesma de Johann Georg von Soldner de 1801.

- Einstein usou a fórmula de Paul Gerber de 1898 para determinar a precessão do periélio de Mercúrio.

Críticas à Teoria da Relatividade Especial (TRE)

A Teoria da Relatividade Especial é alvo de inúmeras críticas lógicas, filosóficas e físicas. O próprio fundamento da teoria é atacado como uma negação da razão. Gerrard Hickson, em sua obra "Reis Destronados", critica a analogia de Einstein sobre a relatividade do movimento (a carroça em movimento e a rua parada) como algo que beira a insanidade:

“Seria divertido se lêssemos em um papel cômico, mas quando o professor Einstein disser isso em uma palestra na Universidade de Princeton, não devemos rir; Esta é a única diferença. É tolice [...] só é possível falar da rua em movimento enquanto a carroça ainda está parada - e para acreditar - quando joguei fora toda a experiência de uma vida e não sou mais capaz de entender a evidência dos meus sentidos; o que é INSANIDADE… Tal auto-engano como este não é raciocínio; é a NEGAÇÃO DA RAZÃO [...] É um Caso de Apelação, onde Einstein apela em nome de uma Astronomia Copernicana condenada contra o julgamento de Michelson - Morley, Nordmeyer, Física, Fato, Experiência, Observação e Razão.”

As principais contestações à TRE se concentram em seus postulados e consequências:

- O Experimento de Michelson-Morley e a Terra Estacionária: Um ponto central para os críticos é o experimento de Michelson-Morley, cujo resultado é visto como uma prova direta de que a Terra está parada. O próprio Albert Michelson, em 1881, admitiu que a conclusão de seu experimento "contradiz diretamente a explicação... que pressupõe que a Terra se mova".

- O matemático Wolfgang Smith afirma que o experimento descobriu que a velocidade orbital da Terra era "EXATAMENTE ZERO" e que, com base na física clássica, "o fato de que a Terra não se move era uma implicação rigorosa do resultado do experimento".

- Lincoln Barnett descreve como o experimento confrontou os cientistas com uma "alternativa embaraçosa": descartar a teoria do éter ou "abandonar a ainda mais vulnerável Teoria Copernicana de que a Terra está em movimento".

- Ronald W. Clark, biógrafo de Einstein, detalha o dilema, afirmando que as alternativas eram: "A primeira foi que a Terra estava parada, o que significava afundar toda a teoria copernicana e era impensável. A segunda foi que o éter foi levado pela Terra em sua passagem pelo espaço ... A terceira solução foi que o éter simplesmente não existia".

- Segundo o físico James A. Coleman, a "explicação mais fácil era que a Terra estava fixada no éter e que todo o resto do universo se movia em relação à Terra e ao éter", mas essa ideia não foi considerada seriamente por "significar, com efeito, que nossa terra ocupou a posição onipotente no universo".

- O físico Richard Wolfson resume o resultado do experimento: "Nunca houve... nenhuma mudança... nada. [...] A implicação é que a terra não está se movendo ... ”.

- Princípio da Constância da Velocidade da Luz: Walther Rauschenberger considera a ideia de que um mesmo raio de luz possa ter a mesma velocidade em relação a corpos em movimentos arbitrários como um "pensamento totalmente insano" e "absolutamente impossível".

Críticas à Teoria da Relatividade Geral (TRG)

A Relatividade Geral e seus conceitos são igualmente atacados. Nikola Tesla era um verdadeiro cientista, em oposição a Einstein, um mero confabulador. Os experimentos de Tesla com válvulas de alta tensão e raios cósmicos (patente 787.412) foram contra as afirmativas de Einstein.

Espaço Curvo e Propagação de Ondas: O conceito de "encurvamento do espaço" é indiscutivelmente uma PIADA. Tesla refutou a ideia em termos objetivos:
"De propriedades somente podemos falar quando tratando com matéria enchendo o espaço. Dizer que na presença de grandes corpos o espaço se torna curvo é equivalente a sustentar que alguma coisa pode atuar sobre nada. Eu, por mim, me recuso a concordar com tal ponto de vista.”
(Nikola Tesla, "Radio Power Will Revolutionize the World", Modern Mechanics and Inventions, July, 1934.)

É impossível a propagação de ondas no vácuo, sendo indispensável um meio para tal, o que contradiz a base da relatividade.

Contestações à Fama, ao Prêmio Nobel e ao Legado

A fama de Einstein é frequentemente atribuída a um lobby poderoso, e suas teorias são vistas como um retrocesso para a ciência. Nikola Tesla descreveu a teoria como uma "magnífica vestimenta matemática que fascina, deslumbra e deixa as pessoas cegas aos erros subjacentes" e seus expoentes como "metafísicos e não cientistas".

- César Lattes afirma que a fama de Einstein é mais fruto de seu "lobby" do que de seu mérito e que é "a turma dele" que continua a alimentar a lenda.

- O livro "100 Autores Contra Einstein" menciona um "terror dos Einsteinianos" e alega que a imprensa e as editoras conspiraram para suprimir a crítica.

- O Prêmio Nobel de Einstein, concedido por seu trabalho sobre o efeito fotoelétrico, também é questionado. Lattes chama a teoria de "furada", afirmando que a constatação de que a luz se comporta como partícula na emissão já havia sido feita por Max Planck.

- O físico Gotthard Barth resume a insatisfação com o legado de Einstein:
"O maior problema da física teórica são as teorias de Einstein, a relatividade do espaço-tempo, a curvatura do espaço e luz, os gêmeos. É completamente incompreensível saber que este diletantismo absurdo poderia conquistar o mundo inteiro. Em geral, vemos um movimento que passa longe do racionalismo iluminação do século 19 e vai para a escuridão mítico-mágica."

Albert Einstein não era um gênio revolucionário, mas um plagiador e um confabulador, cujas teorias indiscutivelmente falsas representam um retrocesso para a ciência e são sustentadas por um forte lobby em vez de mérito próprio.

Conclusão

Para finalizar, veja o que Einstein diz:
"Eu tenho vindo a acreditar que o movimento da Terra não pode ser medido por qualquer experimento óptico." (Physics Today, vol.35, n.8, p.45,47)

A perspectiva consolidada a partir dos textos e citações fornecidos retrata Albert Einstein e sua obra não como um pilar da ciência verdadeira, mas como um dos maiores equívocos intelectuais da história (pelos governantes de propósito). O que foi exposto aqui, e claro, não coloquei tudo, sustenta que a Teoria da Relatividade, em vez de ser uma revolução genial, é uma construção baseada em premissas falsas, erros lógicos e plágio.
Einstein era um falso cientista, plagiador, propagador de uma falsa teoria, ícone de gados amantes de terras molhadas de CGI.

Nicolas Breno

Referências

BARNETT, Lincoln. The Universe and Dr. Einstein. 2. ed. rev. Nova Iorque: Dover Publications, 2005. p. 44.
BARTH, Gotthard. Citado em: Albert Einstein é uma fraude. [s.l.: s.n.].
CLARK, Ronald W. Einstein: The Life and Times. Nova Iorque: World Publishing Co., 1971. p. 109-110.
COLEMAN, James A. Relativity for the Layman. Nova Iorque: William-Frederick Press, 1958. p. 37.
HICKSON, Gerrard. Reis Destronados. Londres: The Hicksonia Publishing Co., 1922. p. 65-66.
ISRAEL, Hans; RUCKHABER, Erich; WEINMANN, Rudolf (Org.). Hundert Autoren gegen Einstein. Leipzig: R. Voigtländers Verlag, 1931.
LATTES, César. Albert Einstein é uma fraude. Entrevista concedida ao Diário do Povo-Campinas. Campinas, 5 jul. 1996.
MICHELSON, Albert A. The Relative Motion of the Earth and the Luminiferous Ether. American Journal of Science, v. 22, p. 125, ago. 1881.
SMITH, Wolfgang. Science and Myth: What We Are Never Told. Tacoma: Angelico Press, 2019. p. 128.
TESLA, Nikola. Radio Power Will Revolutionize the World. Modern Mechanics and Inventions, jul. 1934.
WINELAND, David J. The structure of scientific revolutions. Physics Today, v. 35, n. 8, p. 45–47, ago. 1982.

Leituras Recomendadas

https://www.facebook.com/mentirampravoce/posts/pfbid0cVstP5rCWsYVhCdcfCwAXmFUrEB9K38DmGaAcKm3LSUeKJ9Y9KifXph2GWt9hWHQl

ECKERT, Michael. Rezension: Einsteins Gegner. Die öffentliche Kontroverse um die Relativitätstheorie in den 1920er Jahren von Milena Wazeck. Berichte zur Wissenschaftsgeschichte, v. 33, n. 1, p. 105–106, 2010. DOI: 10.1002/bewi.201001466. https://onlinelibrary.wiley.com/doi/epdf/10.1002/bewi.201001466

sábado, 20 de setembro de 2025

A Realidade do Livre-Arbítrio e a Inevitabilidade do Mal

 A Realidade do Livre-Arbítrio e a Inevitabilidade do Mal


   A questão da coexistência de um Deus onisciente e benevolente com o mal presente no mundo é um dos dilemas espirituais e filosóficos mais antigos e complexos. No presente texto, busco em poucas palavras trazer uma solução para o questionamento de muitos.

    A existência do mal é uma consequência direta e necessária do livre-arbítrio genuíno concedido por Deus à humanidade. A liberdade de escolha seria uma farsa se Deus interviesse para impedir todas as ações más, pois isso anularia a própria essência da liberdade.

   Vou escrever aqui duas analogias para ajudar a ilustrar a relação entre o livre-arbítrio, o mal e a responsabilidade humana.

1. A Analogia do Jardineiro e das Plantas Selvagens:

   Imagine um jardineiro que planta um jardim e oferece liberdade total para que as plantas cresçam de acordo com suas próprias necessidades. Ele pode fornecer o ambiente perfeito, com nutrientes e água, mas ele não pode forçar as plantas a se desenvolverem de maneira específica. Algumas plantas crescerão fortes e bonitas, enquanto outras podem se enredar em formas indesejáveis ou até se tornarem ervas daninhas.

    O jardineiro, apesar de seu amor e cuidado pelo jardim, não pode controlar completamente o crescimento das plantas, pois isso violaria o princípio da liberdade. Para que as plantas possam realmente crescer, evoluir e se tornarem o que elas devem ser, é necessário que haja espaço para que elas escolham seus caminhos, mesmo que algumas escolhas resultem em crescimento tortuoso. Do mesmo modo, Deus, ao conceder liberdade ao ser humano, permite que alguns escolham o mal, porque a liberdade autêntica exige a possibilidade do erro.

2. A Analogia do Artista e da Escultura:

   Imagine um escultor trabalhando com um bloco de mármore. Ele pode ver claramente a forma da estátua que deseja criar, mas ele não pode simplesmente moldar o mármore sem que o próprio material, com sua dureza e imperfeições, ofereça resistência. O escultor tem uma visão clara da peça final, mas cada golpe de cinzel é uma escolha, e a escultura só se revela por meio de tentativa e erro. O mármore pode ser quebrado de maneira inesperada e até parecer imperfeito em momentos durante o processo, mas a arte final só se concretiza após a superação dessas dificuldades e falhas.

   Da mesma forma, Deus tem uma visão completa de como a humanidade poderia evoluir, mas Ele concede liberdade para que cada indivíduo “molda” a si mesmo através de suas escolhas. O mal, então, é como as falhas ou imperfeições no processo de escultura, inevitáveis enquanto o ser humano está sendo formado, mas parte do processo de desenvolvimento do caráter. Assim como uma escultura só revela sua verdadeira forma através do trabalho meticuloso do artista, a humanidade só pode alcançar sua verdadeira natureza e propósito ao exercer livre-arbítrio, mesmo que isso envolva falhas temporárias.

    Essas analogias ajudam a expandir a ideia de que, para a verdadeira liberdade e autenticidade, o mal é uma consequência inevitável, pois a escolha do bem exige a possibilidade do mal.

   Essa lógica se estende à presciência divina. Embora Deus seja onisciente e saiba o futuro, Ele não age primordialmente com base nesse conhecimento, mas sim em Sua justiça, a fim de conceder oportunidades iguais a todos. Se Deus agisse estritamente pautado por Sua presciência, a existência humana e suas provações seriam desnecessárias; Ele poderia criar cada pessoa diretamente em seu destino final, seja o céu ou o inferno. O fato de Deus ter provado Abraão, mesmo sabendo de sua fidelidade, ou ter permitido uma prova a Davi na qual Ele sabia que Davi falharia, demonstra que a experiência no tempo é crucial para a manifestação da justiça e da liberdade.

   O caso do rei Ezequias, que orou por mais anos de vida e teve um filho que se tornou um homem perverso, exemplifica a complexidade dessa dinâmica. Deus concedeu o pedido, mesmo sabendo das consequências negativas futuras, porque não anula a escolha humana. Isso levanta uma reflexão sobre a responsabilidade humana, inclusive na oração. A sugestão é que os pedidos a Deus sejam sempre submetidos à Sua vontade, pois Ele conhece todas as variáveis e sabe o que é verdadeiramente melhor. Culpar a Deus por consequências de escolhas humanas, mesmo aquelas pelas quais oramos fervorosamente, é ignorar a responsabilidade que o livre-arbítrio nos confere.

   Em suma, a existência do mal não é um sinal da ausência ou da indiferença divina, mas uma prova da autenticidade do livre-arbítrio. Se Deus impedisse todo o sofrimento e toda a maldade, estaria violando a liberdade que Ele mesmo concedeu, transformando a humanidade em autômatos pré-programados para o bem. Portanto, a presença do mal no mundo é o paradoxo que valida a liberdade humana, desafiando cada indivíduo a assumir a responsabilidade por seus atos e a alinhar suas escolhas a uma vontade superior e mais sábia.

Nicolas Breno

segunda-feira, 15 de setembro de 2025

A Interpretação de Isaías 4:1 e as Implicações no Contexto Contemporâneo

 A Interpretação de Isaías 4:1 e as Implicações no Contexto Contemporâneo





   Recentemente, uma declaração feita em um podcast, citando Isaías 4:1 para justificar a ideia de que haveria "7 mulheres para cada homem" no contexto atual, gerou um grande debate sobre as relações de gênero e a dinâmica social entre homens e mulheres. A mulher afirmou que, em algum momento, as mulheres "implorariam" para que os homens as aceitassem, alegando que a criminalização dos homens e a diminuição da masculinidade levariam a um cenário em que a feminilidade só poderia ser forte por meio da força da masculinidade. No entanto, a utilização desse versículo de Isaías 4:1 para apoiar essa ideia necessita de uma análise cuidadosa, tanto do ponto de vista espiritual quanto contextual. Ao fazer isso, podemos entender por que essa interpretação é uma leitura equivocada da Escritura, e como o contexto escriturístico e cultural de Isaías torna essa interpretação insustentável.


O Texto Original de Isaías 4:1


   O versículo citado, Isaías 4:1, diz:

"E naquele dia sete mulheres pegarão um homem, dizendo: ‘Dê-nos o seu nome; damos o nosso próprio pão e roupa; apenas deixe-nos chamar-nos pelo seu nome; tire nossa vergonha.’” (Isaías 4:1, BHS).


   Em hebraico, o versículo é escrito da seguinte forma:

"וְהֶחֱזִיקוּ שֶׁ֙בַע נָשִׁ֜ים בְּאִ֣ישׁ אֶחָ֗ד בַּיּ֤וֹם הַהוּא֙ לֵאמֹ֔ר לַחְמֵ֣נוּ נֹאכֵ֔ל וְשִׂמְלָתֵ֖נוּ נִלְבָּ֑שׁ רַ֗ק יִקָּרֵ֤א שִׁמְךָ֙ עָלֵ֔ינוּ אֱסֹ֖ף חֶרְפָּתֵֽנוּ" (Isaías 4:1, BHS).


   Este versículo faz parte de uma seção do livro de Isaías que descreve a condição de Israel, e particularmente de Jerusalém, em tempos de julgamento e decadência. Isaías, ao escrever este texto, está falando de um futuro de calamidade e humilhação para o povo de Deus, não de uma realidade desejada ou justificada. O número "sete" é frequentemente utilizado nas Escrituras como um número simbólico de completude ou totalidade, o que sugere que o versículo não está falando literalmente de "sete mulheres", mas sim de uma situação onde haverá uma abundância de mulheres que, diante da crise, procurarão um homem para restaurar algum tipo de honra social ou familiar.


O Contexto de Isaías 4:1 e a Condição de Israel


   O versículo de Isaías 4:1 é um lamento sobre a queda moral e social de Jerusalém. Esse trecho se passa em um período onde a sociedade de Israel está marcada pela infidelidade a Deus e pela corrupção social. Ao longo de Isaías, o profeta fala da destruição de Jerusalém como um juízo divino sobre os pecados do povo, o que culminaria em uma sociedade desestruturada.


   A frase “וְהֶחֱזִיקוּ שֶׁ֙בַע נָשִׁ֜ים בְּאִ֣ישׁ” ("e sete mulheres pegarão um homem") reflete uma situação em que o número de mulheres é simbólico de uma abundância e não deve ser entendido literalmente como um modelo de poligamia. Isaías está descrevendo a desesperança de mulheres que, em meio ao caos e ao colapso social, seriam forçadas a buscar um homem para restaurar algum nível de dignidade e honra à sua sociedade. Em um cenário de guerra e crise, a mulher na cultura antiga era muitas vezes considerada vulnerável, e esse versículo pode ser visto como uma metáfora para a distorção das relações sociais em tempos de desintegração.


A Interpretação Errônea: Aplicações no Contexto Atual


   Ao usar Isaías 4:1 para justificar a ideia de que haverá "sete mulheres para cada homem" devido à atual "demonização da masculinidade", a mulher no podcast faz uma leitura literal e fora de contexto do texto bíblico. O versículo, quando lido dentro de seu contexto histórico e em questão de doutrina, não sugere uma dinâmica de gênero desigual ou de um fortalecimento de um modelo de masculinidade opressor. Pelo contrário, ele está descrevendo uma sociedade em decadência, onde os dois sexos, tanto homens quanto mulheres, estão sendo afetados pela instabilidade social provocada pelo afastamento de Deus.


   O uso do versículo como justificativa para uma ideia de que as mulheres implorariam por um homem em um contexto contemporâneo é, portanto, uma distorção, porque desconsidera o contexto de juízo e calamidade de Isaías. Isaías 4:1 não fala sobre uma realidade desejada ou um futuro ideal para a relação entre homens e mulheres, mas sim sobre uma crise social em que as mulheres, ao lado dos homens, sofreriam a consequência do pecado coletivo de Israel.


O Contexto Espiritual e Social em Isaías


   O texto de Isaías 4:2-6 oferece a restauração espiritual após a purificação do povo de Israel. O versículo 4, por exemplo, fala sobre o purificação das filhas de Sião:

  "Se o Senhor lavar a imundície das filhas de Sião, e purificar o sangue de Jerusalém do meio dela, com o espírito de juízo e com o espírito de ardor..." (Isaías 4:4, BHS).


   Isso reflete a restauração espiritual e a redenção de Israel após o julgamento, que será seguida pela glorificação e presença de Deus. O juízo e a humilhação descritos em Isaías 4:1 são seguidos por uma promessa de restauração e benção espiritual, não por uma valorização de um modelo de masculinidade ou feminilidade sobre o outro.


A Interpretação de Isaías 4:1 à Luz de Outras Escrituras


   Ao distorcer esse versículo, corre-se o risco de legitimar uma visão desequilibrada das relações de gênero, onde o poder masculino seria exaltado de forma descontextualizada. A Escritura, em vários pontos, aborda sobre a igualdade de valor e dignidade entre homens e mulheres, como em Gálatas 3:28, que afirma:

"Não há judeu nem grego, escravo nem livre, homem nem mulher; porque todos vós sois um em Cristo Jesus." (Gálatas 3:28, NVI). Versos do tipo são esquecidos por militantes de internet.

    Esta passagem afirma que em Cristo, as distinções de gênero e status social são abolidas, sendo a igualdade entre homens e mulheres um princípio fundamental do evangelho. Isaías 4:1 não promove uma visão de superioridade de um gênero sobre o outro, mas sim um lamento e uma descrição de uma situação de crise em Israel.


Conclusão: Refutando a Interpretação de Isaías 4:1


   A utilização de Isaías 4:1 para justificar a visão de que haverá "sete mulheres para cada homem" nos dias de hoje, como se isso fosse um cumprimento da profecia bíblica, é um exemplo de distorção do contexto escriturístico. O versículo, quando lido dentro de seu contexto histórico e espiritual, não sugere uma dinâmica de gênero desigual ou de um fortalecimento de um modelo de masculinidade opressor. Pelo contrário, o texto de Isaías é uma reflexão sobre a humilhação e o sofrimento de uma sociedade corrompida, que resultaria em um chamado ao arrependimento e à purificação de toda a nação.


    Infelizmente, pessoas e suas bizarras interpretações do tipo podem e vão ser usadas por feministas e grupos do tipo para fomentar discriminação. Fora os adolescentes e adultos com hormônios à flor da pele que adorariam que isso fosse realidade. Mas a Verdade não está condicionada a achismo ou força da natureza sexual, mas sim e tão somente em Cristo, a Rocha.

    Essa interpretação leva a uma generalização incorreta das questões de gênero atuais, ignorando os princípios de igualdade e dignidade que as Escrituras também defendem. A Escritura não justifica a dominação de um sexo sobre o outro, mas propõe uma relação de respeito mútuo e amor, com base no exemplo de Cristo, que amou a Igreja e a entregou por ela (Efésios 5:25). Portanto, a fala baseada nessa passagem de Isaías não deve ser vista como um reflexo legítimo do que está escrito, mas como uma leitura isolada e deturpada do texto.

  Podcasts abriram as portas para ignorantes.


Nicolas Breno

quarta-feira, 10 de setembro de 2025

segunda-feira, 8 de setembro de 2025

Refutando bobices dos ateístas 37

 𝗥𝗲𝗳𝘂𝘁𝗮𝗻𝗱𝗼 𝗯𝗼𝗯𝗶𝗰𝗲𝘀 𝗱𝗼𝘀 𝗮𝘁𝗲𝗶́𝘀𝘁𝗮𝘀 𝟯𝟳





"𝘗𝘰𝘪𝘴 𝘦𝘴𝘵𝘢́ 𝘦𝘴𝘤𝘳𝘪𝘵𝘰: “𝘋𝘦𝘴𝘵𝘳𝘶𝘪𝘳𝘦𝘪 𝘢 𝘴𝘢𝘣𝘦𝘥𝘰𝘳𝘪𝘢 𝘥𝘰𝘴 𝘴𝘢́𝘣𝘪𝘰𝘴 𝘦 𝘳𝘦𝘫𝘦𝘪𝘵𝘢𝘳𝘦𝘪 𝘢 𝘪𝘯𝘵𝘦𝘭𝘪𝘨𝘦̂𝘯𝘤𝘪𝘢 𝘥𝘰𝘴 𝘪𝘯𝘵𝘦𝘭𝘪𝘨𝘦𝘯𝘵𝘦𝘴”. 𝘖𝘯𝘥𝘦 𝘦𝘴𝘵𝘢́ 𝘰 𝘴𝘢́𝘣𝘪𝘰? 𝘖𝘯𝘥𝘦 𝘦𝘴𝘵𝘢́ 𝘰 𝘮𝘦𝘴𝘵𝘳𝘦 𝘥𝘢 𝘭𝘦𝘪? 𝘖𝘯𝘥𝘦 𝘦𝘴𝘵𝘢́ 𝘰 𝘧𝘪𝘭𝘰́𝘴𝘰𝘧𝘰 𝘥𝘦𝘴𝘵𝘢 𝘦𝘳𝘢? 𝘈𝘤𝘢𝘴𝘰 𝘋𝘦𝘶𝘴 𝘯𝘢̃𝘰 𝘵𝘰𝘳𝘯𝘰𝘶 𝘭𝘰𝘶𝘤𝘢 𝘢 𝘴𝘢𝘣𝘦𝘥𝘰𝘳𝘪𝘢 𝘥𝘦𝘴𝘵𝘦 𝘮𝘶𝘯𝘥𝘰? 𝘝𝘪𝘴𝘵𝘰 𝘲𝘶𝘦, 𝘯𝘢 𝘴𝘢𝘣𝘦𝘥𝘰𝘳𝘪𝘢 𝘥𝘦 𝘋𝘦𝘶𝘴, 𝘰 𝘮𝘶𝘯𝘥𝘰 𝘯𝘢̃𝘰 𝘰 𝘤𝘰𝘯𝘩𝘦𝘤𝘦𝘶 𝘱𝘰𝘳 𝘮𝘦𝘪𝘰 𝘥𝘢 𝘴𝘢𝘣𝘦𝘥𝘰𝘳𝘪𝘢 𝘩𝘶𝘮𝘢𝘯𝘢, 𝘢𝘨𝘳𝘢𝘥𝘰𝘶 𝘢 𝘋𝘦𝘶𝘴 𝘴𝘢𝘭𝘷𝘢𝘳 𝘢𝘲𝘶𝘦𝘭𝘦𝘴 𝘲𝘶𝘦 𝘤𝘳𝘦𝘦𝘮 𝘱𝘰𝘳 𝘮𝘦𝘪𝘰 𝘥𝘢 𝘭𝘰𝘶𝘤𝘶𝘳𝘢 𝘥𝘢 𝘱𝘳𝘦𝘨𝘢𝘤̧𝘢̃𝘰."

O texto não está dizendo que Deus deseja que sejamos intelectualmente incompetentes ou "burros". Em vez disso, o apóstolo Paulo, ao citar esse trecho, está ressaltando que a sabedoria humana, por mais sofisticada que seja, não é capaz de revelar a verdadeira natureza de Deus.
Na mensagem de 1 Coríntios 1:19-21, Paulo destaca que o que o mundo considera sábio (os argumentos, a astúcia intelectual e demais “sabedorias”) fica aquém da sabedoria de Deus. Deus, na Sua sabedoria, inverte essa lógica: Ele torna "louca" a sabedoria deste mundo ao revelar que a salvação não vem por meio de discursos persuasivos ou conhecimento humano, mas pela simplicidade e humildade do evangelho, centrado na cruz de Cristo. Isso não é um convite para a ignorância, mas para reconhecer que nosso conhecimento limitado não alcança a profundidade do que Deus revela.
Paulo escreveu essa carta aos coríntios num ambiente em que a filosofia grega e o cultismo do saber eram muito valorizados. A cultura local pregava que a inteligência e a retórica eram os caminhos para o sucesso e para a compreensão do mundo. Ao afirmar que Deus "destruirá a sabedoria dos sábios", Paulo reorienta o foco para uma verdade radical: a mensagem do evangelho, que muitos chamariam de tola, é na realidade o poder e a sabedoria que Deus escolheu para a salvação de seus filhos. Por aqui já cai por terra qualquer mentira dos gnósticos que é adotados pelos neo pentecostais, apologetas, sectários e céticos de internet.

O trecho em grego diz:

Γέγραπται γάρ, Ἀπολῶ τὴν σοφίαν τῶν σοφῶν, καὶ τὴν σύνεσιν τῶν συνετῶν ἀθετήσω.
Ποῦ σοφός; Ποῦ γραμματεύς; Ποῦ συζητητὴς τοῦ αἰῶνος τούτου; Οὐχὶ ἐμώρανεν ὁ θεὸς τὴν σοφίαν τοῦ κόσμου τούτου;
Ἐπειδὴ γὰρ ἐν τῇ σοφίᾳ τοῦ θεοῦ οὐκ ἔγνω ὁ κόσμος διὰ τῆς σοφίας τὸν θεόν, εὐ

O verbo Ἀπολῶ (apolō) pode ser entendido como "destruir" ou "aniquilar" a sabedoria dos "sábios" e ἀθετήσω (athetēsō) como "rejeitar" ou "anular" a inteligência dos entendidos. Em seguida, Paulo faz perguntas retóricas que ressaltam a insuficiência dos métodos humanos para conhecer Deus e conclui que foi justamente aquilo que se considerava "loucura" (μωρία) na pregação do evangelho que foi escolhida por Deus para salvar os que creem.

Deus não quer que se abandonem habilidades intelectuais ou o estudo do conhecimento, mas deseja que o coração humano reconheça que a verdadeira sabedoria está além dos cálculos e das fórmulas humanas. Enquanto a sabedoria do mundo se apoia na autossuficiência e no orgulho, a sabedoria divina se revela na humildade da cruz, na simplicidade da fé e na graça inacreditável de Deus, que escolhe salvar aqueles que confiam no seu chamado, mesmo que a mensagem pareça tolice aos olhos dos homens. Paulo usou essa retórica para destruir a postura arrogante dos intelectuais da época e para mostrar que a salvação não é um prêmio para os que se vangloriam de sua sabedoria, mas para todos aqueles que respondem com fé ao evangelho. Não é pelo conhecimento que se salva, mas somente pela graça através de Cristo. Não é pelo saber, mas por conhecer Jesus. Lembre-se que a oferta de conhecimento foi dada pela serpente (satanás) no Éden.
Então, não, cético de internet: se Deus quisesse que fôssemos burros, Ele teria apoiado o ateísmo como correto.

𝗡𝗶𝗰𝗼𝗹𝗮𝘀 𝗕𝗿𝗲𝗻𝗼

sexta-feira, 5 de setembro de 2025

O verdadeiro jejum que agrada a Deus



Muitas vezes, associamos o jejum apenas a se abster de comida. Mas a Escritura, tanto no Antigo quanto no Novo Testamento, nos mostra que a prática vai muito além. Isaías e Atos dos Apóstolos nos lembram que o verdadeiro jejum é sobre justiça social, compaixão e cuidado com o próximo. Não é sobre o que deixamos de comer, mas sobre o que fazemos por quem tem fome. É menos sobre sacrifício pessoal e mais sobre serviço ao outro. Será que estamos praticando o jejum que realmente importa?




 Envie para seu colega ateísta néscio!




quarta-feira, 3 de setembro de 2025

Sobre dissonância cognitiva

    

   Eis o que sofrem os amantes de terras bolas, molhadas e giratórias, religiosos e ateus. Sempre que alguém regurgitar o que lhe foi doutrinado, saiba que está sofrendo de dissonância cognitiva. A imagem serve como lembrete.




As Filhas da Prostituta em Apocalipse: Práticas ou Religiões Derivadas?

 As Filhas da Prostituta em Apocalipse: Práticas ou Religiões Derivadas?




Quando se discute a identidade da grande prostituta de Apocalipse 17 e, principalmente, quem são suas “filhas”, existe um ponto que frequentemente gera divergência. Muitos afirmam que as “filhas” representam apenas as práticas da prostituta, ou seja, a propagação de costumes corruptos, comportamentos e doutrinas distorcidas, e não religiões, igrejas ou sistemas que surgiram a partir dela. Porém, essa leitura ignora o peso do simbolismo escriturístico e o contexto profético. Geralmente são os cristãos apologistas que falam esta baboseira em suas lives.
O texto de Apocalipse 17:5 é explícito ao afirmar que a mulher não é só prostituta, mas “mãe das prostituições e das abominações da terra”. Veja:καὶ ἐπὶ τὸ μέτωπον αὐτῆς ὄνομα γεγραμμένον μυστήριον, Βαβυλὼν ἡ μεγάλη, ἡ μήτηρ τῶν πορνῶν καὶ τῶν βδελυγμάτων τῆς γῆς. (Apocalipse 17:5, BGNT)
Aqui, a expressão “ἡ μήτηρ τῶν πορνῶν” (a mãe das prostitutas/prostituições) reforça a ideia de geração, origem, de quem dá origem a outras entidades ou sistemas. No grego, “μήτηρ” (mētēr) é sempre usada para designar uma geradora, uma fonte, enquanto “πορνῶν” (pornōn) carrega o sentido de prostituição física e também de infidelidade espiritual ou idolatria institucionalizada. Ou seja, o texto não fala apenas de ações, mas de descendência, de um fenômeno de multiplicação institucional.
Quando a Escritura fala em filhos ou filhas, ela está, quase sempre, tratando de descendentes, de continuidade, de quem dá origem a outros seres, povos, cidades ou sistemas, não apenas de atos ou costumes. Esse padrão é ainda mais claro no hebraico profético, como vemos em Ezequiel 16:46:
וַאֲחוֹתֵ֙ךְ הַגְּדוֹלָ֤ה שֹֽׁמְרוֹן֙ הִ֣יא וּבְנוֹתֶ֔יהָ הַיּוֹשֶׁ֖בֶת עַל־שְׂמֹאולֵ֑ךְ וַאֲחוֹתֵ֞ךְ הַקְּטַנָּ֣ה מִמֵּ֗ךְ הַיּוֹשֶׁ֙בֶת֙ מִֽימִינֵ֔ךְ סְדֹ֖ם וּבְנוֹתֶֽיהָ׃ (Ezequiel 16:46, BHS)
O termo hebraico בְּנוֹתֶ֔יהָ (benoteha) significa literalmente “suas filhas” e, nesse contexto, refere-se a cidades derivadas ou povos sob influência direta, não meros comportamentos. Da mesma forma que Samaria e Sodoma têm suas “filhas”, Jerusalém é retratada como matriz de outros sistemas e comunidades, não apenas de práticas isoladas.
Dizer que as filhas da prostituta são apenas práticas é uma tentativa de suavizar a crítica profética, para evitar a ligação direta com religiões e instituições históricas. Mas isso não resiste a uma análise honesta do texto simbólico. Veja: se fosse só sobre práticas, por que o texto usaria termos como “mãe” e “filhas”, que denotam geração, continuidade e multiplicação? O autor poderia simplesmente dizer “obras”, “frutos” ou “pecados” se fosse só para falar de comportamentos, mas o termo “filhas” é relacional e institucional, tanto no grego quanto no hebraico.
Além disso, o contexto de Apocalipse mostra que a influência da prostituta não ficou restrita a ela, mas se espalhou pelo mundo, contaminando reis, nações e povos. Isso é descrito como uma espécie de herança, como um legado transmitido, e essa transmissão não se limita a simples comportamentos, mas a sistemas, doutrinas, religiões, modos de culto e estruturas religiosas derivadas do sistema depravado original. É por isso que muitos intérpretes históricos, inclusive protestantes clássicos e adventistas, entenderam que as “filhas” são, sim, religiões e seitas que, de alguma forma, derivam da “mãe”, seja herdando rituais, doutrinas, liturgias ou práticas, mesmo quando discordam dela em pontos teológicos. E acreditar que, nessa Babilônia que é a religião, e, dentro dela, o Cristianismo, existem aqueles que me fazem trazer mais um texto para contrapor mais esse absurdo.
Portanto, dizer que as filhas são apenas práticas é ignorar a força do símbolo do texto, o contexto profético e até a própria linguagem do texto, que fala de maternidade, geração e descendência, como está explícito tanto em grego quanto em hebraico. A leitura mais coerente e honesta é que as “filhas” são religiões, instituições ou movimentos espirituais que saíram do sistema mãe, reproduzindo sua essência, ainda que com roupagens diferentes. O texto aponta para um fenômeno de multiplicação institucional, e não apenas de imitação de costumes. Assim, a resposta mais sólida, coerente e alinhada com a exegese é que o Apocalipse denuncia não só as más práticas, mas todo um sistema religioso e seus “descendentes”, isto é, religiões e seitas que perpetuam, de forma institucional, a infidelidade espiritual representada pela prostituta.

segunda-feira, 1 de setembro de 2025

Você é servo ou amigo de Deus?

 𝗩𝗼𝗰ê é 𝘀𝗲𝗿𝘃𝗼 𝗼𝘂 𝗮𝗺𝗶𝗴𝗼 𝗱𝗲 𝗗𝗲𝘂𝘀?




  Em João 15:15, Jesus declara algo surpreendente: “𝘑𝘢́ 𝘯𝘢̃𝘰 𝘷𝘰𝘴 𝘤𝘩𝘢𝘮𝘰 𝘴𝘦𝘳𝘷𝘰𝘴, 𝘱𝘰𝘳𝘲𝘶𝘦 𝘰 𝘴𝘦𝘳𝘷𝘰 𝘯𝘢̃𝘰 𝘴𝘢𝘣𝘦 𝘰 𝘲𝘶𝘦 𝘧𝘢𝘻 𝘰 𝘴𝘦𝘶 𝘴𝘦𝘯𝘩𝘰𝘳; 𝘮𝘢𝘴 𝘦𝘶 𝘵𝘦𝘯𝘩𝘰-𝘷𝘰𝘴 𝘤𝘩𝘢𝘮𝘢𝘥𝘰 𝘢𝘮𝘪𝘨𝘰𝘴, 𝘱𝘰𝘳𝘲𝘶𝘦 𝘵𝘰𝘥𝘢𝘴 𝘢𝘴 𝘤𝘰𝘪𝘴𝘢𝘴 𝘲𝘶𝘦 𝘦𝘶 𝘰𝘶𝘷𝘪 𝘥𝘦 𝘮𝘦𝘶 𝘗𝘢𝘪 𝘷𝘰𝘴 𝘵𝘦𝘯𝘩𝘰 𝘧𝘦𝘪𝘵𝘰 𝘤𝘰𝘯𝘩𝘦𝘤𝘦𝘳” (KJ Fiel). Este versículo é o clímax de um discurso profundo iniciado em João 15:1, onde Jesus se apresenta como a “videira verdadeira” e os seus seguidores como os ramos.


  O termo grego traduzido por "servos" é δοῦλος (doulos), que se refere a um escravo ou servo à disposição total do seu senhor. Em contrapartida, "amigos" vem de φίλος (philos), aquele que tem acesso íntimo, confiável e pessoal. A mudança de status proposta por Jesus é revolucionária: ele está elevando seus discípulos a um nível de relação baseada em revelação e confiança.

   Historicamente, o Antigo Testamento apresenta apenas dois homens explicitamente chamados de “amigos de Deus”: Abraão (2Cr 20:7; Is 41:8) e, implicitamente, Moisés (Ex 33:11). Jesus, no entanto, estende esse privilégio a todos os que seguem seus mandamentos (εῐρηκα φίλους). Jesus não está abolindo o conceito de servo por completo (δοῦλος ainda aparece em Jo 13:16 e Jo 15:20), mas está redefinindo a dinâmica relacional com aqueles que verdadeiramente permanecem nEle (μείνητε ἐν ἐμοῖ). O critério para essa amizade é a obediência consciente (ποιῖτε ἀν ἁ ἐντέλλομαι), não mais uma submissão cega. É uma amizade que se manifesta pela revelação do conhecimento (πάντα ἅ ἄκουσα παρὰ τοῦ πατρός μου ἐγνῶρισα ὐμῐν).


𝘾𝙪𝙡𝙩𝙪𝙧𝙖 𝙚 𝘼𝙡𝙞𝙖𝙣𝙘̧𝙖


  Na tradição judaica contemporânea ao texto, o servo era considerado subordinado, com pouca autonomia. Amizade verdadeira implicava em transparência, lealdade e aliança. Jesus se revela como o Mestre que compartilha os segredos do Pai, rompendo barreiras hierárquicas religiosas. Esse tipo de amizade é escatológica: é um relacionamento que aponta para a nova aliança, onde os homens conhecem diretamente a vontade divina (cf. Jeremias 31:34). O amor (ἀγάπη) é a ligação, e o fruto dessa relação é a alegria plena (χαρὰ πληρωθεῖ).

   Ser amigo de Deus é compreender o coração do Pai. É mais que servi-lo: é conhecer o que Ele faz, partilhar de sua missão, obedecer com entendimento. Na nossa caminhada, isso não significa autonomia, mas intimidade. Jesus não anulou o senhorio, mas o envolveu numa relação de afeto, revelação e missão.


𝙄𝙣𝙩𝙞𝙢𝙞𝙙𝙖𝙙𝙚 𝙚 𝙨𝙚𝙪 𝙥𝙧𝙤𝙥𝙤́𝙨𝙞𝙩𝙤


  Jesus está nos chamando para algo mais profundo: uma amizade verdadeira com Ele. Não é só seguir regras ou fazer tarefas religiosas. É caminhar junto, entendendo o coração do Pai e participando do que Ele está fazendo no mundo. E aí, você tem vivido como um servo, ou como um amigo de verdade?


𝗡𝗶𝗰𝗼𝗹𝗮𝘀 𝗕𝗿𝗲𝗻𝗼