sexta-feira, 29 de agosto de 2025

Refutando bobices dos ateístas 36

 𝗥𝗲𝗳𝘂𝘁𝗮𝗻𝗱𝗼 𝗯𝗼𝗯𝗶𝗰𝗲𝘀 𝗱𝗼𝘀 𝗮𝘁𝗲𝗶́𝘀𝘁𝗮𝘀 𝟯𝟲




  Ao contrário do que os religiosos crentes na pseudociência e doutrinas ocultistas que negam a lógica e a razão, mais conhecido pelo nome de "ateus" sempre buscam descontextualizar os textos escriturísticos na ânsia de tentar achar alguma contradição nela, aqui irei expor o contexto e como ela se cumpre de forma exata no próprio livro e reforçada em outro, no caso estou falando de II Reis mesmo. 

   Primeiro de tudo, você não precisaria necessariamente estar na cidade do rei que governava ali. Isso podemos ver em outros exemplos como o de Jeconias, o rei de Judá. Ele foi capturado pelos babilônios e levado para o exílio, o que encerrou abruptamente a possibilidade de seu governo continuar em sua própria terra. Esse episódio está registrado em 2 Reis 24:8–17 e repetido em Jeremias 52:31–34. Alguém não precisaria sair de babilônia para ver Jeconias, ele mesmo contra vontade chegou a Babilônia. 

     Jehoahaz teve seu reinado em Jerusalém interrompido pela intervenção egípcia relatada em 2 Reis 23:31–34. Ele foi levado pelo faraó Neco para o Egito onde ele morreu. Não precisariam necessariamente ir visitar Jeoacaz ou Jehoahaz em Jerusalém. O fato dele ter sido levado para o Egito fez com que o povo de lá o vissem face a face. É necessário entender isso , mesmo que não seja o caso do texto em questão, pois, nem sequer cogitar ou ler outras passagens sobre os reis das cidades o cético fez questão.


  "𝘘𝘶𝘢𝘯𝘥𝘰 𝘕𝘢𝘣𝘶𝘤𝘰𝘥𝘰𝘯𝘰𝘴𝘰𝘳, 𝘳𝘦𝘪 𝘥𝘢 𝘉𝘢𝘣𝘪𝘭𝘰̂𝘯𝘪𝘢, 𝘵𝘰𝘥𝘰 𝘰 𝘴𝘦𝘶 𝘦𝘹𝘦́𝘳𝘤𝘪𝘵𝘰 𝘦 𝘵𝘰𝘥𝘰𝘴 𝘰𝘴 𝘳𝘦𝘪𝘯𝘰𝘴 𝘦 𝘱𝘰𝘷𝘰𝘴 𝘥𝘰 𝘪𝘮𝘱𝘦́𝘳𝘪𝘰 𝘲𝘶𝘦 𝘦𝘭𝘦 𝘨𝘰𝘷𝘦𝘳𝘯𝘢𝘷𝘢 𝘭𝘶𝘵𝘢𝘷𝘢𝘮 𝘤𝘰𝘯𝘵𝘳𝘢 𝘑𝘦𝘳𝘶𝘴𝘢𝘭𝘦́𝘮, 𝘦 𝘤𝘰𝘯𝘵𝘳𝘢 𝘵𝘰𝘥𝘢𝘴 𝘢𝘴 𝘤𝘪𝘥𝘢𝘥𝘦𝘴 𝘢𝘰 𝘳𝘦𝘥𝘰𝘳, 𝘰 𝘚𝘦𝘯𝘩𝘰𝘳 𝘥𝘪𝘳𝘪𝘨𝘪𝘶 𝘦𝘴𝘵𝘢 𝘱𝘢𝘭𝘢𝘷𝘳𝘢 𝘢 𝘑𝘦𝘳𝘦𝘮𝘪𝘢𝘴:"  Jeremias 34:1


  A mesma situação é narrada em detalhes em II Reis 25:1‑8, onde se descreve o cerco de Jerusalém pelo exército de Nabucodonosor e a iminente destruição da cidade.



 "𝘈𝘴𝘴𝘪𝘮 𝘥𝘪𝘻 𝘰 𝘚𝘦𝘯𝘩𝘰𝘳, 𝘰 𝘋𝘦𝘶𝘴 𝘥𝘦 𝘐𝘴𝘳𝘢𝘦𝘭: 𝘝𝘢́ 𝘢𝘰 𝘳𝘦𝘪 𝘡𝘦𝘥𝘦𝘲𝘶𝘪𝘢𝘴 𝘥𝘦 𝘑𝘶𝘥𝘢́ 𝘦 𝘭𝘩𝘦 𝘥𝘪𝘨𝘢: ‘𝘈𝘴𝘴𝘪𝘮 𝘥𝘪𝘻 𝘰 𝘚𝘦𝘯𝘩𝘰𝘳: 𝘌𝘴𝘵𝘰𝘶 𝘦𝘯𝘵𝘳𝘦𝘨𝘢𝘯𝘥𝘰 𝘦𝘴𝘵𝘢 𝘤𝘪𝘥𝘢𝘥𝘦 𝘯𝘢𝘴 𝘮𝘢̃𝘰𝘴 𝘥𝘰 𝘳𝘦𝘪 𝘥𝘢 𝘉𝘢𝘣𝘪𝘭𝘰̂𝘯𝘪𝘢, 𝘦 𝘦𝘭𝘦 𝘢 𝘪𝘯𝘤𝘦𝘯𝘥𝘪𝘢𝘳𝘢́.  Jeremias 𝟥𝟦:𝟤


  Deus anuncia diretamente a Zedequias que Jerusalém seria entregue a Nabucodonosor e, de maneira inevitável, seria queimada. II Reis 25:1‑8 relata o cerco, a rendição dos guardas e, finalmente, a queima da cidade. Jeremias 39 também descreve a tomada de Jerusalém, confirmando o decreto de Deus de que a cidade seria entregue ao poder babilônico.


 "𝘝𝘰𝘤𝘦̂ 𝘯𝘢̃𝘰 𝘦𝘴𝘤𝘢𝘱𝘢𝘳𝘢́, 𝘮𝘢𝘴 𝘴𝘦𝘳𝘢́ 𝘤𝘢𝘱𝘵𝘶𝘳𝘢𝘥𝘰 𝘦 𝘦𝘯𝘵𝘳𝘦𝘨𝘶𝘦 𝘯𝘢𝘴 𝘮𝘢̃𝘰𝘴 𝘥𝘦𝘭𝘦. 𝘊𝘰𝘮 𝘰𝘴 𝘴𝘦𝘶𝘴 𝘱𝘳𝘰́𝘱𝘳𝘪𝘰𝘴 𝘰𝘭𝘩𝘰𝘴 𝘷𝘰𝘤𝘦̂ 𝘷𝘦𝘳𝘢́ 𝘰 𝘳𝘦𝘪 𝘥𝘢 𝘉𝘢𝘣𝘪𝘭𝘰̂𝘯𝘪𝘢, 𝘦 𝘦𝘭𝘦 𝘧𝘢𝘭𝘢𝘳𝘢́ 𝘤𝘰𝘮 𝘷𝘰𝘤𝘦̂ 𝘧𝘢𝘤𝘦 𝘢 𝘧𝘢𝘤𝘦. 𝘌 𝘷𝘰𝘤𝘦̂ 𝘪𝘳𝘢́ 𝘱𝘢𝘳𝘢 𝘢 𝘉𝘢𝘣𝘪𝘭𝘰̂𝘯𝘪𝘢." Jeremias 𝟥𝟦:𝟥


  A punição pessoal de Zedequias é anunciada. Ele será capturado, e o encontro direto – “face a face” – com o rei da Babilônia está previsto. Em II Reis 25:7 lemos que, após o cerco e a rendição de Jerusalém, Zedequias foi capturado; e, como parte da humilhação profética, seus olhos foram arrancados antes de ser levado para a Babilônia. Jeremias 52:11‑12 reforça esse registro, detalhando a humilhação e o destino do último rei de Judá. Vou continuar até o verso 5, depois voltaremos aqui.


  " ‘𝘖𝘶𝘤̧𝘢, 𝘱𝘰𝘳𝘦́𝘮, 𝘢 𝘱𝘳𝘰𝘮𝘦𝘴𝘴𝘢 𝘥𝘰 𝘚𝘦𝘯𝘩𝘰𝘳, 𝘰́ 𝘡𝘦𝘥𝘦𝘲𝘶𝘪𝘢𝘴, 𝘳𝘦𝘪 𝘥𝘦 𝘑𝘶𝘥𝘢́. 𝘈𝘴𝘴𝘪𝘮 𝘥𝘪𝘻 𝘰 𝘚𝘦𝘯𝘩𝘰𝘳 𝘢 𝘴𝘦𝘶 𝘳𝘦𝘴𝘱𝘦𝘪𝘵𝘰: 𝘝𝘰𝘤𝘦̂ 𝘯𝘢̃𝘰 𝘮𝘰𝘳𝘳𝘦𝘳𝘢́ 𝘱𝘦𝘭𝘢 𝘦𝘴𝘱𝘢𝘥𝘢," Jeremias 34:4


  Deus promete a Zedequias que, embora as consequências de seu reinado sejam duras, a morte dele não ocorrerá por meio da violência direta da espada. Isso significa que ele não será executado imediatamente em combate ou assassinado à maneira dos inimigos tradicionais, mas sofrerá outro tipo de destino. O que significa que ela teria um tempo de vida a mais para ser cumprido a profecia de estar com o rei da Babilônia. Tanto em II Reis 25:7 quanto em Jeremias 52:11‑12 constatamos que Zedequias foi capturado e humilhado, e, ao contrário de ser morto em um combate sangrento, foi tratado de forma a marcar sua derrota sem o sangue derramado da execução na hora.


  "𝘮𝘢𝘴 𝘮𝘰𝘳𝘳𝘦𝘳𝘢́ 𝘦𝘮 𝘱𝘢𝘻. 𝘌 𝘢𝘴𝘴𝘪𝘮 𝘤𝘰𝘮𝘰 𝘰 𝘱𝘰𝘷𝘰 𝘲𝘶𝘦𝘪𝘮𝘰𝘶 𝘪𝘯𝘤𝘦𝘯𝘴𝘰 𝘦𝘮 𝘩𝘰𝘯𝘳𝘢 𝘥𝘰𝘴 𝘴𝘦𝘶𝘴 𝘢𝘯𝘵𝘦𝘱𝘢𝘴𝘴𝘢𝘥𝘰𝘴, 𝘰𝘴 𝘳𝘦𝘪𝘴 𝘲𝘶𝘦 𝘰 𝘱𝘳𝘦𝘤𝘦𝘥𝘦𝘳𝘢𝘮, 𝘵𝘢𝘮𝘣𝘦́𝘮 𝘲𝘶𝘦𝘪𝘮𝘢𝘳𝘢̃𝘰 𝘪𝘯𝘤𝘦𝘯𝘴𝘰 𝘦𝘮 𝘴𝘶𝘢 𝘩𝘰𝘯𝘳𝘢, 𝘦 𝘴𝘦 𝘭𝘢𝘮𝘦𝘯𝘵𝘢𝘳𝘢̃𝘰, 𝘤𝘭𝘢𝘮𝘢𝘯𝘥𝘰: "𝘈𝘩, 𝘮𝘦𝘶 𝘴𝘦𝘯𝘩𝘰𝘳! " 𝘚𝘪𝘮, 𝘦𝘶 𝘮𝘦𝘴𝘮𝘰 𝘧𝘢𝘤̧𝘰 𝘦𝘴𝘴𝘢 𝘱𝘳𝘰𝘮𝘦𝘴𝘴𝘢’, 𝘥𝘦𝘤𝘭𝘢𝘳𝘢 𝘰 𝘚𝘦𝘯𝘩𝘰𝘳". Jeremias 34:5


  Apesar do castigo e da humilhação, Deus afirma que Zedequias terá uma morte “em paz” – isto é, não pelo fio da espada – e, de algum modo, não será totalmente esquecido, pois os rituais de luto e honra real serão prestados a ele, conforme os costumes para os antigos reis. Embora não tenhamos um relato detalhado sobre o funeral de Zedequias em um único trecho bíblico, podemos perceber que o padrão de tratamento a reis depostos se mantém. Ao compararmos o destino dele com o de outros soberanos, fica claro que, mesmo diante dos julgamentos divinos, havia um costume de honrar esses líderes – como vemos nas cerimônias descritas em II Crônicas e nos lamentos presentes em outras passagens do Antigo Testamento. Em Jeremias 52, a narrativa mostra que, apesar do exílio trágico e da humilhação sofrida, o fim de Zedequias não foi marcado por uma execução violenta. Isso reforça a promessa de que ele teria uma “morte em paz”, ou seja, sua morte não ocorreu pelo derramamento de sangue, mas de uma forma que se diferenciou das mortes em batalha.


  Enfim, voltemos ao verso 3 de Jeremias:  𝘝𝘰𝘤𝘦̂ 𝘯𝘢̃𝘰 𝘦𝘴𝘤𝘢𝘱𝘢𝘳𝘢́, 𝘮𝘢𝘴 𝘴𝘦𝘳𝘢́ 𝘤𝘢𝘱𝘵𝘶𝘳𝘢𝘥𝘰 𝘦 𝘦𝘯𝘵𝘳𝘦𝘨𝘶𝘦 𝘯𝘢𝘴 𝘮𝘢̃𝘰𝘴 𝘥𝘦𝘭𝘦. 𝘊𝘰𝘮 𝘰𝘴 𝘴𝘦𝘶𝘴 𝘱𝘳𝘰́𝘱𝘳𝘪𝘰𝘴 𝘰𝘭𝘩𝘰𝘴 𝘷𝘰𝘤𝘦̂ 𝘷𝘦𝘳𝘢́ 𝘰 𝘳𝘦𝘪 𝘥𝘢 𝘉𝘢𝘣𝘪𝘭𝘰̂𝘯𝘪𝘢, 𝘦 𝘦𝘭𝘦 𝘧𝘢𝘭𝘢𝘳𝘢́ 𝘤𝘰𝘮 𝘷𝘰𝘤𝘦̂ 𝘧𝘢𝘤𝘦 𝘢 𝘧𝘢𝘤𝘦. 𝘌 𝘷𝘰𝘤𝘦̂ 𝘪𝘳𝘢́ 𝘱𝘢𝘳𝘢 𝘢 𝘉𝘢𝘣𝘪𝘭𝘰̂𝘯𝘪𝘢. Ele nos dá a ideia de que ocorreria de maneira cronológica: 𝘝𝘰𝘤𝘦̂ 𝘯𝘢̃𝘰 𝘦𝘴𝘤𝘢𝘱𝘢𝘳𝘢́, 𝘮𝘢𝘴 𝘴𝘦𝘳𝘢́ 𝘤𝘢𝘱𝘵𝘶𝘳𝘢𝘥𝘰 𝘦 𝘦𝘯𝘵𝘳𝘦𝘨𝘶𝘦 𝘯𝘢𝘴 𝘮𝘢̃𝘰𝘴 𝘥𝘦𝘭𝘦 --->  𝘊𝘰𝘮 𝘰𝘴 𝘴𝘦𝘶𝘴 𝘱𝘳𝘰́𝘱𝘳𝘪𝘰𝘴 𝘰𝘭𝘩𝘰𝘴 𝘷𝘰𝘤𝘦̂ 𝘷𝘦𝘳𝘢́ 𝘰 𝘳𝘦𝘪 𝘥𝘢 𝘉𝘢𝘣𝘪𝘭𝘰̂𝘯𝘪𝘢, 𝘦 𝘦𝘭𝘦 𝘧𝘢𝘭𝘢𝘳𝘢́ 𝘤𝘰𝘮 𝘷𝘰𝘤𝘦̂ 𝘧𝘢𝘤𝘦 𝘢 𝘧𝘢𝘤𝘦. ---> 𝘌 𝘷𝘰𝘤𝘦̂ 𝘪𝘳𝘢́ 𝘱𝘢𝘳𝘢 𝘢 𝘉𝘢𝘣𝘪𝘭𝘰̂𝘯𝘪𝘢. Tudo bem que nem sempre o modo que a sentença é dita acontece cronologicamente, mas acontece, pois, Deus não mente. Mas veremos o cumprimento no próprio livro de Jeremias que o cético ocultou.


⁷ 𝘌𝘯𝘵𝘢̃𝘰 𝘰 𝘮𝘶𝘳𝘰 𝘥𝘢 𝘤𝘪𝘥𝘢𝘥𝘦 𝘧𝘰𝘪 𝘳𝘰𝘮𝘱𝘪𝘥𝘰. 𝘖 𝘳𝘦𝘪 𝘦 𝘵𝘰𝘥𝘰𝘴 𝘰𝘴 𝘴𝘰𝘭𝘥𝘢𝘥𝘰𝘴 𝘧𝘶𝘨𝘪𝘳𝘢𝘮 𝘦 𝘴𝘢𝘪́𝘳𝘢𝘮 𝘥𝘢 𝘤𝘪𝘥𝘢𝘥𝘦, 𝘢̀ 𝘯𝘰𝘪𝘵𝘦, 𝘯𝘢 𝘥𝘪𝘳𝘦𝘤̧𝘢̃𝘰 𝘥𝘰 𝘫𝘢𝘳𝘥𝘪𝘮 𝘳𝘦𝘢𝘭, 𝘱𝘦𝘭𝘢 𝘱𝘰𝘳𝘵𝘢 𝘦𝘯𝘵𝘳𝘦 𝘰𝘴 𝘥𝘰𝘪𝘴 𝘮𝘶𝘳𝘰𝘴, 𝘦𝘮𝘣𝘰𝘳𝘢 𝘰𝘴 𝘣𝘢𝘣𝘪𝘭𝘰̂𝘯𝘪𝘰𝘴 𝘦𝘴𝘵𝘪𝘷𝘦𝘴𝘴𝘦𝘮 𝘤𝘦𝘳𝘤𝘢𝘯𝘥𝘰 𝘢 𝘤𝘪𝘥𝘢𝘥𝘦. 𝘍𝘰𝘳𝘢𝘮 𝘱𝘢𝘳𝘢 𝘢 𝘈𝘳𝘢𝘣𝘢́,

⁸ 𝘮𝘢𝘴 𝘰𝘴 𝘣𝘢𝘣𝘪𝘭𝘰̂𝘯𝘪𝘰𝘴 𝘱𝘦𝘳𝘴𝘦𝘨𝘶𝘪𝘳𝘢𝘮 𝘰 𝘳𝘦𝘪 𝘡𝘦𝘥𝘦𝘲𝘶𝘪𝘢𝘴 𝘦 𝘰 𝘢𝘭𝘤𝘢𝘯𝘤̧𝘢𝘳𝘢𝘮 𝘯𝘢 𝘱𝘭𝘢𝘯𝘪́𝘤𝘪𝘦 𝘥𝘦 𝘑𝘦𝘳𝘪𝘤𝘰́. 𝘛𝘰𝘥𝘰𝘴 𝘰𝘴 𝘴𝘦𝘶𝘴 𝘴𝘰𝘭𝘥𝘢𝘥𝘰𝘴 𝘴𝘦 𝘴𝘦𝘱𝘢𝘳𝘢𝘳𝘢𝘮 𝘥𝘦𝘭𝘦 𝘦 𝘴𝘦 𝘥𝘪𝘴𝘱𝘦𝘳𝘴𝘢𝘳𝘢𝘮,

⁹ 𝘦 𝘦𝘭𝘦 𝘧𝘰𝘪 𝘤𝘢𝘱𝘵𝘶𝘳𝘢𝘥𝘰. 𝘌𝘭𝘦 𝘧𝘰𝘪 𝘭𝘦𝘷𝘢𝘥𝘰 𝘢𝘰 𝘳𝘦𝘪 𝘥𝘢 𝘉𝘢𝘣𝘪𝘭𝘰̂𝘯𝘪𝘢 𝘦𝘮 𝘙𝘪𝘣𝘭𝘢, 𝘯𝘢 𝘵𝘦𝘳𝘳𝘢 𝘥𝘦 𝘏𝘢𝘮𝘢𝘵𝘦, 𝘲𝘶𝘦 𝘰 𝘴𝘦𝘯𝘵𝘦𝘯𝘤𝘪𝘰𝘶.

¹⁰ 𝘌𝘮 𝘙𝘪𝘣𝘭𝘢, 𝘰 𝘳𝘦𝘪 𝘥𝘢 𝘉𝘢𝘣𝘪𝘭𝘰̂𝘯𝘪𝘢 𝘮𝘢𝘯𝘥𝘰𝘶 𝘦𝘹𝘦𝘤𝘶𝘵𝘢𝘳 𝘰𝘴 𝘧𝘪𝘭𝘩𝘰𝘴 𝘥𝘦 𝘡𝘦𝘥𝘦𝘲𝘶𝘪𝘢𝘴 𝘥𝘪𝘢𝘯𝘵𝘦 𝘥𝘦 𝘴𝘦𝘶𝘴 𝘰𝘭𝘩𝘰𝘴, 𝘦 𝘵𝘢𝘮𝘣𝘦́𝘮 𝘮𝘢𝘵𝘰𝘶 𝘵𝘰𝘥𝘰𝘴 𝘰𝘴 𝘯𝘰𝘣𝘳𝘦𝘴 𝘥𝘦 𝘑𝘶𝘥𝘢́.

¹¹ 𝘌𝘯𝘵𝘢̃𝘰 𝘮𝘢𝘯𝘥𝘰𝘶 𝘧𝘶𝘳𝘢𝘳 𝘰𝘴 𝘰𝘭𝘩𝘰𝘴 𝘥𝘦 𝘡𝘦𝘥𝘦𝘲𝘶𝘪𝘢𝘴 𝘦 𝘱𝘳𝘦𝘯𝘥𝘦̂-𝘭𝘰 𝘤𝘰𝘮 𝘤𝘰𝘳𝘳𝘦𝘯𝘵𝘦𝘴 𝘥𝘦 𝘣𝘳𝘰𝘯𝘻𝘦 𝘦 𝘰 𝘭𝘦𝘷𝘰𝘶 𝘱𝘢𝘳𝘢 𝘢 𝘉𝘢𝘣𝘪𝘭𝘰̂𝘯𝘪𝘢, 𝘰𝘯𝘥𝘦 𝘰 𝘮𝘢𝘯𝘵𝘦𝘷𝘦 𝘯𝘢 𝘱𝘳𝘪𝘴𝘢̃𝘰 𝘢𝘵𝘦́ 𝘰 𝘥𝘪𝘢 𝘥𝘦 𝘴𝘶𝘢 𝘮𝘰𝘳𝘵𝘦. Jeremias 𝟧𝟤:𝟩-𝟣𝟣


  Geralmente eu prefiro o formato de retirar os números dos versos, mas para não ser acusado de tirar o texto fora de contexto mantive assim. Só pela leitura alguns capítulos depois da profecia já acaba com a postagem mentirosa. Vamos ver a comparação entre a profecia e como está relatado aqui no capítulo 52:


𝘝𝘰𝘤𝘦̂ 𝘯𝘢̃𝘰 𝘦𝘴𝘤𝘢𝘱𝘢𝘳𝘢́, 𝘮𝘢𝘴 𝘴𝘦𝘳𝘢́ 𝘤𝘢𝘱𝘵𝘶𝘳𝘢𝘥𝘰 𝘦 𝘦𝘯𝘵𝘳𝘦𝘨𝘶𝘦 𝘯𝘢𝘴 𝘮𝘢̃𝘰𝘴 𝘥𝘦𝘭𝘦. ------> 𝘰𝘴 𝘣𝘢𝘣𝘪𝘭𝘰̂𝘯𝘪𝘰𝘴 𝘱𝘦𝘳𝘴𝘦𝘨𝘶𝘪𝘳𝘢𝘮 𝘰 𝘳𝘦𝘪 𝘡𝘦𝘥𝘦𝘲𝘶𝘪𝘢𝘴 𝘦 𝘰 𝘢𝘭𝘤𝘢𝘯𝘤̧𝘢𝘳𝘢𝘮 𝘯𝘢 𝘱𝘭𝘢𝘯𝘪́𝘤𝘪𝘦 𝘥𝘦 𝘑𝘦𝘳𝘪𝘤𝘰́. 𝘛𝘰𝘥𝘰𝘴 𝘰𝘴 𝘴𝘦𝘶𝘴 𝘴𝘰𝘭𝘥𝘢𝘥𝘰𝘴 𝘴𝘦 𝘴𝘦𝘱𝘢𝘳𝘢𝘳𝘢𝘮 𝘥𝘦𝘭𝘦 𝘦 𝘴𝘦 𝘥𝘪𝘴𝘱𝘦𝘳𝘴𝘢𝘳𝘢𝘮, 𝘦 𝘦𝘭𝘦 𝘧𝘰𝘪 𝘤𝘢𝘱𝘵𝘶𝘳𝘢𝘥𝘰. 


𝘊𝘰𝘮 𝘰𝘴 𝘴𝘦𝘶𝘴 𝘱𝘳𝘰́𝘱𝘳𝘪𝘰𝘴 𝘰𝘭𝘩𝘰𝘴 𝘷𝘰𝘤𝘦̂ 𝘷𝘦𝘳𝘢́ 𝘰 𝘳𝘦𝘪 𝘥𝘢 𝘉𝘢𝘣𝘪𝘭𝘰̂𝘯𝘪𝘢, 𝘦 𝘦𝘭𝘦 𝘧𝘢𝘭𝘢𝘳𝘢́ 𝘤𝘰𝘮 𝘷𝘰𝘤𝘦̂ 𝘧𝘢𝘤𝘦 𝘢 𝘧𝘢𝘤𝘦.  𝘌 𝘷𝘰𝘤𝘦̂ 𝘪𝘳𝘢́ 𝘱𝘢𝘳𝘢 𝘢 𝘉𝘢𝘣𝘪𝘭𝘰̂𝘯𝘪𝘢. ------> 𝘌𝘭𝘦 𝘧𝘰𝘪 𝘭𝘦𝘷𝘢𝘥𝘰 𝘢𝘰 𝘳𝘦𝘪 𝘥𝘢 𝘉𝘢𝘣𝘪𝘭𝘰̂𝘯𝘪𝘢 𝘦𝘮 𝘙𝘪𝘣𝘭𝘢, 𝘯𝘢 𝘵𝘦𝘳𝘳𝘢 𝘥𝘦 𝘏𝘢𝘮𝘢𝘵𝘦, 𝘲𝘶𝘦 𝘰 𝘴𝘦𝘯𝘵𝘦𝘯𝘤𝘪𝘰𝘶. 𝘌𝘮 𝘙𝘪𝘣𝘭𝘢, 𝘰 𝘳𝘦𝘪 𝘥𝘢 𝘉𝘢𝘣𝘪𝘭𝘰̂𝘯𝘪𝘢 𝘮𝘢𝘯𝘥𝘰𝘶 𝘦𝘹𝘦𝘤𝘶𝘵𝘢𝘳 𝘰𝘴 𝘧𝘪𝘭𝘩𝘰𝘴 𝘥𝘦 𝘡𝘦𝘥𝘦𝘲𝘶𝘪𝘢𝘴 𝘥𝘪𝘢𝘯𝘵𝘦 𝘥𝘦 𝘴𝘦𝘶𝘴 𝘰𝘭𝘩𝘰𝘴, 𝘦 𝘵𝘢𝘮𝘣𝘦́𝘮 𝘮𝘢𝘵𝘰𝘶 𝘵𝘰𝘥𝘰𝘴 𝘰𝘴 𝘯𝘰𝘣𝘳𝘦𝘴 𝘥𝘦 𝘑𝘶𝘥𝘢́.


  O rei mencionado é Nabucodonosor, rei da Babilônia. Ele foi responsável por capturar Zedequias e levá-lo para Ribla, na terra de Hamate, onde o sentenciou. Foi também em Ribla que Nabucodonosor ordenou a execução dos filhos de Zedequias diante de seus olhos e a morte de todos os nobres de Judá. Esse momento marcou o fim do governo de Zedequias e selou a queda definitiva de Judá diante do poder babilônico. Foi um desfecho duro, onde não apenas ele perdeu o trono, mas toda a estrutura de liderança e autonomia do reino foi destruída, deixando Judá sob total controle de Nabucodonosor. E o verso 11 do capítulo 52 de Jeremias finaliza:  "𝘌𝘯𝘵𝘢̃𝘰 𝘮𝘢𝘯𝘥𝘰𝘶 𝘧𝘶𝘳𝘢𝘳 𝘰𝘴 𝘰𝘭𝘩𝘰𝘴 𝘥𝘦 𝘡𝘦𝘥𝘦𝘲𝘶𝘪𝘢𝘴 𝘦 𝘱𝘳𝘦𝘯𝘥𝘦̂-𝘭𝘰 𝘤𝘰𝘮 𝘤𝘰𝘳𝘳𝘦𝘯𝘵𝘦𝘴 𝘥𝘦 𝘣𝘳𝘰𝘯𝘻𝘦 𝘦 𝘰 𝘭𝘦𝘷𝘰𝘶 𝘱𝘢𝘳𝘢 𝘢 𝘉𝘢𝘣𝘪𝘭𝘰̂𝘯𝘪𝘢, 𝘰𝘯𝘥𝘦 𝘰 𝘮𝘢𝘯𝘵𝘦𝘷𝘦 𝘯𝘢 𝘱𝘳𝘪𝘴𝘢̃𝘰 𝘢𝘵𝘦́ 𝘰 𝘥𝘪𝘢 𝘥𝘦 𝘴𝘶𝘢 𝘮𝘰𝘳𝘵𝘦." Isso ainda conecta com Jeremias 34:4-5: "𝘝𝘰𝘤𝘦̂ 𝘯𝘢̃𝘰 𝘮𝘰𝘳𝘳𝘦𝘳𝘢́ 𝘱𝘦𝘭𝘢 𝘦𝘴𝘱𝘢𝘥𝘢, 𝘮𝘢𝘴 𝘮𝘰𝘳𝘳𝘦𝘳𝘢́ 𝘦𝘮 𝘱𝘢𝘻." Na língua hebraica, a expressão traduzida como “em paz” (בְּשָׁלוֹם, b'shalom) em Jeremias 34:4-5 não significa necessariamente uma morte tranquila no sentido moderno de conforto ou felicidade. Em vez disso, ela enfatiza que Zedequias não morreria pela espada – ou seja, não seria executado de forma violenta e imediata como tipicamente acontecia em batalha. A ideia aqui é marcar uma distinção entre morrer “pela espada” (um fim brutal em combate) e morrer “em paz”, significando que, embora sua vida tenha sido marcada por humilhação e prisão, sua morte não seria fruto de um ato de violência direta por inimigos num campo de batalha. Esse uso de “b'shalom” também remete à forma como os ancestrais reais eram honrados em seus funerais. Mesmo quando o destino era de exílio ou de sofrimento, havia um cuidado em reservar aos reis uma morte com certos rituais – uma espécie de dignidade mesmo em meio à calamidade. Assim, mesmo que Zedequias tenha passado seus últimos dias encarcerado, a profecia enfatiza que ele não seria tirado pela violência direta dos inimigos, mas sim cumpriria um destino que, do ponto de vista litúrgico e simbólico, mantinha as marcas de honra de sua realeza.

   Ainda que eu dê por finalizado a questão, ainda falta abordar 2 Reis 25:


  "𝘌𝘯𝘵𝘢̃𝘰 𝘰 𝘮𝘶𝘳𝘰 𝘥𝘢 𝘤𝘪𝘥𝘢𝘥𝘦 𝘧𝘰𝘪 𝘳𝘰𝘮𝘱𝘪𝘥𝘰, 𝘦 𝘵𝘰𝘥𝘰𝘴 𝘰𝘴 𝘴𝘰𝘭𝘥𝘢𝘥𝘰𝘴 𝘧𝘶𝘨𝘪𝘳𝘢𝘮 𝘥𝘦 𝘯𝘰𝘪𝘵𝘦 𝘱𝘦𝘭𝘢 𝘱𝘰𝘳𝘵𝘢 𝘦𝘯𝘵𝘳𝘦 𝘰𝘴 𝘥𝘰𝘪𝘴 𝘮𝘶𝘳𝘰𝘴 𝘱𝘳𝘰́𝘹𝘪𝘮𝘰𝘴 𝘢𝘰 𝘫𝘢𝘳𝘥𝘪𝘮 𝘥𝘰 𝘳𝘦𝘪, 𝘦𝘮𝘣𝘰𝘳𝘢 𝘰𝘴 𝘣𝘢𝘣𝘪𝘭𝘰̂𝘯𝘪𝘰𝘴 𝘦𝘴𝘵𝘪𝘷𝘦𝘴𝘴𝘦𝘮 𝘦𝘮 𝘵𝘰𝘳𝘯𝘰 𝘥𝘢 𝘤𝘪𝘥𝘢𝘥𝘦. 𝘍𝘶𝘨𝘪𝘳𝘢𝘮 𝘯𝘢 𝘥𝘪𝘳𝘦𝘤̧𝘢̃𝘰 𝘥𝘢 𝘈𝘳𝘢𝘣𝘢́, 𝘮𝘢𝘴 𝘰 𝘦𝘹𝘦́𝘳𝘤𝘪𝘵𝘰 𝘣𝘢𝘣𝘪𝘭𝘰̂𝘯𝘪𝘰 𝘱𝘦𝘳𝘴𝘦𝘨𝘶𝘪𝘶 𝘰 𝘳𝘦𝘪 𝘦 𝘰 𝘢𝘭𝘤𝘢𝘯𝘤̧𝘰𝘶 𝘯𝘢𝘴 𝘱𝘭𝘢𝘯𝘪́𝘤𝘪𝘦𝘴 𝘥𝘦 𝘑𝘦𝘳𝘪𝘤𝘰́. 𝘛𝘰𝘥𝘰𝘴 𝘰𝘴 𝘴𝘦𝘶𝘴 𝘴𝘰𝘭𝘥𝘢𝘥𝘰𝘴 𝘰 𝘢𝘣𝘢𝘯𝘥𝘰𝘯𝘢𝘳𝘢𝘮, 𝘦 𝘦𝘭𝘦 𝘧𝘰𝘪 𝘤𝘢𝘱𝘵𝘶𝘳𝘢𝘥𝘰. 𝘍𝘰𝘪 𝘭𝘦𝘷𝘢𝘥𝘰 𝘢𝘵𝘦́ 𝘰 𝘳𝘦𝘪 𝘥𝘢 𝘉𝘢𝘣𝘪𝘭𝘰̂𝘯𝘪𝘢, 𝘦𝘮 𝘙𝘪𝘣𝘭𝘢, 𝘰𝘯𝘥𝘦 𝘱𝘳𝘰𝘯𝘶𝘯𝘤𝘪𝘢𝘳𝘢𝘮 𝘢 𝘴𝘦𝘯𝘵𝘦𝘯𝘤̧𝘢 𝘤𝘰𝘯𝘵𝘳𝘢 𝘦𝘭𝘦. 𝘌𝘹𝘦𝘤𝘶𝘵𝘢𝘳𝘢𝘮 𝘰𝘴 𝘧𝘪𝘭𝘩𝘰𝘴 𝘥𝘦 𝘡𝘦𝘥𝘦𝘲𝘶𝘪𝘢𝘴 𝘯𝘢 𝘴𝘶𝘢 𝘧𝘳𝘦𝘯𝘵𝘦; 𝘥𝘦𝘱𝘰𝘪𝘴 𝘧𝘶𝘳𝘢𝘳𝘢𝘮 𝘴𝘦𝘶𝘴 𝘰𝘭𝘩𝘰𝘴, 𝘱𝘳𝘦𝘯𝘥𝘦𝘳𝘢𝘮-𝘯𝘰 𝘤𝘰𝘮 𝘢𝘭𝘨𝘦𝘮𝘢𝘴 𝘥𝘦 𝘣𝘳𝘰𝘯𝘻𝘦 𝘦 𝘰 𝘭𝘦𝘷𝘢𝘳𝘢𝘮 𝘱𝘢𝘳𝘢 𝘢 𝘉𝘢𝘣𝘪𝘭𝘰̂𝘯𝘪𝘢. " 𝟤 Reis 25:4-7.


   Aqui fica claro que Zedequias foi levado até o rei da Babilônia, o texto hebraico está relatando é um evento histórico concreto. Ele diz que Zedequias foi capturado e levado até o rei da Babilônia em Ribla, onde sua sentença – o veredicto de seu destino – foi pronunciada. O termo "sentença" pode até ter um significado simbólico, representando o juízo divino e o cumprimento das profecias, mas o contexto do versículo deixa claro que se trata de um acontecimento real. Não é uma metáfora ou uma figura de linguagem—Zedequias foi de fato levado a Ribla para enfrentar o julgamento do rei da Babilônia, um momento que marcou o fim de seu reinado e sua humilhação como líder. Esse episódio faz parte de um grande ciclo de acontecimentos que levaram à queda de Judá, e a execução de sentenças contra seus governantes é algo amplamente registrado em outros trechos da Escritura como já foi abordado aqui! A única diferença é que em II Reis o texto é mais direto sobre o que aconteceu, por mais que seja simples em comparação com o livro de Jeremias, ele não tenta ficar explicando o passo a passo, pois, isso já foi abordado em outro livro.


  Posto isso, a passagem indica que Zedequias foi levado para Ribla, onde enfrentou o julgamento de Nabucodonosor. Lá, ele viu seus filhos serem executados e teve seus olhos arrancados. Depois desse evento, ele foi transferido para a Babilônia, onde permaneceu preso até sua morte. Ribla não fazia parte da Babilônia. Ribla era uma cidade localizada na terra de Hamate, que ficava ao norte de Israel, na região da Síria moderna. Nabucodonosor, rei da Babilônia, tenha usado Ribla como um centro estratégico militar e político, especialmente para julgar prisioneiros como Zedequias, a cidade em si não pertencia ao território babilônico. Ela era um ponto de comando temporário, onde decisões importantes eram tomadas antes de os prisioneiros serem levados para Babilônia. Ribla foi o local do julgamento e da punição inicial, mas seu destino final foi a Babilônia. Esse tipo de deslocamento era comum na época. Os reis conquistadores frequentemente realizavam julgamentos em locais estratégicos antes de enviar prisioneiros para centros administrativos ou cidades principais do império.


   Mais uma vez, os céticos que curtiram a postagem do crente da pseudociência, não sabem nada de leitura.


𝗡𝗶𝗰𝗼𝗹𝗮𝘀 𝗕𝗿𝗲𝗻𝗼

segunda-feira, 25 de agosto de 2025

"Um Será Levado e o Outro Deixado": A Evidência Contextual para Interpretação de Julgamento

 "Um Será Levado e o Outro Deixado": A Evidência Contextual para Interpretação de Julgamento



Uma análise exegética rigorosa de Mateus 24:39-41 revela que as evidências contextuais são substancialmente mais fortes para interpretar os "levados" como destinados ao julgamento do que ao arrebatamento. Esta interpretação não apenas responde mais satisfatoriamente aos desafios hermenêuticos do texto, como também se alinha melhor com o padrão consistente das Escrituras.

A Força Esmagadora do Contexto Analógico

Jesus estabelece deliberadamente uma analogia com os dias de Noé (vv. 37-39), e esta analogia é hermeneuticamente determinante. No dilúvio, quem foi "levado"? Os ímpios foram "levados" (arrastados) para a morte. Noé e sua família, os justos, foram deixados para herdar a terra renovada.

A lógica analógica é inescapável: "Como foi nos dias de Noé, assim será na vinda do Filho do Homem" (v. 37). Se Jesus quisesse que compreendêssemos o oposto do padrão noético, certamente teria esclarecido tal inversão, mas não o fez.

A Confirmação Lucana Definitiva

Lucas 17:37 fornece a evidência contextual mais devastadora para a teoria do arrebatamento. Quando os discípulos perguntam "Onde, Senhor?" sobre os que são levados, Jesus responde: "Onde estiver o corpo, ali se ajuntarão os abutres".

Esta resposta inequivocamente aponta para morte e julgamento, não para o céu. Abutres se reúnem em torno de cadáveres, não de pessoas arrebatadas para a glória. O próprio Jesus conecta os "levados" com corpos mortos sendo devorados por aves de rapina.

A Evidência Linguística e Lexical

A análise das palavras gregas usadas por Mateus reforça a interpretação de julgamento.

1. O Verbo do Dilúvio: αἴρω (airō)
No verso 39, ao descrever o dilúvio, o texto diz que "veio o dilúvio, e os levou (ἦρεν - ēren) a todos". A palavra aqui é uma forma do verbo αἴρω (airō). A análise lexical confirma o seu sentido destrutivo neste contexto:

Léxico de Friberg: Define o uso em Mateus 24:39 como "remover à força;... arrastar como por uma inundação".

Léxico de Gingrich: Define como "levar embora, remover... arrastar/varrer em Mt 24:39".

Dicionário EDNT: Conecta o "arrastar" do dilúvio com o clamor pela morte de Jesus ("Fora com ele!"), confirmando o sentido de juízo e destruição.

Portanto, o verbo usado na analogia principal significa inequivocamente "arrastar para a destruição".

2. A Mudança para παραλαμβάνω (paralambanō)
Nos versos 40-41 ("um é levado..."), o verbo muda para παραλαμβάνω (paralambanō). Embora este verbo possa ter um sentido positivo (como em "receber junto a si"), o contexto determina o seu significado.

Uso em Contextos de Julgamento: Contrariamente ao argumento de que paralambanō é sempre positivo, ele é usado em contextos de julgamento ou hostis:

João 19:16: Pilatos "entregou" (paradidōmi, mas a ação seguinte é os soldados o levarem, paralambanō) Jesus para ser crucificado.

Mateus 4:5, 8: O diabo "levou" (paralambanō) Jesus para tentá-lo.

A mudança de verbo pode indicar uma mudança no método da remoção, não no resultado. Airō descreve a remoção passiva por um desastre natural (dilúvio), enquanto paralambanō pode descrever a remoção ativa por agentes do juízo (como anjos ou exércitos).

O Padrão Escriturístico Consistente

O padrão bíblico consistente é que os justos herdam a terra, não são removidos dela:

Salmo 37:9, 11: "Os que esperam no Senhor herdarão a terra... os mansos herdarão a terra".

Mateus 5:5: "Bem-aventurados os mansos, pois herdarão a terra".

Provérbios 2:21-22: "Os retos habitarão a terra... mas os perversos serão eliminados da terra".

Juízo por Remoção dos Ímpios

Repetidamente nas Escrituras, o julgamento divino se manifesta pela remoção dos ímpios, enquanto os justos permanecem:

Dilúvio de Noé: Ímpios removidos, justos preservados na terra.

Sodoma e Gomorra: Ímpios destruídos, Ló e família retirados para segurança, mas não para o céu.

O Contexto Escatológico de Mateus 24

Mateus 24 é primariamente escatológico, tratando dos sinais da vinda de Cristo e do fim desta era. Os eventos descritos culminarão na Grande Tribulação e na Segunda Vinda de Jesus.

"Esta Geração" Como Sinal de Preservação

Jesus afirma que "esta geração não passará até que todas estas coisas se cumpram" (v. 34). A palavra grega genea, traduzida como "geração", pode ser entendida aqui em seu sentido mais amplo de "raça" ou "povo". Portanto, Jesus estaria profetizando que o povo judeu seria preservado como um povo distinto e não seria aniquilado até que todas as profecias se cumprissem.

As Implicações Revolucionárias

Isso representa uma inversão completa da expectativa popular cristã. Ao contrário da cultura dos filmes e livros "Deixados Para Trás", a oração deveria ser: "Senhor, que eu seja deixado para trás!"

Foco Terreno do Reino

Esta interpretação se alinha com uma escatologia terrena onde o Reino de Deus se manifesta na terra renovada, não através de uma fuga para o céu. Os salvos não escapam do mundo, mas herdam o mundo transformado.

Conclusão: O Peso das Evidências Contextuais

A evidência contextual é tão forte que aponta definitivamente para julgamento:

Analogia direta com o dilúvio de Noé, onde os "levados" foram destruídos.

Confirmação explícita em Lucas 17:37 (abutres e cadáveres).

Padrão das Escrituras consistente dos justos herdando a terra e os ímpios sendo removidos.

Análise linguística que mostra como os verbos airō e paralambanō se encaixam perfeitamente em um cenário de julgamento.

A conclusão exegética responsável deve ser que Mateus 24:40-41 descreve o julgamento divino através da remoção dos ímpios, não o arrebatamento dos santos. Os que são "deixados" são os beneficiários da salvação divina, destinados a herdar a terra purificada.

sexta-feira, 22 de agosto de 2025

A Autocontradição do Relativismo: Desvendando a Falácia da "Não Existência da Verdade Absoluta"

 A Autocontradição do Relativismo: Desvendando a Falácia da "Não Existência da Verdade Absoluta"



Com base no livro "Por que bons argumentos não funcionam?" de James W. Sire, a falácia das Premissas Contraditórias expõe uma inconsistência fundamental em muitas visões relativistas, especialmente na afirmação de que "não há verdade absoluta". Um argumento construído sobre premissas que se anulam mutuamente não pode se sustentar, pois sua própria fundação é autodestrutiva.

A lógica por trás dessa falácia é clara: se um princípio enfraquece a si mesmo, ele é inerentemente falho. Sire utiliza o exemplo clássico: "Se Deus pode todas as coisas, ele pode criar uma pedra que seja tão pesada que ele mesmo não consiga carregá-la?". A contradição é evidente: se existe uma força irresistível, não pode haver um objeto irremovível. A coexistência de ambas as premissas é impossível, invalidando qualquer argumento que parta delas.

Este mesmo erro lógico é aplicado diretamente à visão relativista popular que declara: "Todas as alegações de verdade são relativas. Não há verdade absoluta". Ao analisar essa afirmação, surge uma pergunta inevitável: a própria frase é uma verdade absoluta?

Se a afirmação "não há verdade absoluta" for considerada uma verdade absoluta, ela contradiz a si mesma e, portanto, é falsa.
Se a afirmação for apenas uma verdade relativa, ela não tem força para negar a existência de outras verdades que possam ser absolutas.

Em ambos os cenários, a posição relativista se mostra logicamente incoerente. Trata-se de uma afirmação "incoerente em sua autorreferência", um erro que, segundo o autor, está presente no pensamento de teóricos pós-modernos como Nietzsche, que descreveu a verdade como "um exército móvel de metáforas", uma afirmação que, para ter substância, precisa ser tratada como uma verdade literal, algo que ela mesma nega.
Então, por que tantas pessoas adotam essa visão contraditória? Sire argumenta que o relativismo, para muitos, alcançou o status de um "compromisso de cosmovisão". Ele não é mantido como uma conclusão lógica, mas como uma pressuposição fundamental, uma "orientação fundamental do coração". Nesse nível, a ideia não é submetida a uma análise lógica rigorosa, pois parece simplesmente óbvia.

O autor aponta que o fato social do pluralismo, a existência de muitas culturas e crenças diferentes, levou ao princípio teórico do relativismo. As pessoas observam a diversidade de opiniões e concluem erroneamente que nenhuma visão pode ser objetivamente verdadeira. Isso se manifesta em frases comuns como: "Quem sou eu para julgar?" ou "Se está bom para eles, tudo bem".

Portanto, ao confrontar a relativização da verdade, o problema não é apenas a falta de um argumento lógico por parte do relativista, mas a presença de uma cosmovisão profundamente arraigada que o impede de reconhecer a contradição em sua própria premissa. A afirmação de que "não há verdade absoluta" não é uma conclusão racional, mas uma barreira que impede o diálogo sobre a verdade. Para o autor, o desafio não é apenas apontar a falha lógica, mas entender e abordar a orientação do coração que torna essa falha invisível para quem a comete.

terça-feira, 12 de agosto de 2025

Ebook do Verdade Oculta: as informações

Ebook do Verdade Oculta: as informações




  O ebook examina o que descreve como as questões mais críticas e negligenciadas sobre a vacinação em massa contra a COVID-19.  A narrativa central é que a pandemia foi um evento planejado, com as vacinas servindo como um veículo para a introdução de biotecnologias avançadas e substâncias não declaradas no corpo humano, com o objetivo final de controle e redução populacional por parte de uma elite global.


Principais Argumentos e Fontes Apresentadas

   1. Aumento de Mortes Súbitas e Coágulos Anormais

   O livro aponta para um "aumento estratosférico de mortes inexplicáveis", especialmente entre jovens de 18 a 49 anos, a partir de 2021, um fenômeno que teria sido notado por companhias de seguros. A obra se apoia fortemente no documentário "Died Suddenly" (2022) e em depoimentos de embalsamadores como Anna Foster, Brenton Faithful e Dr. Richard Hirschman. Eles relatam a descoberta de grandes coágulos sanguíneos brancos, fibrosos e com textura de borracha nos sistemas vasculares dos falecidos desde o início da vacinação, estruturas que afirmam nunca terem visto antes.

   2. Alterações Sanguíneas e Componentes Não Declarados

   Análise Molecular: Cita um estudo do pesquisador Clifford E. Carnicom, que teria utilizado espectroscopia infravermelha de Raman para comparar o sangue de vacinados e não vacinados. A pesquisa alega ter encontrado diferenças moleculares críticas, como a presença de uma ligação metálica-nitrogênio inesperada e modificações em proteínas que poderiam comprometer o transporte de oxigênio. 

   Análise Química: Apresenta a pesquisa da biotecnóloga argentina Lorena Di Blasi que, utilizando microscopia e espectrometria, analisou frascos de vacinas de fabricantes como Pfizer, Moderna e AstraZeneca. A pesquisa alega ter encontrado mais de 50 elementos químicos não declarados, incluindo óxido de grafeno, metais como ferro e cromo, e lantanídeos (usados em eletrônica e neuromodulação). 

   Denúncia Interna: O livro relata o depoimento de Melissa McAtee, ex-auditora de qualidade da Pfizer. Ela afirma ter observado uma fluorescência azul nos frascos da vacina, que a empresa teria atribuído à luciferase usada em testes, mas que não estaria no produto final. McAtee também alega ter encontrado documentos internos que mencionam óxido de grafeno. 

3. Nanotecnologia, Eletromagnetismo e "Shedding"

  Nanorobôs: O texto descreve pesquisas que alegam ter encontrado nanotecnologia nas vacinas. Cita um grupo de cientistas, incluindo o Professor Dan Brody, que teria observado a "auto-montagem" de estruturas em amostras de vacinas da Pfizer e Moderna.  Também menciona a Dra. Carrie Madej, que teria identificado em amostras estruturas semelhantes a um parasita com tentáculos. 

  Fenômenos Eletromagnéticos: O trabalho do Dr. Pedro Chavez é apresentado para sustentar a alegação de magnetismo corporal e emissão de sinais Bluetooth (endereços MAC) por indivíduos vacinados. A pesquisa teria detectado esses sinais até mesmo em túmulos de pessoas falecidas após o início da vacinação em massa. 

   Shedding: O livro aborda a hipótese de que a nanotecnologia poderia ser transmitida de vacinados para não vacinados através de contato próximo. O Dr. Chavez teria detectado sinais de Bluetooth em pessoas não vacinadas que tiveram contato íntimo com parceiros vacinados.

4. Manipulação de Dados e Excesso de Mortalidade

   O livro acusa uma manipulação deliberada dos dados de eventos adversos. Cita a análise de Albert Benavides sobre o sistema VAERS dos EUA, que aponta para uma subnotificação massiva, categorização inadequada de eventos graves, atrasos na publicação e exclusão de relatórios de óbito. 

    Para corroborar a tese de mortalidade elevada, o livro cita um estudo do pesquisador canadense Denis Rancourt, que estimou em 17 milhões o número de mortes no mundo causadas pelas vacinas. Além disso, menciona dados do governo do Reino Unido, segundo os quais a população vacinada representou 95% das mortes por COVID-19 entre janeiro e maio de 2023. 

5. A Agenda por Trás da Pandemia

   O capítulo final aponta os responsáveis. 

Bill Gates: É retratado como um eugenista que, em uma palestra TED, sugeriu o uso de vacinas para reduzir a população mundial em 10 a 15% a fim de combater as mudanças climáticas. O livro destaca seus investimentos em vacinas, seu papel como um dos maiores financiadores da OMS e os laços históricos de sua família com a eugenia através da Planned Parenthood. 

Klaus Schwab: O fundador do Fórum Econômico Mundial é ligado a um passado nazista através de sua família. A empresa de seu pai, Escher-Wyss, é descrita como um "Modelo Nacional Socialista" que se beneficiou do trabalho forçado. Suas propostas da "Quarta Revolução Industrial" e do "Grande Reset" são interpretadas como um plano para fundir os mundos físico, digital e biológico, estabelecendo a "Internet dos Corpos" para controle total. 

Controle Corporativo: O poder de fundos de investimento como BlackRock e Vanguard é destacado, argumentando que eles controlam a maioria das grandes corporações globais, incluindo farmacêuticas, mídia e empresas de tecnologia, permitindo-lhes ditar a narrativa global e censurar informações divergentes. 

   O livro conclui que a pandemia e a subsequente campanha de vacinação foram uma fachada para a implementação de uma agenda de controle e despovoamento, e encoraja os leitores a questionarem a narrativa oficial e investigarem as fontes fornecidas nos anexos.


RUBENS, Irmão. Verdade Oculta: Ebook da Série Prepare-se: Volume 1. [S. l.: s. n.], 2024. 332 p. E-book.


segunda-feira, 11 de agosto de 2025

Refutando bobices dos ateístas 35

 𝗥𝗲𝗳𝘂𝘁𝗮𝗻𝗱𝗼 𝗯𝗼𝗯𝗶𝗰𝗲𝘀 𝗱𝗼𝘀 𝗮𝘁𝗲𝗶́𝘀𝘁𝗮𝘀 𝟯𝟱





"𝘌 𝘯𝘢̃𝘰 𝘩𝘢́ 𝘤𝘳𝘪𝘢𝘵𝘶𝘳𝘢 𝘢𝘭𝘨𝘶𝘮𝘢 𝘦𝘯𝘤𝘰𝘣𝘦𝘳𝘵𝘢 𝘥𝘪𝘢𝘯𝘵𝘦 𝘥𝘦𝘭𝘦; 𝘢𝘯𝘵𝘦𝘴 𝘵𝘰𝘥𝘢𝘴 𝘢𝘴 𝘤𝘰𝘪𝘴𝘢𝘴 𝘦𝘴𝘵𝘢̃𝘰 𝘯𝘶𝘢𝘴 𝘦 𝘱𝘢𝘵𝘦𝘯𝘵𝘦𝘴 𝘢𝘰𝘴 𝘰𝘭𝘩𝘰𝘴 𝘥𝘢𝘲𝘶𝘦𝘭𝘦 𝘤𝘰𝘮 𝘲𝘶𝘦𝘮 𝘵𝘦𝘮𝘰𝘴 𝘥𝘦 𝘵𝘳𝘢𝘵𝘢𝘳." Hebreus 4:13

"𝘌 𝘰𝘶𝘷𝘪𝘳𝘢𝘮 𝘢 𝘷𝘰𝘻 𝘥𝘰 𝘚𝘦𝘯𝘩𝘰𝘳 𝘋𝘦𝘶𝘴, 𝘲𝘶𝘦 𝘱𝘢𝘴𝘴𝘦𝘢𝘷𝘢 𝘯𝘰 𝘫𝘢𝘳𝘥𝘪𝘮 𝘱𝘦𝘭𝘢 𝘷𝘪𝘳𝘢𝘤̧𝘢̃𝘰 𝘥𝘰 𝘥𝘪𝘢; 𝘦 𝘦𝘴𝘤𝘰𝘯𝘥𝘦𝘳𝘢𝘮-𝘴𝘦 𝘈𝘥𝘢̃𝘰 𝘦 𝘴𝘶𝘢 𝘮𝘶𝘭𝘩𝘦𝘳 𝘥𝘢 𝘱𝘳𝘦𝘴𝘦𝘯𝘤̧𝘢 𝘥𝘰 𝘚𝘦𝘯𝘩𝘰𝘳 𝘋𝘦𝘶𝘴, 𝘦𝘯𝘵𝘳𝘦 𝘢𝘴 𝘢́𝘳𝘷𝘰𝘳𝘦𝘴 𝘥𝘰 𝘫𝘢𝘳𝘥𝘪𝘮.
𝟫 𝘌 𝘤𝘩𝘢𝘮𝘰𝘶 𝘰 𝘚𝘦𝘯𝘩𝘰𝘳 𝘋𝘦𝘶𝘴 𝘢 𝘈𝘥𝘢̃𝘰, 𝘦 𝘥𝘪𝘴𝘴𝘦-𝘭𝘩𝘦: 𝘖𝘯𝘥𝘦 𝘦𝘴𝘵𝘢́𝘴?" Gênesis 3:8-9

A mensagem principal de Hebreus 4:13 é a onisciência de Deus: tudo está exposto diante Dele; nada está oculto aos Seus olhos e Ele sabe de tudo. É uma afirmativa sobre a completa transparência diante do Criador.

À medida que Gênesis 3:12-13 narra o esforço de Adão e Eva para se ocultarem após rebelarem-se contra a ordem de Deus, entendemos que esse esconderijo foi uma ação metafórica da culpa e da vergonha que carregavam após perceberem que haviam pecado.

Ainda assim, a resposta é que os humanos tentarão se esconder de Deus como Adão e Eva fizeram, mas isso não significa que eles sejam capazes de ocultar algo Dele. Hebreus 4:13 afirma com força: Deus viu e conhece tudo, até nossas fraquezas e tentações, e ainda assim nos busca da mesma forma que fez com Adão e Eva no jardim.
Deus, ao fazer essa pergunta: "onde estás ?", estava iniciando um diálogo com eles, dando-lhes a oportunidade de se aproximar, confessar e enfrentar as consequências de seus atos. É uma expressão da graça divina, ao invés de uma declaração de ignorância. Deus obviamente sabiam onde eles estavam! Quem acha que existe contradição entre as passagens, são os mesmos que gostam tratar Deus como um ser idiota, sendo que o idiota são estes que têm a pateticidade de escrever uma porcaria destas em alguma publicação.

𝗡𝗶𝗰𝗼𝗹𝗮𝘀 𝗕𝗿𝗲𝗻𝗼

O Federal Reserve: Um Cartel Bancário Privado e Seus Efeitos na Economia

 O Federal Reserve: Um Cartel Bancário Privado e Seus Efeitos na Economia



    O Federal Reserve (Fed) é como um cartel bancário privado, e não uma agência governamental. Ele é de propriedade de seus bancos membros. A instituição foi projetada para destruir o valor da moeda, drenar a riqueza pública e prender o governo em uma dívida cada vez maior. O sistema funciona como uma máquina de dívida perpétua; o governo dos EUA emite títulos do Tesouro para o Fed, que emite "Federal Reserve Notes" (dólares) criados "do nada" em troca. Esse ciclo faz com que a dívida do governo aumente continuamente.

    O Fed é responsável por desvalorizar o dólar americano, que perdeu 96,2% de seu valor desde 1900, com a maior parte dessa desvalorização ocorrendo desde a criação do Fed em 1913. O sistema, projetado para que a oferta de dinheiro se expanda constantemente, causa uma "inflação" que é descrita como um "imposto oculto" que rouba a riqueza de todos. O Fed realiza resgates secretos, como os US$ 16,1 trilhões em empréstimos secretos concedidos a grandes bancos de Wall Street e até mesmo a bancos estrangeiros durante a crise financeira de 2007-2010. Além disso, o Fed paga juros aos bancos por manterem suas reservas excedentes, uma prática que resultou em cerca de US$ 1,5 trilhão em reservas excedentes desde 2008. Essa prática é uma forma de o Fed trabalhar para os grandes bancos, e não para o público, já que os bancos são incentivados a não fazer empréstimos.

    O Fed cria bolhas econômicas, como a bolha imobiliária, ao manter as taxas de juros artificialmente baixas. O sistema é dominado pelos grandes bancos de Wall Street, com o Banco da Reserva Federal de Nova York sendo o mais importante de todos os bancos regionais do Fed. Há também a alegação de que a criação do Fed e a ratificação da 16ª Emenda, que criou o imposto de renda, no mesmo ano de 1913, não foram coincidência, pois o imposto de renda é necessário para financiar a dívida que um sistema de banco central cria. O ex-presidente do Fed, Ben Bernanke, é criticado por um histórico de previsões econômicas erradas, como sua insistência de que não haveria uma recessão em 2008 e que o mercado imobiliário estava seguro. Por fim, o Fed é como a "quarta ramificação do governo", mas sem a mesma prestação de contas que as outras três, e é considerado mais poderoso do que o Congresso por algumas pessoas. O Fed deveria ser abolido e o controle da moeda deveria ser devolvido ao Congresso, conforme previsto na Constituição dos EUA. Você acha que aqui no Brasil é diferente?

quarta-feira, 6 de agosto de 2025

Israel e Palestina: Origem, Sionismo e Conflito

 Israel e Palestina: Origem, Sionismo e Conflito




A formação da terra atualmente chamada Israel é resultado de uma longa e complexa história, marcada por transformações políticas, influências externas, invenções ideológicas e disputas territoriais que remontam à Antiguidade e chegam até os conflitos contemporâneos.


Antigamente, a região que hoje compreende Israel era conhecida por nomes variados – Canaã, depois Judeia, Palestina – e sempre foi habitada por diferentes povos. O território era integrado por populações indígenas, com múltiplas identidades étnicas e religiosas, e esteve, ao longo de séculos, sob o controle de egípcios, babilônios, persas, gregos, romanos e outros. Não existia essa delimitação contemporânea chamada “terra de Israel” como uma unidade política ou pátria nacional. O nome “Terra de Israel”, tal como é compreendido atualmente, foi sendo inventado e propagado ao longo dos séculos por necessidade de construção de uma identidade nacional, e não como reflexo de uma continuidade histórica real.


Os textos antigos, como a Bíblia, são frequentemente utilizados para criar uma narrativa de direito histórico ao território. No entanto, diversas pesquisas históricas e arqueológicas apontam que a ideia de uma posse contínua, ou mesmo de uma conexão ininterrupta do povo que passou a ser chamado judeu com aquele solo, é uma construção posterior. O próprio conceito de “povo judeu” como um grupo étnico e nacional foi gradualmente estabelecido, principalmente após exílios e dispersões causadas por potências estrangeiras. Muitos dos relatos bíblicos sobre conquistas e expulsões de povos locais não encontram respaldo histórico ou arqueológico. Além disso, grande parte dos judeus da Antiguidade desenvolveu suas vidas em outros centros, como Babilônia e Egito, e a migração para a “Terra Santa” foi um fenômeno pequeno diante da vasta diáspora judaica.


Ao longo da Idade Média e do período moderno, a Terra passou a ser ainda mais plural, abrigando judeus, cristãos e muçulmanos, além de outros grupos. A maior parte desses habitantes não aspirava a retornar à terra de seus ancestrais; aliás, o próprio conceito de pátria nacional só ganhou força na Europa a partir do século XVIII, com o advento dos nacionalismos modernos.


O cenário mudou drasticamente com o surgimento do movimento sionista no final do século XIX. Inspirados pelos ventos do nacionalismo europeu e diante do recrudescimento de perseguições antissemitas, os sionistas — um grupo inicialmente pequeno, mas muito articulado — passaram a idealizar o retorno à terra bíblica para fundar um Estado judaico. Esse projeto encontrou resistência das populações locais, que haviam vivido ali por muitos séculos, mas acabou ganhando força especialmente após a Primeira e Segunda Guerras Mundiais e com apoio internacional, culminando na Partilha da Palestina aprovada pela ONU em 1947.


O Estado de Israel foi oficialmente estabelecido em 1948, após intensas pressões políticas e lobby internacional, movimentados em grande parte pelos sionistas, em um processo marcado por expulsões de populações palestinas, guerras com países vizinhos e a negação do direito à autodeterminação dos povos que já habitavam a região. Os palestinos viram sua terra transformada, em parte, em um novo Estado sem que tivessem voz nesse processo. Inicialmente, havia um acordo de dois Estados: um judeu e outro árabe-palestino, mas apenas o primeiro saiu do papel; os palestinos, apesar de terem habitado e cultivado a terra durante milênios, ainda aguardam pelo reconhecimento pleno de seu Estado.


Durante as décadas seguintes, Israel foi expandindo seu território, mediante guerras e ocupações. A cidade de Jerusalém – tida como capital espiritual pelas três grandes religiões abraâmicas – deveria ser uma cidade internacional, conforme as resoluções originais da ONU, mas foi progressivamente anexada por Israel. Enquanto isso, o espírito original de convivência, registrado inclusive por quem viveu na região nas décadas anteriores, deu lugar ao aprofundamento dos conflitos. Buscavam-se soluções políticas que envolvessem convívio e respeito mútuo, mas as ações de grupos nacionalistas radicais — incluindo setores sionistas — foram tornando quase inalcançável o cenário de cooperação que um dia existiu.


Ao longo de todo esse percurso, a narrativa religiosa e o apelo ao direito divino do território foram utilizados, muitas vezes, como justificativa política – não como representação fiel da história da região. Movimentos religiosos cristãos e grupos fundamentalistas passaram a apoiar incondicionalmente o Estado de Israel, ignorando as próprias mensagens universais e críticas de figuras como Jesus, que deslegitimava qualquer sacralização exclusiva daquele solo e deslocava o eixo da fé para todas as pessoas e lugares.


Hoje, a maior parte dos judeus do mundo não reside em Israel nem manifesta desejo de fazê-lo. O modelo de apropriação territorial, fundado em mitos e tradições reinterpretadas, acabou servindo não só para legitimar a presença nacional de Israel, mas para marginalizar a população palestina e gerar um regime de segregação. As fronteiras atuais de Israel são resultado de uma combinação de interesses geopolíticos modernos, negociações diplomáticas, pressões religiosas e, sobretudo, do movimento sionista, com consequências humanitárias profundas para toda a população local.


A compreensão crítica dessa história exige olhar para além dos mitos consolidados, enxergando a terra como espaço habitado historicamente por múltiplos povos. Só assim é possível compreender as raízes do conflito e buscar soluções que respeitem a dignidade de todos que nela vivem, sem idolatrar mitos construídos em detrimento de direitos humanos e convivência pacífica.

terça-feira, 5 de agosto de 2025

Romanos 1 - Uma análise ampliada

 𝗥𝗼𝗺𝗮𝗻𝗼𝘀 𝟭 - 𝗨𝗺𝗮 𝗮𝗻𝗮́𝗹𝗶𝘀𝗲 𝗮𝗺𝗽𝗹𝗶𝗮𝗱𝗮





𝗜𝗻𝘁𝗿𝗼𝗱𝘂𝗰̧𝗮̃𝗼


  Este texto tem como objetivo ampliar o que já foi dito e escrito em 2022, e que gerou polêmica entre religiosos e pseudodespertos, especialmente aqui na internet, em plataformas como o Facebook. Como todo tema que muitas pessoas não compreendem de imediato, optei por abordá-lo gradualmente, evitando construir um texto difícil que pudesse impedir a compreensão de qualquer pessoa que viesse a ter acesso ao que escrevo.

Fontes históricas e estudos especializados demonstram que a religiosidade greco-romana integrava a sexualidade em suas práticas cultuais, muitas vezes de maneira ritualizada. Em diversos cultos, como os de Baco (Dionísio) e Cibele, havia cerimônias marcadas por expressões de êxtase, transgressão e inversão de normas sociais, incluindo relações homoeróticas. Os chamados “mistérios báquicos” foram inclusive alvo de repressão pelo Estado romano em determinados períodos, tamanha era sua natureza subversiva. Além disso, a prostituição cultual, longe de ser uma particularidade do antigo Oriente Próximo, foi amplamente praticada em centros religiosos do Império Romano, revelando a complexidade entre religião e sexualidade na Antiguidade.
          Esse panorama é analisado por autores como Kyle Harper, que em From Shame to Sin: The Christian Transformation of Sexual Morality in Late Antiquity (Harvard University Press, 2013), mostra como o cristianismo rompeu com essas práticas ao impor uma ética sexual centrada na contenção e no casamento. Da mesma forma, Peter Brown, em The Body and Society: Men, Women, and Sexual Renunciation in Early Christianity (Columbia University Press, 1988), expõe como a o cristianismo emergente confrontou a permissividade sexual dos cultos pagãos, especialmente no que se refere à prostituição sagrada e à homoafetividade ritualizada. Até mesmo um autor que crê que o cristianismo é isso tem que admitir.


  Dito isso, vamos revisitar Romanos 1 e analisar se realmente há condenação aos nossos irmãos LGBT+.


𝘼 𝙀𝙭𝙥𝙧𝙚𝙨𝙨𝙖̃𝙤 "𝙋𝙖𝙧𝙖̀ 𝙋𝙝𝙮́𝙨𝙞𝙣" 𝙚𝙢 𝙍𝙤𝙢𝙖𝙣𝙤𝙨 𝟭: 𝘾𝙤𝙣𝙩𝙚𝙭𝙩𝙤, 𝙇𝙞𝙣𝙜𝙪𝙖𝙜𝙚𝙢 𝙚 𝙐𝙨𝙤 𝙣𝙖 𝘾𝙪𝙡𝙩𝙪𝙧𝙖 𝙂𝙧𝙚𝙘𝙤-𝙍𝙤𝙢𝙖𝙣𝙖


  A interpretação tradicional de Romanos 1:26-27 é frequentemente utilizada para justificar a condenação de pessoas LGBT+, especialmente por meio da expressão grega “parà phýsin” (παρὰ φύσιν), comumente traduzida como "contrário à natureza". No entanto, uma análise das Escrituras, linguística e histórica revela que essa expressão possui usos diversos na literatura grega e judaica antiga, e que o contexto de Romanos 1 está muito mais ligado à idolatria e à quebra da ordem ético-teológica do que à orientação sexual como compreendida hoje. 

A pergunta que fica é: sobre o que Paulo quis dizer com “natureza”? Muita gente lê Romanos 1 como uma condenação direta e universal à homossexualidade, mas isso ignora por completo o contexto da época e a forma como Paulo utilizava certas palavras. O artigo “Uma Análise Hermenêutica sobre a Homossexualidade nos Discursos Bíblicos do Novo Testamento” (Habowski & Conte, 2019) aprofunda justamente essa questão e mostra que “natureza” (“physis”) não significava para Paulo o mesmo que significa para nós hoje.

Na cultura greco-romana, agir “contra a natureza” (“para physin”) podia simplesmente indicar um comportamento incomum, fora do costume, ou inesperado, e não, obrigatoriamente, uma imoralidade intrínseca. Para Paulo, a preocupação central era denunciar a idolatria e o afastamento do projeto original de Deus. O que estava em jogo era o rompimento da aliança e dos costumes do povo, frequentemente ligados a ritos pagãos e práticas religiosas consideradas escandalosas naquele tempo. Estou abordando aqui informações deste artigo, retomaremos as minhas pesquisas e fundamentações a partir do título “A linguagem de Romanos 1:26-27”.

Naquele tempo, a sexualidade era compreendida muito mais em termos de papéis sociais, honra e desonra, do que por desejo ou identidade pessoal. Práticas sexuais “fora do comum” eram interpretadas como sinais de corrupção ou desordem da sociedade, frequentemente ligadas a cultos idolátricos, prostituição sagrada ou excessos hedonistas. A crítica de Paulo, portanto, não tem como alvo uniões homoafetivas estáveis, mas sim a perda de limites éticos em função do abandono do Deus único e do envolvimento com práticas pagãs.

Se Paulo não conhecia os conceitos modernos de orientação sexual, identidade de gênero ou afetividade, não faz sentido tomar seus escritos como condenação automática de relações homoafetivas estáveis e consentidas. O que está em Romanos 1 é um discurso que responde a excessos e desordens do contexto antigo, não um manual de moralidade sexual universal. Ignorar isso é cometer anacronismo, projetar categorias e discussões modernas para dentro de um texto antigo. O resultado desse erro é a exclusão e a violência contra pessoas que jamais estiveram no horizonte do autor bíblico. Por isso, toda leitura séria de Romanos precisa reconhecer essas diferenças, contextualizar a crítica paulina e evitar usar o texto como arma para justificar o preconceito nos dias de hoje. Por isso, toda abordagem honesta de Romanos 1 deve começar reconhecendo que o texto discute idolatria, subversão de costumes por influência estrangeira e práticas consideradas desordeiras ou “estranhas” para o contexto antigo. Não fala, nem de longe, sobre relacionamentos homoafetivos estáveis, afeto ou amor entre pessoas do mesmo sexo no contexto contemporâneo. A responsabilidade ética da leitura bíblica exige, hoje, diálogo com a ciência, com a história, com a dignidade humana e com o espírito de justiça, superando o moralismo raso e as leituras dogmáticas e excludentes.


𝘼 𝙇𝙞𝙣𝙜𝙪𝙖𝙜𝙚𝙢 𝙙𝙚 𝙍𝙤𝙢𝙖𝙣𝙤𝙨 𝟭:𝟮𝟲-𝟮𝟳


O texto grego diz:


αἱ γὰρ θήλειαι αὐτῶν μετήλλαξαν τὴν φυσικὴν χρῆσιν εἰς τὴν παρὰ φύσιν... (Pois as suas mulheres trocaram o uso natural por outro, contrário à natureza...)


   Essa expressão também aparece em Romanos 11:24, onde Paulo diz que Deus enxertou os gentios na oliveira "contrários à natureza", no sentido de agir fora do padrão habitual ou fora do esperado pela tradição religiosa judaica.


εἰ γὰρ σὺ ἐκ τῆς κατὰ φύσιν ἐξεκόπης ἀγριελαίου καὶ παρὰ φύσιν ἐνεκεντρίσθης εἰς καλλιέλαιον, πόσῳ μᾶλλον οὗτοι οἱ κατὰ φύσιν ἐγκεντρισθήσονται τῇ ἰδίᾳ ἐλαίᾳ; (Rom. 11:24 BGNT)


Tradução: "Porque, se tu foste cortado da oliveira brava, que é por natureza tua, e contra a natureza foste enxertado na oliveira cultivada, quanto mais esses, que são ramos naturais, serão enxertados na sua própria oliveira?"


Há detalhes que devemos nos atentar:


 κατὰ φύσιν = segundo a natureza (naturalmente)

παρὰ φύσιν = contra a natureza (de modo não usual)


Paulo usa o mesmo contraste ("natural" x "contra a natureza") de Romanos 1 aqui de forma positiva, para descrever a ação de Deus de enxertar gentios (não judeus) na aliança — algo extraordinário, mas não negativo. Isso confirma que "para physin" não carrega necessariamente sentido moral de condenação, mas de algo fora do padrão habitual, ou inesperado.


Uso de "parà phýsin" na Literatura Antiga


O termo é usado amplamente em textos filosóficos e históricos greco-romanos:


O filósofo estoico Epicteto usa o conceito de “agir contra a natureza” (parà phýsin) para criticar comportamentos irracionais, autocontraditórios e incoerentes com a razão humana (logos). Em Discourses II.20, ele ironiza Epicuro por negar princípios de convivência humana enquanto escreve livros tentando convencer os outros, um ato que, segundo Epicteto, viola a própria natureza racional do ser humano. Não há qualquer conotação sexual no uso da expressão, que está relacionada ao desvio da razão e da ordem moral, e não à orientação ou prática sexual.


“O que foi então que despertou Epicuro de sua sonolência e o forçou a escrever o que escreveu? O que mais poderia ser senão aquilo que há de mais forte nos seres humanos — a natureza —, que arrasta o homem para a sua própria vontade, ainda que ele resista e reclame? [...] Tão forte e invencível é a natureza humana. Pois como poderia uma videira agir de modo que não fosse o próprio de uma videira, mas como uma oliveira? [...] Da mesma forma, não é possível que um homem perca por completo os afetos (movimentos) próprios de um ser humano.”

(Tradução livre do inglês com base em Epicteto, Discourses II.20)

Sêneca aplica a expressão para designar ações contrárias à razão e à virtude, como a ganância e a crueldade.


““Assim faze, meu caro Lucílio: reivindica-te para ti mesmo, e reúne e guarda o tempo que até agora ou te era tirado, ou furtado, ou simplesmente escapava. Convence-te de que é como te escrevo: parte do tempo nos é arrancada, parte nos é subtraída e parte se escoa. No entanto, a perda mais vergonhosa é aquela que ocorre por negligência. E, se quiseres prestar atenção, perceberás que a maior parte da vida escapa aos que agem mal, uma grande parte aos que nada fazem, e toda a vida àqueles que estão sempre ocupados com outras coisas.”


(Tradução livre a partir da edição inglesa de Richard M. Gummere, Harvard University Press)

Na Epístola 1, Sêneca não utiliza literalmente a expressão grega parà phýsin (“contra a natureza”), mas expressa uma crítica estoica ao desperdício da vida por negligência e distração. Embora escreva em latim, ele compartilha da visão de que afastar-se de uma vida racional e consciente é desviar-se da natureza humana — no sentido ético-filosófico característico do estoicismo.

O historiador judeu Flávio Josefo, em Contra Apionem II.199, interpreta a “natureza” a partir da lei judaica, condenando práticas como a homossexualidade masculina com base nesse entendimento legal e religioso. Isso revela que o termo “contra a natureza” podia ser usado com diferentes conteúdos normativos, variando conforme a tradição e o autor, nem sempre com base filosófica, mas também teológico-cultural. Veja:


“Mas então, quais são as nossas leis sobre o casamento? Essa lei não permite nenhuma outra mistura de sexos além daquela que a natureza determinou, de um homem com sua esposa, e que isso seja usado apenas para a procriação de filhos. Mas ela abomina a mistura de um homem com outro homem; e se alguém fizer isso, a morte será sua punição.”


Portanto, o termo não tem um uso estável e exclusivo em relação à sexualidade. Seu significado depende fortemente do contexto cultural e discursivo.


Contexto de Romanos 1


Romanos 1:18-32 é parte de um discurso retórico de Paulo contra a idolatria e a corrupção moral das nações gentílicas. O foco é a substituição da glória de Deus por ídolos (v.23), e como essa troca levou a comportamentos "desonrosos".

As relações descritas nos versículos 26-27 são parte de uma crítica maior ao abuso dos corpos e paixões descontroladas ligadas a cultos pagãos, como práticas sexuais rituais ou estratégias políticas envolvendo relações forçadas, e não a relações homoafetivas modernas baseadas em afeto, consentimento e identidade pessoal. Essa leitura é coerente com o entendimento de que Paulo denunciava a distorção da "natureza" dentro de contextos idolátricos e de abuso, não condenando identidades sexuais fixas.

O versículo 27 de Romanos 1 evidencia que os homens mencionados eram, originalmente, heterossexuais, visto que abandonaram as relações com mulheres — que lhes eram naturais — para se envolverem sexualmente com outros homens. Isso indica que Paulo está se referindo a indivíduos que agiram contra sua própria natureza. Homens cuja orientação é homossexual não "deixam" a atração por mulheres, pois isso nunca fez parte de sua experiência afetiva ou sexual.

A passagem retrata um contexto de busca desenfreada pelo prazer, marcado por um estilo de vida hedonista. O hedonismo, entendido como uma filosofia que coloca o prazer, especialmente o sexual, como o maior bem a ser alcançado, era uma característica marcante da cultura romana. Essa visão influenciava desde a vida pessoal até as esferas sociais e religiosas da época. Não há indícios de que Paulo estivesse condenando relações homoafetivas estáveis e pautadas no afeto e no compromisso mútuo. Pelo contrário, o que ele descreve são práticas sexuais desordenadas, movidas por impulsos e sem laços emocionais. Em outras palavras, o texto aborda relações promíscuas e casuais, e não uniões duradouras entre pessoas do mesmo sexo. É improvável que Paulo, inserido em seu contexto cultural e histórico, tenha tido qualquer contato com o conceito moderno de relacionamentos homoafetivos baseados no amor e na fidelidade.
          Ainda assim, mesmo que os indivíduos descritos fossem de fato homossexuais, o foco da condenação paulina recairia sobre a promiscuidade, a devassidão e a quebra de limites morais, atos que são considerados pecaminosos nas Escrituras independentemente da orientação sexual das pessoas envolvidas.

O apóstolo apenas afirma que as mulheres “trocaram o uso natural por outro contrário à natureza”, sem detalhar a que tipo de prática se refere. Não há nas Escrituras outro trecho que esclareça de forma definitiva essa passagem. Alguns estudiosos propõem que Paulo poderia estar se referindo a práticas sexuais heterossexuais consideradas fora do padrão reprodutivo, como o sexo anal, uma vez que, segundo a mentalidade judaica da época, qualquer relação sexual que não visasse à procriação era vista como antinatural.
          Ao compararmos os versículos 26 e 27, nota-se que Paulo usa o termo “semelhantemente” ao introduzir o caso dos homens, sugerindo que ambos os grupos (homens e mulheres) alteraram seus comportamentos sexuais. No entanto, ao tratar das mulheres, ele não menciona que abandonaram relações com homens nem afirma que passaram a se relacionar entre si. O que está presente é uma crítica à inversão do “uso natural”, mas o texto não descreve explicitamente relações lésbicas.

Alguns estudiosos argumentam que Paulo pode estar se referindo, em Romanos 1, a práticas comuns nos cultos pagãos romanos, como os rituais da deusa Bona Dea que eram voltados exclusivamente para mulheres e, segundo fontes antigas, com elementos de bestialidade, e também aos cultos a Baco, marcados por orgias, incesto e relações sexuais entre homens. Nesse cenário, as práticas condenadas por Paulo estariam ligadas à idolatria e a comportamentos sexuais considerados "antinaturais" por não visarem à reprodução, conforme o entendimento judaico da época.

A respeito das relações entre mulheres, muitos estudiosos apontam que elas provavelmente não estavam em vista, já que, na lógica sexual antiga, apenas o ato que envolvia penetração e emissão de sêmen era reconhecido como sexual em si. Assim, quaisquer interações íntimas entre mulheres não eram vistas como sexo de fato, o que explicaria a ausência de uma condenação explícita nesse contexto.

Daniel A. Helminiak reforça essa leitura ao afirmar que o sexo entre mulheres não era um tema central no pensamento greco-romano e quase não aparece nos registros da Antiguidade. Além disso, ele destaca que essas relações não são abordadas em nenhum outro trecho do Novo Testamento. Sua reflexão propõe: se esse assunto fosse realmente importante para Paulo, por que teria sido citado apenas uma vez, e de forma tão ambígua?


Análise Linguística: Romanos 1:26–27 no Grego

Paulo escreve:

αἵ τε γὰρ θήλειαι αὐτῶν μετῄλλαξαν τὴν φυσικὴν χρῆσιν εἰς τὴν παρὰ φύσιν (as mulheres deles trocaram o uso natural por outro contrário à natureza)

ὁμοίως τε καὶ οἱ ἄρρενες... ἐξεκαύθησαν τῇ ὀρέξει αὐτῶν εἰς ἀλλήλους (igualmente também os homens... inflamaram-se em sua paixão uns pelos outros)

μετῄλλαξαν (metēllaxan): “trocaram” ou “substituíram”. O mesmo verbo é usado nos versículos 23 e 25 para descrever a troca da glória de Deus por ídolos. Isso liga diretamente o comportamento sexual descrito a um contexto de idolatria. No léxico de Danker ela explica que é uma mudança tão drástica que subverte o propósito original. Portanto, o verbo carrega a ideia de distorção teológica e cultual, e não apenas uma escolha moral ou sexual.


χρῆσις — “uso”, “função sexual”. Danker traz especificamente como relações sexuais no NT. O termo no contexto é usado em sentido funcional, não identitário. Não fala sobre quem a pessoa é, mas sobre como algo (o corpo, o desejo) foi usado. Isso abre a leitura para entender o “uso” como participação ritual em cultos pagãos, algo comum no mundo greco-romano, e não um julgamento da orientação afetiva moderna.


παρὰ φύσιν — “contra a natureza”. Em léxicos de Friberg e Danker, é usado com o sentido de algo além, fora ou contrário à ordem natural ou ética, mas isso depende do contexto. Em Romanos 11:24, Paulo usa a mesma expressão para descrever a inclusão dos gentios como enxertos “contra a natureza”, ou seja, algo incomum, inesperado, mas que não é imoral.

A expressão, aqui, é parte de uma crítica a práticas que distorcem a ordem teológica (idolatria, autoindulgência, perversões rituais), não a orientação sexual consensual entre pessoas do mesmo sexo.


O Conceito de "Natureza"


Para Paulo, e para a tradição estóica com a qual ele dialoga implicitamente, "natureza" (phýsis) não é sinônimo de biologia ou orientação sexual inata, mas representa uma ordem moral e social que reflete o cosmos divinamente estruturado. Assim, algo "contra a natureza" podia significar simplesmente algo "fora do costume judaico" ou "além da norma da aliança", sem referência a alguma essência biológica intransponível. Paulo não era religioso, não era um “reducionista” como os religiosos de hoje são.


No comentário aos Romanos de ERNST KASEMANN, mostra que a ira de Deus é expressa não como um castigo direto, mas como abandono à consequência do próprio pecado. Paulo repete três vezes que “Deus os entregou” (vv. 24, 26, 28), indicando que a corrupção moral e social é resultado do distanciamento da verdade de Deus, não o foco moral central da denúncia. O comentário mostra que expressões como "parà phýsin" (v.26) têm relação com a ordem criada e a função racional do ser humano como criatura de Deus, e não com uma ética sexual essencialista. O comentário afirma que Paulo não isola Romanos 1:18-32, mas o utiliza para construir o argumento de que “todos pecaram” (Rm 3:9,23). É uma introdução ao drama universal da queda e não um código moral isolado. Paulo adota termos filosóficos e helenísticos, mas os reinterpreta teologicamente, mostrando que ele não está adotando uma moral naturalista, mas estruturando um discurso profético-apocalíptico com uma lógica escatológica.


Conclusão


A expressão "parà phýsin" em Romanos 1 não pode ser tomada isoladamente como condenação universal de pessoas LGBT+. O contexto linguístico, histórico e doutrinário aponta para uma crítica à idolatria e à distorção da imagem divina, não a relações saudáveis entre pessoas do mesmo sexo.

A boa nova do evangelho, conforme Paulo mesmo afirma em Romanos 1:16-17, é que a justiça de Deus se revela pela fé, e é acessível a todos que creem: judeus ou gregos, heterossexuais ou LGBT+. O foco de Paulo é a idolatria, a autossuficiência humana e a desordem resultante da alienação de Deus. A boa nova anunciada por Paulo é que essa desordem é superada não por moralismo, mas pela fé em Cristo. Interpretar Romanos 1 de forma justa exige que levemos em conta a distância histórica e cultural entre o mundo antigo e o nosso. A aplicação ética do texto deve ser feita com responsabilidade, levando em consideração o avanço do conhecimento sobre sexualidade humana e as experiências reais de vida de pessoas LGBT+, que muitas vezes vivem com fé, amor e compromisso. Reduzir o texto a uma arma de condenação é, paradoxalmente, uma forma de distorcê-lo.